O Brasil conquistou neste sábado a medalha de ouro no handebol masculino. Repetindo a final feminina contra a Argentina, o jogo foi tenso do início ao fim e os brasileiros conseguiram a vitória por 29 a 27, em uma prorrogação tensa, no Exhibition Centre, em Toronto, recuperando a hegemonia no continente entre os homens.
Com a arquibancada canadense estava lotada e com torcedores brasileiros e argentinos cantando e trocando provocações, os jogadores verde-amarelos não aguentaram a emoção e comemoraram muito a conquista no Canadá. O jogo poderia acabar no tempo normal, mas Diogo Hubner perdeu um tiro de 7 m a poucos segundos do fim, quando o jogo estava empatado por 24 a 24. No tempo regulamentar, os brasileiros foram melhores, especialmente nos 2 min finais e conseguiram segurar os arquirrivais, voltando a ser os melhores da América.
Em Guadalajara 2011, os argentinos foram campeões pela primeira vez ao bater o Brasil por 26 a 23. Com a conquista, o Brasil agora tem três títulos pan-americanos - as outras foram em Santo Domingo 2003 e Rio de Janeiro 2007. Assim como no feminino, a Seleção masculina é comandada por um estrangeiro - o espanhol Jordi Ribera.
As duas seleções finalistas estão também classificadas para os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro 2016. O Brasil já estava garantido por ser país-sede e os rivais sul-americanos se classificaram pela campanha em Toronto.
No primeiro tempo, o Brasil começou avassalador e o abriu o placar a 1min com Thiagus Petrus. Aproveitou bem o momento e abriu 4 a 1 graças também a defesas do goleiro Maik. No entanto, a equipe não soube aproveitar os três gols de vantagem e os argentinos logo começaram a reagir. Aos poucos, passaram também a tomar conta da partida, virando em 7 a 6 aos 21min.
No final do primeiro tempo, os hermanos fecharam com o placar de 11 a 9. O Brasil teve uma chance de diminuir, mas a bola bateu carinhosamente nas duas traves do goleiro Matias Schulz e saiu. O artilheiro da etapa foi Federico Fernandez, com três gols (todos em tiros de 7 min). Pelo Brasil, saíram com dois gols Henrique Teixeira, Diogo Hubner e Raul Campos
Na segunda etapa, as duas equipes começaram forte e balançando as redes. A equipe brasileira chegou a empatar aos 33 min em 13 a 13 em um belo gol de Thiagus Petrus. Porém, em seguida, a Argentina voltou a crescer e abriu 17 a 14. Lembrando uma briga de gato e rato, a Seleção conseguiu reagir e empatar aos 41 min e virar para 18 a 17 aos 44 min.
Mais forte na marcação no segundo tempo, o Brasil conseguiu abrir novamente dois gols de vantagem aos 47 min em um belo gol de Alexandro Pozzer. Em seguida, Maik fez uma sequência de três defesas, sendo duas em dois contra-ataques mano a mano, dando ainda mais moral para a equipe verde-amarela.
O Brasil chegou a ter uma vantagem de três gols aos 54 min, parecendo próxima do título. No entanto, os argentinos reagiram de forma incrível e chegaram a igualdade, faltando menos de 1min em um gol em um tiro de 7 m marcado por Fernandez.A Seleção ainda teve a chance de ser campeã nos últimos segundos do tempo normal. Em um tiro de 7 m, Diego Hubner parou no goleiro Schulz e a partida foi para a prorrogação empatada em 24 a 24.
Na prorrogação, o Brasil marcou o primeiro gol, mas a partida manteve o equilíbrio e nervosismo. Assim como no tempo regulamentar, os rivais trocaram empurrões, cotovelos soltos e abusaram da catimba. A primeira etapa regulamentar terminou em 27 a 26, após um cochilo verde-amarelo ao tomar um gol quando restavam poucos segundos.
Quando o Brasil vencia por 28 a 27, Thiagus Petrus foi expulso faltando pouco menos de 3 min para o fim do jogo após uma falta violenta em Diego Simonet. Com a decisão da arbitragem, o Brasil ficou com um jogador a menos em boa parte do restante do jogo, já que o substituto só pôde entrar 2 min após a punição. Mesmo com a desvantagem numérica, o Brasil ampliou com Zeba para 29 a 27, restando apenas 1 min. Depois foi apenas segurar a bola e comemorar o título pan-americano.
Maik foi um destaques da conquista brasileira e se jogou no meio dos torcedores na arquibancada. Apesar de terem sido vilões em alguns momentos decisivos, Hubner e Petrus foram os artilheiros brasileiros com seis gols. Pela Argentina, o principal anotador foi Fernandez, com oito gols (sete em penalidades).