Visão da torcida do Fla em Doha: 'A Nação só 'entrou' no segundo tempo'

Na etapa inicial, os rubro-negros estampavam apreensão com a equipe era envolvida pelo Al-Hilal. Mas a etapa final trouxe torcedores atuantes e até versão de Hey Jude

17 dez 2019 - 16h48
(atualizado às 18h36)

As cadeiras do Estádio Khalifa têm as cores da bandeira do Qatar, branco e vinho, intercaladas. De longe, o vinho confunde bastante com a atual camisa do Mengo. Como o jogo de ontem não encheu - foram pouco menos de 22 mil torcedores (cabem 48 mil) - a sensação era de que o estádio estava com público ainda menor. A torcida do Flamengo começou a chegar pra valer, com as organizadas e instrumentos de percussão, após a preliminar, uma hora antes de a bola rolar. Mas os cânticos tradicionais foram tímidos para os padrões vistos nos jogos do time pelo Brasil.

À medida que os gols saíam, torcida se mostrava mais vibrante. E contou com música da sorte (Foto: Alexandre Vidal / Flamengo)
À medida que os gols saíam, torcida se mostrava mais vibrante. E contou com música da sorte (Foto: Alexandre Vidal / Flamengo)
Foto: Lance!

Felizmente, a acústica do Khalifa ajuda bastante, qualquer gritinho ecoa enormemente neste estádio com teto em parábola, que ajuda a atenuar uma certa frieza antes de os times entrarem em campo.

Publicidade

Começou o jogo e a turma da Urubuzada fez o de sempre, gritando "Vai pra cima deles Mengão" ou "ÔÔÔ" durante os 45 minutos. Mas, na verdade, a frieza da grande maioria da torcida se manteve. Como o time era facilmente envolvido pela marcação em linha e pelo ótimo toque de bola árabe, restava ao rubro-negro ficar torcendo para que os muitos ataques perigosos do Al-Hilal - dominante nos 20 primeiros minutos, quando abriu o placar, e ágil nos contra-ataques - não resultassem em tragédia.

Animados com o que viam em campo, os menos de mil torcedores do Hilal (a turma saudita evita muito ir ao Qatar por causa de problemas políticos entre os países) fizeram um "alvoroço comportado".

Já a Nação estava nervosa, reclamando a cada falta que os árabes faziam para ganhar tempo (e que deixavam os jogadores do Mengo à flor da pele). Felizmente, o primeiro tempo acabou. Para quem esperava um Flamengo ao estilo do 5 a 0 sobre o Grêmio, o time estava mais para o da surra que levou do Santos. Que ao menos na etapa final jogasse como aquele do duelo da final com o River Plate para animar um torcedor na noite fria e chuvosa do Qatar.

No segundo tempo, a torcida veio com a música da sorte e o gol de Arrascaeta na jogada Gabigol-Bruno Henrique aos três minutos. E, pela primeira vez dava pra ver que, sentadinhos naquelas cadeiras vinhos tinha torcedor de verdade e não o espectador de alguma ópera trágica ou réquiem. O Flamengo era melhor, a torcida era muito mais atuante.

Publicidade

Diego mais uma vez entrou colocando fogo no jogo e iniciando a jogada que Rafinha cruzou na cabeça de Bruno Henrique. Alívio. 2 a 1. Diego para Bruno Henrique, gol contra no 3 a 1. Bye, bye, Hilal! Que venha a final. E que o Flamengo e a Nação sejam aqueles do segundo tempo, apoiando e inovando, como no finzinho ao fazer a versão dos Beatles. Para Hey Jude... "Lálálálálálá... lálálálá, Jesus!".

Fique por dentro das principais notícias de Futebol
Ativar notificações