A 9ª edição da Pesquisa Game Brasil revela que a população gamer no país cresceu 2,5 pontos percentuais em comparação a 2021, registrando sua maior marca histórica. Nunca se jogou tanto por aqui: segundo o estudo, 74,5% dos brasileiros jogam games digitais, ou seja, 3 em cada 4 pessoas no país são jogadores de videogame.
A pesquisa, que traça o perfil do gamer brasileiro, aponta que o smartphone segue a plataforma favorita no país, com liderança isolada: 48,3% do público joga no celular. Computadores aparecem no 2º lugar, com 23,3% (na soma entre desktops e notebooks), e os consoles domésticos ficam em 3º, 20%.
O engajamento do público brasileiro com jogos eletrônicos aparece ainda mais forte quando se observa que, para 76,5% dos gamers, os jogos eletrônicos são a principal forma de entretenimento. Este número apresenta um aumento progressivo: registrou 57,1% em 2020 e 68% em 2021, totalizando um aumento de 8,5 pontos percentuais em relação ao ano anterior.
“Os jogos eletrônicos se solidificam cada vez mais em sua significativa importância na vida dos brasileiros, independente de sexo, idade ou até mesmo classe social, como uma das plataformas de entretenimento mais relevantes”, conta Guilherme Camargo, sócio do Sioux Group e professor na pós-graduação da ESPM.
Quem é o gamer brasileiro?
As mulheres representam 51% dos brasileiros que jogam games digitais, tendência que a PGB já apontava em anos anteriores. “Essa predominância se relaciona aos smartphones, plataforma com mais adeptos de jogos no Brasil e com volume ainda maior do público feminino (60,4%), mas também com as características gerais da população do Brasil”, complementa Camargo.
Em relação à etnia dos jogadores, a 9ª edição da pesquisa mostra que a maior parcela do público gamer se identifica como parda ou preta (49,4%, na soma), seguida por pessoas que se declaram brancas (46,6%). Já sobre a idade dos jogadores, pessoas de 20 a 24 anos são a maioria entre este público no Brasil, com 25,5%. Na sequência, a PGB 2022 mostra que o hábito de jogar games é mais comum entre adolescentes de 16 a 19 anos (17,7%) e pessoas de 25 a 29 anos (13,6%).
“Ainda assim, o que o levantamento nos diz é que não existe idade para jogar jogos eletrônicos, uma vez que a diferença percentual entre as mais variadas faixas de idades é equilibrada. Pessoas entre 30 e 34 anos, por exemplo, representam 12,9% dos jogadores no Brasil, e quem tem de 35 a 39 anos representa 11,2% do público”, acrescenta Carlos Silva, sócio da GoGamers.
Por fim, no que diz respeito à classe social, a maioria dos jogadores são de classe média (B2, C1 e C2), com 62,7%. Pessoas de classe média alta (B1) representam 12,3% do público, procedidas pela classe A, que representa 13,5%, e pela base da pirâmide (classes D e E) com 11,6%. Este dado condiz com a renda familiar média dos jogadores no Brasil: a maioria (29,1%) possui uma renda de entre R$ 2.090,01 à R$ 4.180, procedida por pessoas que recebem até R$ 2.090 (27,5%). O público com renda de R$ 4.180,01 à R$ 10.450 é de 26,7%.
"Computadores e consoles para jogar apresentam custos elevados para os padrões da maioria dos brasileiros. No entanto, os smartphones democratizam este hábito, uma vez que existem em maior quantidade do que a própria população do Brasil. Outro aspecto é que o brasileiro sempre encontra uma forma de driblar os altos preços, seja estendendo a vida útil das gerações antigas de consoles ou se dedicando a poucos jogos", comenta Silva.
Antenado nas novidades
Uma das ideias comuns sobre o público gamer é de que são pessoas que estão sempre ligadas nas últimas novidades tecnológicas e, a julgar pelos dados da Pesquisa Game Brasil, é um estereótipo correto, ao menos com relação aos termos da moda nos últimos meses: NFT e metaverso.
O conceito de metaverso aparece com mais popularidade entre os jogadores do Brasil, sendo conhecido por 63,8% da comunidade. Há, ainda, uma parcela considerável de jogadores favoráveis a atividades relacionadas ao conceito de metaverso — 59,3% do público gosta da ideia de ter eventos sociais dentro dos jogos, como assistir a filmes dentro de um jogo, enquanto 51,7% simpatizam com marcas que aparecem dentro dos jogos.
Os NFTs (Tokens Não Fungíveis) são outra novidade presente entre o segmento, e um pouco mais da metade dos gamers no Brasil (50,8%) ainda não sabem a respeito dos itens não fungíveis. Entre quem está por dentro do conceito, 32,1% possuem NFTs.
A PGB é desenvolvida pelo Sioux Group e Go Gamers em parceria com Blend New Research e ESPM. Em 2022, o estudo ouviu 13.051 pessoas em 26 estados e no Distrito Federal entre os dias 11 de fevereiro e 7 de março.