Apesar de ainda não estar no clima esperado para os Jogos Pan-Americanos de 2015, a cidade de Toronto tenta turbinar os Jogos com o poder do marketing. Por toda a cidade, desde a chegada no aeroporto até cada esquina, há algo relacionado à disputa, cuja abertura oficial ocorre daqui 10 dias – as competições se iniciam no dia 7 de julho, com o polo aquático. Mas será que todo o dinheiro investido para aumentar a demanda da competição terá retorno?
Há alguma menção aos Jogos Pan-Americanos praticamente em qualquer lugar que você olha. Como não poderia ser diferente, o aeroporto internacional de Toronto conta com diversas alusões ao evento, já que é esperada uma quantidade razoável de viajantes estrangeiros. Logo ao sair do avião, o viajante já se depara com diversos cartazes antes mesmo de ser aceito na imigração canadense.
Há, ainda no aeroporto, totens no lobby com atividades interativas para o viajante. Em um deles, é possível tirar uma foto especial com a logomarca dos Jogos. O urso Pachi, mascote do evento, também é figura certa em cartazes.
Na cidade, o panorama não muda: as ruas estão cobertas com cartazes sobre o Pan. Outdoors, propagando no metrô e em ônibus... A organização do evento tem tentado introduzir a competição na vida diária do canadense de todas as maneiras possíveis. A intenção é animar o cidadão comum a prestigiar o evento – segundo a imprensa local, a animação é pouca e os estádios devem estar quase vazios. “Ninguém se importa”, diz um texto recente do National Post.
O montante investido pela cidade na divulgação do evento, tanto dentro do Canadá como no exterior, não é pequeno: pouco mais de US$ 80 milhões (cerca de R$ 250 milhões) foram direcionados apenas para o marketing nos Jogos Pan-Americanos. Com a proximidade dos Jogos, a tendência é que o número de eventos aumente – para se ter uma ideia, nesta quarta-feira será inaugurada uma superloja do Pan que oferecerá até comida de graça para atrair visitantes.
Em uma cidade com quase 3 milhões de habitantes e em que mais da metade dos moradores nasceram fora do Canadá, a estratégia é usar a heterogeneidade dos Jogos com todo o continente americano envolvido para “vender” o Pan 2015.