Djokovic pode ter fraudado exame de covid-19, diz jornal

De acordo com a revista alemã 'Der Spiegel', testes apresentados pela defesa do tenista à justiça australiana conflitam com os dados sérvios

12 jan 2022 - 16h45
(atualizado às 17h02)

A novela envolvendo a entrada de Novak Djokovic na Austrália pode ganhar mais um capítulo. De acordo com a revista alemã Der Spiegel, o tenista sérvio pode ter mentido sobre o fato de ter contraído coronavírus recentemente, levantando suspeitas de fraude. O sérvio alegou que já tinha sido diagnosticado com covid anteriormente e por isso não se vacinou, requisito obrigatório para ingressar no país.

No entanto, a revista afirma que os documentos apresentados pelos advogados de Djokovic à justiça australiana na audiência de segunda-feira, dia 10, não batem com os dados do Instituto de Saúde Pública da Sérvia.

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Djokovic em uma sessão de treinamento no Melbourne Park
Djokovic em uma sessão de treinamento no Melbourne Park
Foto: EPA / Ansa - Brasil

"Os dados digitais do exame número 7371999 sugerem que o resultado negativo seria de um exame feito no dia 26 de dezembro às 14h21 no horário sérvio, e não no dia 16 de dezembro, como indicou a defesa do jogador. A data posterior, no entanto, poderia ter sido a do registro ou download do resultado, apesar de o mais comum ser o registro imediato após o resultado", diz a publicação.

Ainda de acordo com a Der Spiegel, o exame apresentado pela defesa do tenista, datado em 22 de dezembro, possui o número de registro 7320919. Os exames são organizados de maneira sequencial e, coincidentemente ou não, a diferença entre os dois testes é de pouco mais de 51 mil, a mesma entre os realizados entre 22 e 26 de dezembro na Sérvia.

Outro ponto divergente é o QR code disponível no teste de Djokovic realizado no dia 16 de dezembro. A revista encontrou dois resultados diferentes ao consultar o exame no espaço de cerca de uma hora, na segunda-feira. Às 13h19, o resultado aparecia como negativo. Na segunda checagem, às 14h33, o resultado era positivo.

Nesta quarta-feira, dois dias após receber a permissão da Corte australiana para permanecer no país, Djokovic confirmou um "erro humano" de seu agente no preenchimento do formulário apresentado ao entrar no país. No documento, o tenista declarou que não fez nenhuma viagem nos 14 dias anteriores ao voo para a Austrália, diferentemente do que suas postagens nas redes sociais indicavam.

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O jogador também afirmou que deu uma entrevista ao jornal francês L'Equipe no dia 18 dezembro, dois dias após supostamente ter testado positivo para o vírus, confirmando a violação do protocolo de isolamento. No dia 17, ele também participou de um evento em Belgrado, capital sérvia.

A primeira-ministra da Sérvia, Ana Brnabic, afirmou nesta quarta-feira que Djokovic será investigado por violar as regras de isolamento. "Existem alguns padrões que precisam ser cumpridos. Neste caso, me parece que, se ele estava ciente disso, é uma clara violação das regras. E quais são as sanções, é isso que as instituições relevantes terão que investigar"

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