Filipe Toledo volta ao CT da WSL pronto para alcançar bons resultados: "vai ser bem legal"

O atleta brasileiro gera muitas expectativas depois de ter se afastado da WSL em 2024.

23 jan 2025 - 23h24
(atualizado às 23h24)
Filipe Toledo, bicampeão mundial de surfe, disputará Jogos Olímpicos de Paris
Filipe Toledo, bicampeão mundial de surfe, disputará Jogos Olímpicos de Paris
Foto: Beatriz Ryder/World Surf League / Esporte News Mundo

O surfista brasileiro bicampeão mundial Filipe Toledo se prepara para retornar à WSL depois de um ano sabático. Em entrevista coletiva realizada nesta quinta-feira (23), o atleta explicou suas escolhas e revelou estar animado para competir profissionalmente.

- A decisão foi planejada e pensada. É muito delicado tomar uma decisão em cima da hora, como foi feito. Falei com os meus patrocinadores, managers e com a WSL. Depois de dois intensos anos buscando e conseguindo os títulos, vi que era a hora perfeita para descansar. Foi um bom ano que aproveitei bastante em casa para ser um ser humano normal e não um atleta profissional. Tirou o peso e meus pensamentos para a competição e era o que eu precisava. Meu preparo (para o CT 2025) foi no fim do ano de 2024, voltando devagar, fazendo os treinos e surfando. Acredito que estou preparado para começar mais uma temporada - iniciou Toledo.

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O brasileiro se afastou da WSL no ano passado, mas explicou que isso foi importante para voltar mais forte em 2025.

- Sendo sincero, não tive saudades do Circuito. Queria descansar e aproveitar mas, (assistindo) alguns eventos, pensava que queria estar lá. Fiquei em casa bem relaxado (risos). Todo mundo está animado para Gold Coast que está de volta, assim como J-Bay. Essas pequenas mudanças de data trouxeram uma dinâmica maior ao Tour, algum frescor. No nosso caso, quem já estava há alguns anos no CT, mudar um pouco é sempre bom. A etapa que estou mais animado é a da Gold Coast, mas o Circuito inteiro vai ser bem legal - analisou Filipe.

Sem Gabriel Medina e John John Florence, a corrida pelo título mundial da categoria masculina está ainda mais aberta. Toledo revelou que tem outros atletas que pedem passagem na briga pelo topo.

- Sempre falei que existem alguns nomes que se destacam um pouco mais, porém o circuito todo é muito forte. (…) Obviamente, Gabriel e John John se destacaram nos últimos dez anos. Todo mundo está apto a brigar por um título mundial, precisamos estar atentos com a nova garotada. Com tantas mudanças, a galera toda se machucando, sai um e entra outro (…) quem já se destaca, Jack Robinson, Ethan Ewing, acho que o Yago Dora é um grande nome para esse ano. Vai dar trabalho e ser divertido.

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A pausa na carreira de atleta foi apoiada pela família Toledo. Agora, Filipe está de olho em retornar aos eventos da WSL em alto nível.

- Desde quando decidimos ter a pausa, o plano sempre foi voltar em 2025. Todo mundo estava avisado que eu ia voltar a competir. Na hora de me despedir, machuca mesmo, mas eu já estava preparado para virar a chave e voltar ao modo Circuito Mundial.

Questionado se existe algum pico de preferência para vencer uma etapa em 2025, Filipinho não fugiu da responsabilidade. Além disso, comentou sobre a entrada no ramo dos negócios.

- Já tenho vitória na Gold Coast, então poderia ser em Pipeline para completar ainda mais o álbum (risos). (…) Estou abrindo a primeira filial do "Let's Poke" em São José dos Campos em fevereiro. (…) Oficializamos ainda mais a parceria com a Sharp Eye e são coisas que, de alguma forma, vão me manter no surfe no dia que eu parar (de competir). O foco é um dia não depender do surfe, mas estar envolvido com a indústria. Poder tirar meu tempo para surfar e viver do meu lifestyle. Não vou parar agora, tem muitos campeonatos mundiais, Olimpíadas, muita coisa para acontecer! - revelou Toledo

O ano de 2024 foi de muito aprendizado fora do surfe. Toledo analisou o que a pausa na carreira ajudou em sua vida pessoal e profissional.

- Saber respeitar meus pensamentos e limites. Foi um ano que saí para descansar e estava trabalhando igual a um doido (risos), deveria ter ficado no Circuito. Temos que ter um tempo para organizar e aprender fora do surfe, o que foi bom para mim. Nosso lado competidor está sempre aqui e corre no sangue e veia. Chegou um momento que começou a dar saudade, então foi perfeito para voltar (a competir) - explicou.

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As etapas da Austrália e África do Sul geram expetativas para o brasileiro. A escolha do local do Finals, a ser disputado em Fiji, também animou Filipe.

- Jeffrey's Bay e Gold Coast são duas ondas que encaixam muito no meu surfe. Me divertir fazia eu arriscar mais, eu trouxe muito do risco e do surfe "high performance" e era o meu diferencial. (..) Isso que é legal, a partir do momento em que viro referência de elevar o nível em certos eventos. Volto com a sede de continuar fazendo história. Tive bons e maus resultados em Fiji, fomos para G-Land (Indonésia) nesse meio-tempo sem Cloudbreak. Acho legal que vai voltar (pro CT), vai ser maneiro, a meta é estar lá incomodando a galera! - analisou o atleta.

O novo calendário gerou muitos assuntos na pré-temporada. Toledo fez uma análise dos picos que vão receber os melhores surfistas do mundo em 2025.

- Teahupo'o sempre esteve no Circuito e era a última etapa antes do Finals, acaba voltando ao normal. A grande mudança é o Finals em Fiji, espero que a gente consiga pegar uma boa condição. Sei que em setembro não tem as melhores ondas, mas pode acontecer de pegar (um dia) muito bom e espero que isso aconteça para a gente finalizar com chave de ouro. Estávamos na "mesmice" durante muito tempo e agora tem essa mudança com a volta da Gold Coast, J-Bay, a data dos eventos, a chegada de Abu Dhabi, vai ser bem legal e dinâmico. Vai trazer mais sagacidade para a galera, se dedicando e fazendo o Tour mais divertido em 2025 - revelou o brasileiro.

Questionado pelo ENM sobre os objetivos para 2025, Filipe Toledo explicou que pensa em competir e se alegrar dentro d'água.

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- Minha prioridade esse ano é me divertir, curtir e pegar onda. Passar baterias, ganhar campeonatos, se tudo der certo. Se acontecer de estar no Finals, show de bola, mas quero aproveitar o Circuito Mundial. Voltar e pegar o ritmo de competição. É obvio que o título mundial é sempre um objetivo mas, esse ano, é ser feliz. Quero passar do corte, pegar altas ondas e fazer o que fazia quando cheguei ao CT. Queria ser um campeão mundial, mas eu via que eu me divertia muito mais e essa é a meta - disse Toledo.

As redes sociais acompanhavam a vida de um atleta de ponta. Filipe criticou o meio, mas mostrou sua importância quando utilizado de maneira positiva.

-Na minha visão, todo mundo está ficando doido. Cada um fala o que quer, todos perdendo o controle. O meu trabalho depende das redes, um veículo que traz visibilidade para os nossos patrocinadores. Uso como minha ferramenta de trabalho (…) e a parte da diversão com memes para dar risada - explicou.

Finalizando a coletiva, Filipe Toledo analisou a importância da pausa na carreira e disse estar preparado para disputar mais títulos mundiais.

- Cuidei de mim, do meu corpo e cabeça. Aprendi muito fora do surfe como empreendedor, pai e outras áreas. Foi essencial tirar totalmente a atenção do surfe profissional, de competição e de cobranças o tempo todo. Minha meta não é igualar ao Gabriel Medina, John John Florence, Mick Fanning e sim ganhar títulos mundiais. Não interessa se serão dois, cinco ou dez. Sempre coloquei como meta entregar o meu melhor e deixar um legado. São exemplos a serem seguidos e é isso que quero fazer para a próxima geração - concluiu.

Filipe Toledo volta ao Championship Tour da WSL com muita vontade de vencer, mas de olho em recuperar o surfe que encantou o público. A corrida pelo título mundial começa no dia 27 de janeiro, nas ondas de Pipeline.

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