O zagueiro Eduardo Bauermann, que está afastado pelo Santos, teria atuado com dores na partida contra o Botafogo, pela 37ª rodada do Brasileirão de 2022. O jogo é investigado pela Operação Penalidade Máxima, do Ministério Público de Goiás, e a defesa do atleta alegou que a expulsão após o apito final teria acontecido para o defensor se preservar na última rodada do torneio.
Os advogados afirmaram que, como o último duelo do Campeonato Brasileiro do ano passado, contra o Fortaleza, não teria mais grande relevância para as pretensões do Peixe na competição, o jogador optou por se preservar fisicamente. Àquela altura, o Alvinegro não tinha mais chances de conquistar vaga na Libertadores de 2023.
De acordo com a defesa, então, o zagueiro não provocou o cartão vermelho pelo suposto acordo com aliciadores, que teriam acordo com o atleta para ele ser expulso, com a intenção de obter vantagens em apostas esportivas. A informação sobre as alegações dos advogados foi divulgada inicialmente pelo "Globo Esporte".
O LANCE! confirmou que Eduardo Bauermann teria atuado com dores nos jogos investigados pelo MP-GO, diante de Avaí e Botafogo. A revelação foi feita pelo ex-médico do Santos Guilherme Dilda, que prestou depoimento como testemunha no Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) na última quinta-feira (1).
De acordo com declarações do doutor, Bauermann sofreu trauma no pé durante o confronto com o Atlético-GO, pela 35ª rodada. O defensor, no entanto, se demonstrou disposto a fazer sacrifícios e entrar em campo nas duas partidas seguintes, para tentar ajudar o time a conseguir uma vaga na Libertadores e se distanciar do Z4, por exemplo. Os confrontos são justamente os investigados pela Operação Penalidade Máxima.
O zagueiro, então, teria atuado com infiltrações para aliviar as dores e conseguir jogar. Os laudos médicos sobre a lesão foram anexados pela defesa de Bauermann no processo.Bauermann em treino do Peixe na véspera do jogo contra o Botafogo (Foto: Ivan Storti / Santos FC)
PUNIÇÃO E ALÍVIO
Eduardo Bauermann foi punido pelo STJD e pegou 'gancho' de 12 jogos de suspensão. A sentença foi a menor entre os oito julgados pelo órgão no caso de manipulação de apostas.
Adriane Hassen, relatora do processo, citou o não cumprimento de Bauermann nos acordos feitos com os apostadores e a devolução do dinheiro por parte do jogador aos aliciadores. O zagueiro, que corria riscos de ser banido do futebol, se emocionou e chorou após ouvir a decisão. A punição foi de seis partidas para cada jogo em que o atleta aceitou o acordo proposto pelos criminosos.
O defensor teria aceitado levar um cartão amarelo em Santos x Avaí. Após não cumprir o combinado, Bauermann acordou em ser expulso em Botafogo x Santos, na rodada seguinte. Ele chegou a levar o cartão vermelho, mas após o apito final, o que não é válido nas casas de apostas.
Veja as punições dos atletas investigados:
Moraes (Aparecidense-GO): 760 dias e multa de R$ 55 mil
Gabriel Tota (Ypiranga-RS): banimento e R$ 30 mil
Paulo Miranda (sem clube): mil dias e R$ 70 mil
Eduardo Bauermann (Santos): 12 jogos
Igor Cariús (Sport): absolvido
Fernando Neto (São Bernardo): 380 dias e R$ 15 mil
Matheus Gomes (sem clube): banimento e R$ 10 mil
Kevin Lomónaco (Bragantino): 380 dias e R$ 25 mil