Investigado pelo Ministério Público do Estado de Goiás, na Operação Penalidade Máxima, o zagueiro Eduardo Bauermann deve ter o seu futuro no Santos definido nesta terça-feira, 9. Isso porque a direção do clube alvinegro se reunirá com a defesa do jogador para esclarecer a suposta participação do atleta com uma quadrilha que manipulava ações em jogos do futebol brasileiro para obter vantagens nos sistemas de apostas esportivas.
Existe a possibilidade do defensor ser afastado preventivamente do elenco santista enquanto o MP-GO apura o possível envolvimento dele no caso. Esse afastamento pode ser estendido caso o órgão decida por abrir um processo criminal. A medida, no entanto, não pode acontecer por um período indefinido. Ela precisa ter um prazo para acontecer. Esse tempo, porém, pode ser aumentado ou diminuído de acordo com o curso do processo.
A possibilidade de rescisão contratual por justa causa já é mais complexa e só poderia acontecer em caso de condenação. Assim, em um primeiro momento, Bauermann pode ser afastado até o fim das investigações do Ministério Público. Caso a entidade opte por abrir um processo contra o zagueiro, o Peixe tem o direito de ampliar o tempo do afastamento do jogador. Por fim, caso a justiça comprove o envolvimento do atleta no esquema, além da condenação, o profissional poderá ter o seu contrato rompido sem ter o direito de receber indenização alguma.
De acordo com a revista Veja, Eduardo Bauermann teria recebido R$ 50 mil de um membro do grupo criminoso para ser advertido com um cartão amarelo na partida em que o Santos empatou em 1 a 1 com o Avaí, em novembro do ano passado, pelo Brasileirão. O defensor, no entanto, não foi punido e como já teria se apossado do dinheiro, se comprometeu a ser expulso no jogo seguinte, contra o Botafogo. O cartão vermelho foi dado pela arbitragem ao zagueiro, por reclamação, mas após o apito final, quando a punição não é mais contabilizada para a aposta.
Em um segundo momento a Veja também publicou o que seria uma conversa entre o jogador santista e um membro da quadrilha. Nela, o atleta é cobrado pelo descumprimento do acordo no primeiro jogo e por ter recebido a punição em um momento no qual a aposta já estava fechada.
Bauermann foi procurado pela diretoria do Santos após a divulgação das matérias, mas negou o envolvimento. No início da segunda fase da operação Penalidade Máxima, em abril, ele havia buscou a direção para informar que era um dos jogadores investigados. O defensor, no entanto, disse que houve uma tentativa de aliciamento por parte dos manipuladores, mas que ele não aceitou a investida. Ainda assim, o atleta não denunciou o assédio na época em que a situação ocorreu.
O clube alvinegro, então, optou por confiar na boa fé do profissional e aguardar o andamento das investigações sem tomar medida alguma contra o zagueiro. Porém, agora os santistas querem buscar mais informações e ter materialidade, como documentos e até mesmo acesso à investigação, se possível, para tomar alguma decisão em relação ao caso. Nos bastidores da Vila Belmiro, a diretoria santista tem sido pressionada a tomar uma 'decisão enérgica' na situação.