Dois dias antes do início do Aberto da Austrália, o tenista número um do mundo, Novak Djokovic, retornou a um centro de detenção em Melbourne, enquanto a justiça decide sobre a sua deportação por não estar vacinado contra a covid-19.
O sérvio de 34 anos voltou, neste sábado (15), ao centro de detenção de imigrantes onde foi detido por cinco dias na semana passada, até que seus advogados conseguiram reverter uma primeira expulsão do país.
O governo australiano cancelou seu visto pela segunda vez nesta sexta-feira (14), mas não prosseguiu com sua expulsão imediata até a decisão do tribunal sobre o recurso interposto pelos advogados do jogador.
O caso está nas mãos de um tribunal federal, depois que o juiz de Melbourne, a quem os advogados do tenista apelaram, se declarou incompetente. Essa mudança pode retardar o procedimento, estimou sua defesa.
De acordo com a documentação apresentada ao tribunal, as autoridades do país oceânico argumentam que a presença de Djokovic "pode estimular o sentimento antivacina" e causar "agitação social", razões pelas quais solicitam a sua expulsão.
O tribunal realizou neste sábado uma audiência, que Djokovic acompanhou eletronicamente, e outra está marcada para este domingo (16), apenas um dia antes da suposta estreia de Djokovic no Melbourne Park contra seu compatriota Miomir Kecmanovic.
Após a sessão, um comboio de veículos deslocou-se do escritório de advocacia do tenista, onde era vigiado por agentes, para o antigo Park Hotel, convertido em centro de migrantes.
O caso pode ter repercussões de longo prazo para o número um do mundo, que corre o risco de ser banido da Austrália por três anos.
Isso seria um sério revés para "Nole", que almeja conquistar seu 10º título em Melbourne e sua 21ª vitória em um Grand Slam, batendo o recorde absoluto que agora divide com Roger Federer e Rafael Nadal.
O interesse esportivo do primeiro Grand Slam do ano foi ofuscado pela saga judicial de Djokovic, que se tornou uma das referências mundiais antivacina. / AFP