O que falaram os jornalistas afastados da ESPN em programa que incomodou CBF

Linha de Passe da última segunda-feira, 7, foi dedicado às denúncias sobre bastidores de práticas do presidente Ednaldo Rodrigues

9 abr 2025 - 19h16
(atualizado às 19h43)
Resumo
Seis jornalistas da ESPN Brasil foram suspensos após críticas no programa Linha de Passe à gestão de Ednaldo Rodrigues, presidente da CBF, abordando temas como gastos excessivos, relações políticas e privilégios pessoais.

A notícia que mexeu com o noticiário esportivo brasileiro nesta quarta-feira, 9, foi o afastamento de dois dias dos jornalistas Gian Oddi, Dimas Coppede, Paulo Calçade, Pedro Ivo Almeida, Victor Birner e William Tavares da programação da ESPN.

Os profissionais foram suspensos após o programa Linha de Passe da última segunda-feira, 7, por destrincharem alguns tópicos das denúncias publicadas em matéria da revista Piauí sobre práticas do presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Ednaldo Rodrigues. 

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Gian Oddi, contudo, já se pronunciou sobre o caso e anunciou que voltará ao programa na edição de quinta-feira, 10.

Gian Oddi, Paulo Calçade, Pedro Ivo Almeida, Victor Birner e William Tavares foram afastados pela ESPN
Gian Oddi, Paulo Calçade, Pedro Ivo Almeida, Victor Birner e William Tavares foram afastados pela ESPN
Foto: Reprodução

Abaixo, o Terra listou os temas abordados pelos jornalistas no programa de segunda-feira e que podem ter incomodado a direção da entidade máxima do futebol brasileiro.

  • 'Caos da arbitragem' - O programa abordou a recusa do presidente Ednaldo Rodrigues em reunir os árbitros, quinzenalmente, no Rio de Janeiro, para uma espécie de padronização de métodos. A ideia foi proposta por Wilson Seneme, ex-presidente da Comissão de Arbitragem da CBF, e recusada por Ednaldo sob alegação de altos custos com viagem, hospedagem e logística.
  • 'Viagens de Ednaldo Rodrigues' - O Linha de Passe também tratou dos 'presentes' dados pelo presidente da CBF a parlamentares, artistas, amigos e familiares com viagens à Copa do Mundo do Catar, em 2022. Os 'mimos' da confederação contaram com hospedagem em hotel cinco estrelas, ingressos para os jogos do Mundial e até cartão corporativo liberado, resultando em um gasto de aproximadamente R$3 milhões.
  • 'Salário das Federações' - Os jornalistas debateram a denúncia acerca das práticas de Ednaldo Rodrigues sobre benesses às federações. Desde 2021, quando assumiu a presidência da CBF, os mandatários e pessoas ligadas às federações estaduais foram beneficiados com um aumento salarial de 330%, a depender do cargo, ou seja, de R$ 50 mil, alguns presidentes passaram a ganhar R$ 215 mil nos últimos anos, o que resulta em um gasto de mais de R$100 milhões por ano da entidade com as federações, de acordo com o programa.
  • 'Relação estreita entre Ednaldo e Gilmar Mendes' - Os bastidores das conexões políticas do presidente da CBF também foram pauta, especialmente pela ligação com Gilmar Mendes, decano e atual ministro mais antigo do Supremo Tribunal Federal (STF). Mendes é sócio e fundador do Instituto Brasileiro de Ensino, Desenvolvimento e Pesquisa (IDP), que mantém contrato com a CBF para gerir os cursos da CBF Academy e fica com 84% da receita. Além disso, Mendes foi decisivo para recolocar Ednaldo Rodrigues na presidência da CBF após o      dirigente ser afastado por suposta ilegalidade no pleito. O ministro, inclusive, indicou pelo menos seis nomes que ocupam cargos importantes na entidade.
  • 'Gastos fora do futebol' - Ednaldo pagou viagem de Roberto Góes, presidente da Federação Amapaense de Futebol, de Macapá para São Paulo, para uma cirurgia da esposa, acompanhada da filha e da babá. No programa, os jornalistas exibiram um áudio da conversa entre Góes e Ednaldo, em que Góes pede 'ajuda' ao mandatário da CBF com passagens e extensão da hospedagem em hotel na capital paulista.
Fonte: Redação Terra
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