A Prefeitura do Rio de Janeiro adotou a cautela em relação à retomada do Campeonato Carioca. Durante a entrevista coletiva concedida pelo prefeito Marcelo Crivella e sua equipe no Riocentro neste domingo, o superintendente de Educação de Vigilância Sanitária, Flavio Graça, disse que a bola só voltará a rolar depois de uma reavaliação minuciosa dos dados da escalada da pandemia do novo coronavírus na capital fluminense.
- A gente pode confirmar que os indicadores estão hoje favoráveis, mas só a avaliação próximo ao dia 17 nos dará esta certeza. Devemos lembrar que, com tudo correndo dentro da normalidade, dentro de um padrão favorável abriremos as competições inicialmente para os jogos com portões fechados, com limitações para equipes de apoio, imprensa entrando com efetivo menor - declarou.
A decisão foi na contramão do governador do Rio de janeiro. Na sexta-feira passada, Wilson Witzel liberou a realização de eventos de esporte de alto rendimento com portões fechados.
Durante a entrevista coletiva, Crivella e o subsecretário de Saúde, Jorge Darze, além de Flávio Graça apontaram que o índice de mortes tem caído na Cidade Maravilhosa. Graça ainda falou sobre quais serão os passos para a volta dos torcedores aos estádios.
- Caso tudo corra bem, vamos abrir as arenas apenas com um terço do público. Os ingressos serão vendidos totalmente online, para evitar aglomeração em bilheterias ou no dia do entorno. Isso tudo está sendo pensado para dar o máximo de segurança - afirmou.
O superintendente também falou que haverá análises frequentes sobre o panorama do futebol no Rio.
- Haverá reuniões frequentes, exclusivamente para estas avaliações - disse.
Os clubes estão autorizados a fazer suas atividades, seguindo o protocolo feito pela Ferj. No último sábado, a Federação e os clubes se reuniram em um Conselho Arbitral para traçar panoramas em relação aos dias de jogos (saiba o que foi decidido aqui).
Durante a coletiva, Crivella falou também sobre as medidas tomadas pelo governo.
- Há algumas recomendações do governo do estado que já estamos seguindo, como por exemplo a abertura dos templos. Há outras, que estão numa fase mais adiantada e que, por unanimidade, a decisão do conselho foi que nós mantivéssemos o planejamento da prefeitura e que serão atendidas, mas dentro daquela ordem cronológica e debaixo dos parâmetros que foram atendidos antes - destacou.
Em seguida, garantiu que o plano de flexibilização só começará no dia 17 de junho na capital fluminense. Os bares, por sua vez, só tendem a ser reabertos no dia 2 de julho.
- A gente tem uma preocupação grande de retrocessos, de recaídas. Nesses momentos em que nós estamos conseguindo, num nível de aprendizado grande da classe médica, enfrentar essa doença, reduzir o número de óbitos, diminuir a permanência das pessoas nos leitos de enfermaria e de UTI, chegando equipamentos, o Rio de Janeiro podendo ajudar outros municípios, uma abertura ampla, geral e irrestrita poderá nos levar a uma situação que nós não queremos ter de novo - disse.
A Secretaria de Saúde do Estado do Rio de Janeiro registra 64.533 casos confirmados de COVID-19 e um total de 6.639 óbitos. Há ainda 1.171 mortes sob investigação e outras 270 foram descartadas.
Nesta lista, 35.703 casos confirmados de COVID-19 aconteceram na capital fluminense. Houve 4.401 mortos devido ao novo coronavírus na cidade.
A Prefeitura destacou um ponto: houve 4,7 mil óbitos a mais no mês passado do que no mesmo mês no ano de 2019.