Desde março, Bolsonaro tem uma obsessão: o futebol. Primeiro, ele criticou o cancelamento dos jogos. Depois, passou a pressionar pela volta do esporte mais popular do país.
Claro que pra quem considera o isolamento um erro e que acha que a pandemia é uma gripezinha, querer a volta do futebol faz todo sentido. Afinal já que não quer oferecer o pão pra quem tem fome, nada melhor do que dar o circo.
Para o presidente não importa que a volta antes da hora possa trazer mais mortes ou que os jogadores virem uma espécie de cobaia para saciar o seu prazer. Só quem não tem nenhuma compaixão é capaz de pensar em retorno do futebol no momento em que o país vai começar a atravessar o pior período da pandemia.
Bolsonaro colou no futebol desde que se elegeu. Já torceu pelo Palmeiras, vestiu a camisa do Flamengo, do Santos. Repetiu a estratégia do ex-presidente Médici, que usou e abusou do esporte durante a ditadura. Passava a imagem de homem do povo, apaixonado por futebol, enquanto as mortes e as torturas cresciam no país.
Qualquer semelhança não é mera coincidência, infelizmente.