Durante a cobertura da Copa do Mundo no Qatar, o jornalista pernambucano, Victor Pereira, teve seu celular apreendido por homens que se identificaram como policiais depois de ter filmado uma abordagem feita a pessoas que estavam com a bandeira do estado de Pernambuco. De acordo com o jornalista, o celular só foi devolvido depois que ele apagou o vídeo do incidente e o profissional explicou como ocorreu a história.
O caso ocorreu na frente do Lusail Stadium, em Doha, depois da partida entre Arábia Saudita e Argentina, na última terça-feira (22), pelo Grupo C da Copa do Mundo.
Por ter um arco-íris estampado, a bandeira de Pernambuco foi confundida com a da causa LGBTQIA+, símbolo proibido no Qatar. O arco-íris faz parte da bandeira do estado nordestino desde 1917 e representa a diversidade do povo unido por um ideal.
- A bandeira de Pernambuco tem aquele arco-íris. Ele pegou a bandeira da mão da menina, jogou no chão e estava pisando em cima. Minha reação na hora foi pegar o celular e filmar aquilo e ai quando eles viram que eu estava gravando e vieram para cima de mim. Um deles tirou o celular da minha mão - explicou o jornalista, em entrevista ao "Jornal Nacional".
- O problema passou a ser o meu celular porque ele tinha o registro da pessoal pisando na bandeira de Pernambuco. E ai foi a confusão gerada em torno disso - completou Victor Pereira.
Desde antes do início da Copa do Mundo, o Qatar é alvo de críticas e denúncias relacionadas aos direitos humanos.
Depois da repercussão do caso, a Fifa informou que vai investigar o caso.
Sorte que algumas pessoas estavam ao redor e gravaram. pic.twitter.com/tpW4Jo4Xbe
— Victor Pereira (@ovictorpereira) November 22, 2022