Análise: Elden Ring é RPG de ação imperdível

Novo RPG da FromSoftware oferece mundo aberto incrível e cheio de segredos e desafios

23 fev 2022 - 12h01
(atualizado em 24/2/2022 às 07h38)
Conheça Elden Ring, o jogo mais aguardado do ano
Video Player

Toda geração de consoles tem aqueles games que ficam marcados na memória dos jogadores, referências imediatas de uma determinada época ou plataforma: Mario Bros, Sonic, GTA, Call of Duty, Skyrim, The Witcher, Zelda. É como um clube seleto de jogos inesquecíveis que aceita novos membros muito ocasionalmente - Elden Ring é, sem dúvida, o mais novo membro desse clube.

Elden Ring é RPG de ação em mundo aberto para PC e consoles
Elden Ring é RPG de ação em mundo aberto para PC e consoles
Foto: FromSoftware / Divulgação

O game da FromSoftware é um RPG de ação ambientado em um grande mundo aberto, em que o jogador assume o papel de um aventureiro com uma missão: vencer os Lordes que assombram as Terras Intermédias, recuperar o anel prístino fragmentado e reinvindicar seu lugar como Lorde Prístino. Falando assim, parece fácil, mas não faltam desafios, segredos e mistérios no caminho do jogador.

Publicidade

Nem me refiro ao grau de dificuldade, mas a quantidade de lugares, eventos e mesmo missões secundárias. Você pode até dar seus primeiros passos na campanha principal, mas não demora para desviar a atenção para alguma outra tarefa e partir, feliz da vida, para explorar os mistérios do mundo criado pelo escritor George R.R. Martin, de Game of Thrones, e buscar tesouros e aventuras nas masmorras ardilosas projetadas na mente do diretor Hidetaka Miyazaki.

Levante-se, Maculado

São 10 classes de personagem para escolher, do clássico cavaleiro de armadura pesada, aqui chamado de Vagabundo, ao exótico mago espadachim Prisioneiro, uma espécie de "homem da máscara de ferro" que domina as artes arcanas tão bem quanto a espada, passando por heróis bárbaros, guerreiros habilidosos, astrólogos, profetas e por aí vai. O samurai parece meio deslocado, mas está mais para um "ranger" de fantasia medieval do que para o sizudo cavaleiro nipônico. 

Para os jogadores menos acostumados ao gênero, o Confessor traz uma boa combinação de força, resistência e magias de cura. Para quem procura encrenca, o Miserável é a classe ideal, um personagem desprovido de equipamentos e usando apenas trajes mínimos, pronto para ser moldado como você desejar.

Publicidade
Cada classe de Elden Ring favorece um estilo de jogo
Foto: Bandai Namco / Divulgação

Conforme derrota inimigos e evolui, é fácil mesclar elementos de outras classes, mas ter um ponto de partida sempre é uma boa. Elden Ring oferece uma variedade acertada de classes com diferenças significativas entre elas. Encarar os perigos das Terras Intermédias com um Bandido rápido e sanguinário é bem diferente de um cauteloso Profeta que lança suas magias a uma distância segura dos oponentes.

Um mundo cheio de aventuras

Torrente ajuda muito na hora de viajar pelo mundo de Elden Ring
Foto: Bandai Namco / Divulgação

Muitas franquias de videogame já cairam na armadilha do mundo aberto, colocando seus jogos que poderiam muito bem serem lineares, divididos em fases, em grandes mapas abertos cheios de nada - seja com literalmente nada para se fazer a não ser andar entre uma missão e outra, ou apinhado de tarefas irrelevantes que não pedem pela intervenção de um herói.

Calejado por games assim, sai da masmorra tutorial de Elden Ring com uma questão na cabeça: este enorme mundo aberto, as Terras Intermédias, justificam sua existência? É um mundo vivo, ativo e consistente? Depois de explorar suas regiões, conhecer seus personagens e me surpreender muito em diversos momentos, a conclusão não é se o formato era necessário, mas sim que Elden Ring não existiria sem esse mundo aberto.

Há muito o que se ver, muitos segredos e técnicas para dominar e, embora o jogo faça um ótimo trabalho em explicar suas mecânicas e até mesmo suas histórias - mesmo as desventuras de um personagem secundária menor são bem trabalhadas e perduram por muito tempo no jogo - há muita coisa que o jogo não revela nem explica. Cabe ao jogador descobrir estratégias para os inimigos mais fortes, seja na superfície do mundo ou nos corredores das masmorras e cavernas. A sensação de assombro ao dar de cara com algo novo, mesmo que para ver seu personagem morrer logo em seguida, é tão boa quanto a satisfação de derrotar um chefe pela primeira vez.

Publicidade
Dungeons de todos os tamanhos aguardam em Elden Ring
Foto: Bandai Namco / Divulgação

Os mapas de Elden Ring são pontuados por masmorras dos mais variados tamanhos - desde cavernas pequenas com duas ou três salas, até enormes castelos com mais de um chefe realmente poderoso, as infames "Legacy Dungeons", pontos em que a campanha principal avança, histórias são contadas e coisas acontecem. Um ponto muito positivo é que, procurando um pouco, o jogador sempre encontra um atalho ou rota alternativa para contornar essa masmorra temível e prosseguir com suas buscas, por algum tempo.

Não colocar gargalos que interrompem a exploração, as missões secundárias ou a simples coleta de itens para produzir aqueles armamentos secundários que serão super eficazes na próxima tentativa de derrotar um chefe em particular é, sem dúvida, parte do que vai manter muitos jogadores jogando e tentando progredir. O próprio sistema de retorno da morte funciona muito bem, poupando o jogador de atravessar estágios inteiros para tentar um novo round contra um chefão.

Outra vantagem dos Locais da Graça, as "fogueiras" de Elden Ring, é que eles sempre indicam o caminho, a direção em que se encontra a próxima missão principal. Sempre saber para onde ir é o melhor convite para ir em qualquer outra direção e experimentar o jogo de uma forma diferente do que seus colegas passarem, o que vai acabar rendendo muita conversa e até mesmo algumas sessões cooperativas. Poucos jogos tem esse nível de engajamento.

Combate, espíritos e cinzas da guerra

Desafio elevado nas batalhas é marca registrada da FromSoftware
Foto: Bandai Namco / Divulgação

O combate em Elden Ring é bastante acessível aos jogadores, com efeitos sonoros e animações que destacam bem a quebra da pose do adversário, a oportunidade para um acerto crítico e outros efeitos colaterais da trocação de golpes. É muito bom entrar em uma luta corpo-a-corpo e ver inimigos enormes tombarem diante do seu personagem.

Publicidade

Claro, muitas vezes, seu personagem vai morrer. Novos inimigos, principalmente os mais avantajados, são cheios de truques e padrões diferentes de ataques conforme a batalha avança. Observar e aprender é uma lição que vale para todas as classes de aventureiros em Elden Ring.

O bom é que seu personagem não está sozinho contra as legiões de seres malignos das Terras Intermédias. Além do fiel Torrente, sua montaria, você também conta com a ajuda de espíritos que pode invocar para andar ao seu lado. Fica o aviso: encontrar novos espíritos para sua coleção pode se tornar uma fixação rapidamente! Muitas vezes eles são recompensas por derrotar algum chefe, mas em outros casos, são itens em baús de tesouro ou em um cadáver nas profundezas de uma masmorra cheia de goblins.

Outra adição bacana são as Cinzas da Guerra, poderes mágicos que podem ser colocados nas armas do personagem. Algumas são bem simples, como aumentar bastante o dano do próximo golpe, enquanto outras tem efeitos mais mirabolantes, como gerar um campo gravitacional que puxa os inimigos para junto do personagem, deixando-os indefesos por um instante.

Considerações

Juntas, as novas mecânicas, a ambientação medieval fantástica, a história bem apresentada e ainda  mais, todas as outras pequenas histórias escondidas e esperando para serem descobertas, fazem de Elden Ring um game acessível e envolvente, daqueles que renderão centenas de horas de jogo e muitas outras horas de conversa com amigos, comparando "builds", aventuras, escolhas e todo tipo de detalhe vivido nas Terras Intermédias.

Publicidade
Elden Ring - Nota 10
Foto: Game On/Bandai Namco / Divulgação

Com razão, Elden Ring foi eleito o Jogo Mais Aguardado de 2022 no The Game Awards, o Oscar dos games, em dezembro do ano passado. As expectativas estavam lá em cima e, numa daquelas ocasiões cada vez mais raras no lançamento de um jogo, foram todas atendidas.

Disponível para PC, PS4, PS5, Xbox One e Xbox Series X/S, Elden Ring é um daqueles jogos que definem gerações de videogames.

*Esta análise foi feita com uma cópia de Elden Ring para PC, gentilmente cedida pela Bandai Namco.

Fonte: Game On
Curte games e e-sports? Acompanhe todas as novidades no Game On!
Ativar notificações