Gustavo Scarpa jogou partida decisiva pelo Palmeiras preocupado com golpe financeiro

No dia seguinte, meio-campista fez um Boletim Ocorrência em relação ao caso, onde também menciona empresa de Willian Bigode

13 mar 2023 - 16h08
(atualizado às 16h08)
Scaroa em ação na partida que deu o título brasileiro de 2022 ao Palmeiras (Foto: Cesar Greco/Palmeiras)
Scaroa em ação na partida que deu o título brasileiro de 2022 ao Palmeiras (Foto: Cesar Greco/Palmeiras)
Foto: Lance!

Melhor jogador do Campeonato Brasileiro do ano passado, o meio-campista Gustavo Scarpa jogou a partida que confirmou o título nacional do Palmeiras com a cabeça em um problema financeiro. O jogador caiu em golpe, perdendo R$ 6,3 milhões investidos em criptomoedas.

O atleta, que atualmente defende o Nottingham Forest, da Inglaterra, e o lateral-direito Mayke, que segue no Verdão, foram na justiça contra a Xland Holding Ltda, empresa na qual eles investiram nas moedas digitais, com a promessa de retorno de 3,5% a 5% ao mês. A ação também foi movida contra a WLJC Gestão Financeira, empresa de consultoria cujo um dos sócios é o atacante Willian Bigode, que atuou com Scarpa e Mayke no Palmeiras entre 2018 e 2021.

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- Eu, campeão brasileiro, quase que chorando por dentro. Comemorando, e um vazio, falando: 'Mano, onde eu fui me meter?'. Que arrependimento do caramba - disse Gustavo Scarpa em áudio obtido pela 'TV Globo' e divulgado em reportagem do programa Fantástico exibida no último domingo (12).

No dia 2 de novembro, quando o Palestra venceu o Fortaleza por 4 a 0 e confirmou o título do Brasileirão, uma homenagem foi feita especificamente para Scarpa. Uma pista de skate foi montada no centro do gramado do Allianz Parque e um dos maiores nomes brasileiros no esporte, Sandro Dias, o Mineirinho, foi convidado. Scarpa é um amante do skate, inclusive tendo construído uma pista na sua cidade natal, Hortolândia, no interior de São Paulo.

Scarpa foi homenageado com pista de skate no jogo do título brasieiro do Verdão (Foto: Cesar Greco/Palmeiras)
Foto: Lance!

SCARPA X WILLIAN

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Orientado pelos seus advogados, Scarpa abriu um Boletim de Ocorrência e na ação citou, além da Xland, a WLJC. Antes, o meio-campista informou Willian Bigode que havia mencionado a empresa do atacante.

- Pelo respeito, amizade, consideração e amor que eu tenho por você, queria te dar um toque antes. Infelizmente, vou ter que falar da sua empresa - disse Gustavo, já decepcionado com a situação

Scarpa e Willian sempre foram muitos próximos, mas relação está abalada (Foto: Cesar Greco)
Foto: Lance!

Willian, por sua vez, alega também ter sido vítima de um golpe da Xland.

- Nunca tinha dado problema, nada. E você vai criando essa confiança. Metade do meu patrimônio. Você tá doido, tô aqui desesperado, Mas fica tranquilo que você vai, dentro dos seus direitos, óbvio, ter o dinheiro de volta. Fica tranquilo, tá bom, Scarpinha? - disse Bigode que alega que perdeu R$ 17,5 milhões. A advogada Camila Moreira Fava, sócia de Willian na WLJC, afirma que foi lesada em R$ 1,6 milhão.

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Em outro momento, o jogador do Fluminense se mostrou 'entregue' quanto à possibilidade de reverter o 'calote'.

- Scarpinha, agora não tem mais questão de confiança, irmão. Questão que agora é orar. Fazer o que eu sei. Agora é esperar no Senhor - disse Willian.

Scarpa e Willian no desembarque do Palmeiras no Qatar para a disputa do Mundial de 2020 (Foto: Cesar Greco)
Foto: Lance!

Em contato da reportagem do Fantástico com Gabriel Nascimento, um dos sócios da Xland, isenta Willian de ter participado do processo.

- O Willian não tem nenhuma responsabilidade do que aconteceu com a empresa. Ele também é uma vítima, assim como nós, a empresa - diz o empresário, que alega que a culpa do transtorno é da FTX, segunda maior corretora de criptomoedas do mundo, que faliu em novembro de 2022, causando prejuízos no mundo inteiro.

A reportagem do LANCE! teve acesso aos documentos do processo e informou, com exclusividade, no último domingo (12), que Gustavo Scarpa conseguiu o bloqueio de R$ 1,8 milhões das contas de Willian, mas a decisão foi revertida na última sexta-feira (10), após Bigode alegando que a WLJC não teve participação no contrato firmado com a Xland e que Scarpa sequer provou que a sua empresa fazia parte do mesmo grupo que a instituição acusada.

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