Convocado para integrar a seleção brasileira no torneio de equipes nos Jogos Olímpicos de Tóquio, Vitor Ishiy vai realizar o sonho de disputar a sua primeira Olimpíada. Confiante com sua preparação, o atleta carrega a experiência acumulada atuando na França, mesmo aos 26 anos. Seu sentimento é de felicidade, mas também de surpresa: em um curto período de tempo, o atleta cresceu na modalidade e hoje ocupa a 60.ª posição do ranking da Federação Internacional de Tênis de Mesa (ITTF, na sigla em inglês).
A última temporada de Ishiy na França, achatada por causa da pandemia da covid-19, foi ainda mais complicada depois que o brasileiro se lesionou. Mas o saldo foi positivo: atuando pelo C'Chartres, ele conquistou o título da segunda divisão francesa, a Pro B, e conseguiu o acesso de volta à elite, na Pro A. Somente com o término da competição, porém, o atleta conseguiu focar em seus treinamentos e voltar sua atenção para os Jogos de Tóquio-2020.
"Muito feliz em fazer parte dessa equipe. E realizado, participar da Olimpíada é o meu maior sonho. Na parte técnica, me sinto bem. Após a competição na França, em que subimos para a primeira divisão, tive um tempo para treinar bastante. Isso é muito importante para mim, me sinto bem. Isso não aconteceu durante a temporada, foi bem difícil por causa da quarentena, de lesão. Mas agora estou treinando bem e confiante para chegar lá e fazer o melhor possível", projetou o brasileiro.
As competições na França, segundo ele, têm um peso grande em sua recente evolução. Por sua tradição no tênis de mesa, o país acumula mesa-tenistas de alto nível e grande competitividade. Foi justamente esse contato frequente com grandes jogadores, segundo Ishiy, que o ajudou a se manter crescendo tecnicamente.
"A oportunidade de jogar na Pro A, primeira divisão francesa, em 2018/2019 me ajudou muito, graças ao clube C'Chartres, que me deu essa oportunidade. Consegui fazer vários jogos seguidos contra jogadores top do mundo, pelo menos a cada duas semanas. Isso me fez variar, pegar ritmo de jogo e saber o que eu tinha que melhorar", disse o atleta.
"Isso não acontecia antes, quando eu só jogava torneios internacionais e tinha que esperar um mês para avaliar se tinha melhorado ou não. Com a liga, consegui pegar ritmo de jogo entre os melhores da Europa e isso me fez evoluir bastante", completou Ishiy.
Mas mesmo com toda essa evolução, o brasileiro ainda se surpreende com suas conquistas. Sua ascensão foi veloz: em um curto período, foi campeão pan-americano de tênis de mesa, subiu no ranking mundial (onde não figurava entre os 100 melhores da modalidade) e agora integra a equipe que vai a Tóquio.
"Foi uma grande surpresa para mim. Sempre quis isso, mas não esperava que ia mudar tudo assim, de repente, em dois anos. Mas ainda bem, fico feliz por ter conseguido, ainda mais com cinco atletas da seleção no Top 100 do ranking. Fazer parte disso dá ainda mais valor para os meus resultados", finalizou Ishiy.