O clima no São Paulo não é dos melhores. Não bastasse a derrota no clássico no último domingo para o Palmeiras por 4 a 0, o clube ainda enfrenta seguidos atrasos de direitos de imagem. O clube está perto de completar quatro meses sem fazer esse tipo de pagamento, depositando apenas o salário combinado em carteira. A situação até rendeu uma brincadeira de Michel Bastos.
“Vai do jogador na hora de fazer o contrato. Quando vim, me falaram que o São Paulo nunca foi de atrasar, sempre arcou com os compromissos. Claro, se eu soubesse o que ia acontecer, tinha colocado tudo em carteira, mas a gente sabe que a situação vai mudar”, disse o camisa 7 sobre alguns jogadores do clube se beneficiarem de ter todo o salário pago em carteira de trabalho.
Caso um clube atrase três meses de salários em carteira, o jogador tem direito de entrar na Justiça para quebrar o seu vínculo de trabalho. O mesmo não acontece com os direitos de imagem, que muitas vezes acabam se tornando a maior parte do salário dos atletas.
Apesar de admitir as dificuldades Michel ainda exime a diretoria de culpa. “Sabemos que hoje a situação do clube financeiramente é complicada. Devido a isso, abrir mão de alguns jogadores a gente entende, mesmo sabendo que são importantes. Fazer o quê? É continuar trabalhando da mesma forma”, explicou o jogador.
O São Paulo perdeu no último mês o zagueiro Paulo Miranda e o volante Denílson. Além disso, a venda de Rodrigo Caio para o Valencia se tornou a grande esperança da diretoria para regularizar a situação financeira, mas há o risco de que a negociação não se concretize mais.
Apesar de toda a questão, Bastos reforça que as dívidas não estão influenciando o desempenho do São Paulo dentro de campo.
“Lógico que a gente quer receber, somos trabalhadores, mas isso vem desde o ano passado e não nos impediu ficar em segundo do Brasileiro. Tudo aconteceu com essa situação, isso não está influenciando dentro de campo. Somos profissionais e esse é nosso trabalho”, concluiu o meia.