A batalha judicial envolvendo o Santos e o centroavante Leandro Damião teve o primeiro despacho favorável para o jogador, atualmente emprestado ao Cruzeiro. O juiz Pérsio Luís Teixeira de Carvalho, da 4ª Vara do Trabalho de Santos, concedeu nesta quarta-feira a rescisão imediata do vínculo de mais três temporadas e meia entre o camisa 9 e o clube alvinegro sob alegação de "descumprimento do empregador - mora salarial". O Santos deve recorrer, mas ganha um problema milionário em mãos.
Damião custou R$ 42 milhões aos cofres do clube, em transação financiada pelo fundo maltês Doyen Sports, responsável por pagar quase todo o montante. A dívida com o grupo, no entanto, tem juros anuais progressivos, caso não seja quitada, além do comprometimento da cota televisiva a ser acertada.
Além disso, o agente do jogador, Vinícius Prates, também processa o clube pelo não pagamento de comissão na transferência. A Justiça determinou o bloqueio de R$ 2,5 milhões dos cofres do Santos.
O jogador resolveu acionar judicialmente o clube em 13 de janeiro, na ocasião já emprestado ao Cruzeiro, devido a série de atrasados envolvendo salários em CLT (Consolidação das Leis Trabalhistas), direitos de imagem, fundo de garantia, 13º e até parte das luvas pela assinatura do contrato.
O julgamento aconteceu no último dia 29, após os advogados de Damião rejeitarem qualquer tentativa de acordo, em audiência em março, mas só teve o parecer divulgado nesta quarta. A briga já ganhou desdobramentos polêmicos, principalmente pela solicitação de um benefício de justiça gratuita, negado.
O juiz responsável ainda recusou o pedido de tramitação sob segredo de Justiça e condenou o jogador a pagar multa de 1% sobre o valor da causa para "indenizar os prejuízos da parte contrária" e em 20% também do valor da causa por enxergar "má fé" de Damião. A condenação em R$ 100 mil ao jogador com relação ao atestado de pobreza segue mantida.