O Brasil fez história no Mundial de boxe feminino, encerrado no último domingo (26), na Índia. O país conquistou um ouro, com Beatriz Ferreira (60kg), e um bronze, com Barbara Santos (70kg), além de obter a sua melhor campanha na competição.
Ainda em clima de comemoração, a equipe retornou ao Brasil nesta terça-feira (28).
Em terras brasileiras, a delegação analisou o desempenho no campeonato, já projetando a sequência da temporada, que ainda terá a disputa do pré-olímpico. A melhor participação do Brasil em uma única edição de Mundial tinha sido em 2022, na Turquia, quando conquistou uma prata e um bronze, com Beatriz Ferreira (60kg) e Caroline Almeida (52kg), respectivamente.
“Nós fomos com um prognóstico positivo, pensando em ter um bom desempenho como no Mundial de Istambul, no ano passado, em que fizemos uma final e também conquistamos uma medalha de bronze. Tínhamos o objetivo de duas medalhas e conseguimos. Além disso, fizemos duas quartas de finais. As meninas saíram com a sensação de dever cumprido”, disse Léo Macedo, treinador da seleção.
Em Nova Déli, o país contou com a presença de sete atletas. Além das medalhas de Bia Ferreira e Barbara Santos, Jucielen Romeu (57kg) e Beatriz Soares (66kg) perderam nas quartas de final, ficando a uma luta do pódio, e Caroline Almeida (50kg), Tatiana Chagas (54kg) e Viviane Pereira (75kg) pararam nas oitavas.
Emoção a mais
Os pódios de Beatriz Ferreira e Barbara Santos foram muito especiais para as duas atletas, ainda que por motivos distintos. Além de ter sido bicampeã mundial, feito inédito para o boxe brasileiro, Bia teve a oportunidade de uma “revanche” contra a sul-coreana Oh Yeon-ji, que foi responsável por sua eliminação na segunda rodada do Mundial de 2018. Nesta edição, as duas se enfrentaram na semifinal e a brasileira venceu por unanimidade. Bia, aliás, venceu todas as lutas por decisão unânime e foi eleita a melhor atleta da competição.
“Missão dada é missão cumprida. Desde quando eu decidi me dedicar a ser uma atleta de alto rendimento, queria quebrar números e barreiras e entrar para a história. Isso é recompensa de todo o meu esforço, de tudo que eu tive que abrir mão e me dá mais ânimo de querer conquistar mais coisas ainda. Até a próxima surgir, vai demorar um pouquinho. Ela vai ter que treinar muito”, falou Bia, que além de ter três medalhas em Mundiais, foi vice-campeã olímpica em Tóquio-2020.
Para Barbara, a emoção foi maior por ter sido sua primeira participação na competição. A baiana de 32 anos já havia sido vice-campeã mundial militar em 2021, mas disputou o Mundial Civil pela primeira vez.
“Fiquei muito feliz. É uma gratificação saber que o trabalho que foi feito surtiu efeito. Tenho essa medalha com gosto de ouro. Foi algo muito novo para mim, estar lutando contra atletas que eu não tinha disputado em nenhuma outra competição. Isso me fez sentir uma adrenalina um pouco maior, aquele friozinho na barriga, mas no final deu tudo certo”, disse.