Uma dívida antiga, de 2006, fez o São Paulo ter penhorada parte do valor que receberá pela venda de Rodrigo Caio ao Valencia. Em decisão publicada nesta quarta-feira, a Justiça determinou que até R$ 3.119.479,69 dos cerca de R$ 44 milhões da transferência para o clube espanhol serão bloqueados.
A cobrança partiu da Prazan Comercial, há quase dez anos, e é relativa a comissão que empresários teriam direito pelo empréstimo de Jorginho Paulista. O clube inicialmente foi condenado a pagamento de R$ 981.305,40, valor que, pelo acréscimo mensal de juros, explica o montante determinado pela penhora.
Em maio, dias antes de enfrentar o Cruzeiro, pela Copa Libertadores, a atual diretoria do São Paulo foi notificada judicialmente. Segundo o presidente Carlos Miguel Aidar, a renda da partida no Morumbi (R$ 3.672.805,00), então, seria utilizada para pagar a Prazan, o que não ocorreu.
"Até hoje não há nos autos qualquer informação sobre o pagamento. É evidente a inércia", diz trecho da decisão. "Usamos normalmente a renda", confirmou o diretor financeiro do clube, Osvaldo Vieira de Abreu, à Gazeta Esportiva, nesta quarta-feira.
Além da penhora, os advogados da empresa credora ainda solicitaram que a Federação Paulista de Futebol e a Confederação Brasileira de Futebol não dessem seguimento à documentação da transferência de Rodrigo Caio caso a dívida não fosse paga. Esse pedido, no entanto, foi indeferido, porque "o atleta é terceiro estranho aos autos e não pode ter sua carreira esportiva prejudicada pelo litígio".
A venda de Rodrigo foi a terceira maior do São Paulo na história, atrás apenas dos valores recebidos por Lucas (negociado com o Paris Saint-Germain) e Denilson (Betis). O zagueiro de 21 anos se despediu do elenco na terça-feira, em visita ao CT da Barra Funda, e seguirá à Espanha ainda nesta semana para realizar exames médicos e assinar contrato.