Em outubro de 2016, quando chegou ao sexto mandato consecutivo no Comitê Olímpico Brasileiro (COB), Carlos Arthur Nuzman teve dor de cabeça com seu adversário político, Alaor Azevedo, que questionou na justiça o processo eleitoral na entidade. Único entre os dirigentes de confederações – ele preside a de Tênis de Mesa – a criticar publicamente a gestão de Nuzman, Alaor teve sua vida vasculhada a pedido do presidente do COB.
Nada, no entanto, foi encontrado que manchasse a conduta de Alaor. No relato feito sobre o tema na manhã desta quinta (5), na sede da Polícia Federal do Rio, procuradores do Ministério Público Federal afirmaram que a atitude caracteriza um indício forte de que Nuzman agia em conluio com figuras poderosas do Estado, hoje presas em razão da Operação Lava Jato.
De acordo com a procuradora do MPF-RJ, Fabiana Schneider, Nuzman pediu a Sérgio Côrtes que preparasse o dossiê contra Alaor. Côrtes foi secretário de Saúde do governo Sergio Cabral e está preso desde abril por causa de fraudes em licitações.
Para Fabiana e seus colegas do MPF, ficou evidente no caso a relação de proximidade entre Nuzman e “a organização criminosa” comandada pelo ex-governador do Rio. “É mais um elemento que demonstra como todos ali atuavam em comum acordo.”
O Terra tentou contato, sem sucesso, com Alaor Azevedo. Ele está em viagem pelo Chile, conforme informou a Assessoria de Imprensa da Confederação Brasileira de Tênis de Mesa, para uma reunião da federação internacional da modalidade.