A temporada 2024 do UFC se encerrou e o que resta agora é projetar o que foi o ano e também pensar no que será 2025. Dentre todas as atrações da organização, talvez o maior dele tenha sido a ascensão de Alex Poatan para se tornar a estrela e o 'herói' do evento.
O brasileiro conseguiu muita moral com os patrões ao 'salvar' diversos eventos durante o ano e com os fãs com seus nocautes impressionantes. Assim, o campeão dos meio-pesados pode ter se tornado de vez o novo ídolo do Brasil nos esportes de combate e também fora das nossas fronteira.
O 'salvador da pátria'
Se Dana White teve um lutador em quem confiar quando problemas surgiam, este com certeza foi Poatan. Por três oportunidades, o brasileiro se dispôs a ajudar o Ultimate com eventos que não tinham a luta principal, o primeiro deles o tão aguardado UFC 300, em abril.
Tal card, ao qual a organização apostava suas fichas, penou para ter um main event diante de tantas especulações e negociações atribuladas. Assim que o campeão dos meio-pesados foi chamado, não titubeou em aceitar a proposta para enfrentar Jamahal Hill neste evento.
Pouco mais de dois meses depois, novamente Poatan apareceu para ser o 'herói' de Dana White, que tinha perdido a esperada volta de Conor McGregor no UFC 303, com este se lesionando e forçando o cancelamento da luta contra Michael Chandler. Mesmo com o pouco tempo entre eventos, aceitou novamente a oferta do chefe e retornou ao cage contra Jiri Prochazka
Em outubro, o UFC 307 também foi um card ao qual dificuldades atrasaram a escolha da entidade para definir quem estrelaria o evento. Assim, pela terceira vez no ano, o brasileiro deixou o sofá, aceitou o chamado e fez a luta principal ao lado de Khalil Rountree Jr, em Salt Lake City.
Além disso, quase que foram cinco os eventos do Ultimate aos quais Alex Poatan poderia ter estrelado. Durante o UFC 300, o brasileiro ensaiou querer estar no evento seguinte (UFC 301, no Rio de Janeiro), mas um problema nos dedos dos pés impediu tal feito. Ainda, em novembro, o nome do campeão dos meio-pesados apareceu como possível personagem para entrar no UFC 309, caso Jon Jones ou Stipe Miocic tivessem que deixar a luta, o que não aconteceu.
Nocaute atrás de nocaute
Mas não foi apenas o fato de sempre estar à disposição do chefe para lutar que fez de Poatan um dos preferidos do público e do Ultimate. Contribuiu muito para isto os diversos nocautes que o lutador deu nas referidas lutas, todos eles brutais e espetaculares.
No UFC 300. o brasileiro mal suou para nocautear e dar uma tripudiada de Jamahal Hill, que o provocou durante o período antes e até depois da luta. O mesmo se repetiu no UFC 303, quando mais um chute alto derrubou Jiri Prochazka de forma certeira na revanche entre ambos.
A luta mais dura do campeão foi, ironicamente, aquela contra o adversário menos 'gabaritado' que enfrentou em 2024. Haviam os achavam que Khalil Rountree Jr, por não fazer parte dos topo do ranking dos 93kg, não seria o rival ideal para o brasileiro (que, para muitos, deveria ser Magomed Ankalaev), mas foi o americano a dar um 'calor' em Alex e aguentar por quatro rounds a pressão dos potentes golpes do dono do cinturão. A resistência não durou mais do que isto, mas evidenciou os desafios que terá pela frente.
Chama!
Com o sucesso no octógono, Alex Poatan subiu ao status de grande estrela brasileira do MMA, se tornando um dos lutadores mais celebrados tanto dentro como fora do país. E parte disto passa pela personalidade exibida por este por onde passa.
O estilo de se portar, de falar dos rivais o orgulho de suas raízes nos povos originários do Brasil (mostrados sempre nas pinturas que usa nas pesagens) e a confiança forte na mão pesada o fizeram alcançar altos postos de popularidade entre os fãs nas redes sociais e nas visitas que tem feito a vários países para eventos. E ainda colocou um slogan, o 'Chama!", que se tornou a marca registrada e meme do esporte.