O surfista Adriano de Souza, o Mineirinho, teve sete pranchas retidas pela Polícia Federal nos últimos dias, ao desembarcar no Rio de Janeiro para a disputa da etapa carioca do Circuito Mundial de Surfe (WCT). O equipamento foi trazido ao país por um membro da equipe do atleta, mas não pode ser retirado do Aeroporto do Galeão.
Nesta terça-feira, Mineirinho chegou a ir no aeroporto para tentar retirar o equipamento. Segundo ele, após conversar com o chefe da receita federal, foi informado que teria de pagar imposto sobre as pranchas, que seriam novas. Assim, resolveu deixá-las no local.
"Fui hoje até a Receita e tive uma grande surpresa. Eu não consegui retirar elas de lá! Chegando no Aeroporto Galeão, fui atrás da Receita Federal. Quando cheguei no local eu me apresentei e todos já sabiam do que se tratava. Me pediram para esperar e eu esperei, esperei, esperei, esperei... Quando veio o Chefe da Receita falando em um bom tom de todas as regras e tudo mais. Me perguntou se todas as pranchas eram novas, eu respondi que sim, que quase todas eram novas. Então, ele me disse que eu iria ter de pagar um imposto bem alto para tê-las de volta. Não tive mais o que responder, sai de lá e vim para casa", afirmou o surfista em seu Facebook.
"Não vou pagar impostos pelas pranchas. Como sou um atleta profissional e ainda levanto a bandeira do Brasil mundo afora, eu não vou vender os equipamentos, pois eles são instrumentos do meu trabalho, então acho que não devo pagar a mais do que eu já pago pela compra das pranchas. Perdi sim, uma tarde inteira de treino para ir resolver essa situação e chegando lá recebo um NÃO. Vou competir em pouco tempo e meus equipamentos estão lá presos. Triste de verdade", completou.
Em seu site oficial, a Polícia Federal emitiu um comunicado sobre o ocorrido. O órgão explicou a situação e afirmou que, assim como os viajantes normais, o esportista teria de pagar impostos pela compra de produtos no exterior.
"As autoridades fiscais esclareceram que os bens novos trazidos como bagagem acompanhada são sujeitos à tributação própria aplicada aos passageiros, na hipótese de não estarem ingressando no país com destinação comercial. Diante da informação prestada, o atleta preferiu não requerer a propriedade das pranchas e desistiu da importaçãoo, abandonando os bens. A Receita Federal esclarece que a situação assemelha-se ao tratamento que deve ser aplicado a qualquer passageiro que retorna de viagem ao exterior, trazendo bens novos, não cabendo qualquer privilégio sob a alegação de que seriam materiais a serem utilizados em competição", diz parte da nota.
A etapa do Rio de Janeiro do WCT começa nesta quarta-feira, na Barra da Tijuca.