Análise: Silt é uma solitária e deslumbrante jornada submarina

Jogo de estreia da Spiral Circus cumpre sua proposta de forma majestosa e é um dos mais belos do ano

1 jun 2022 - 10h27
Silt é o jogo de estreia do estúdio Spiral Circus
Silt é o jogo de estreia do estúdio Spiral Circus
Foto: Divulgação / Fireshine Games

Talassofobia é o medo do mar, o medo do oceano. Suas profundezas se tornaram alvo da curiosidade e da imaginação humana, e Silt, jogo de estreia da Spiral Circus publicado pela Fireshine Games, constrói nesse cenário sua premissa para proporcionar uma belíssima, surreal e solitária aventura.

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Em Silt, o jogador assume o papel de um mergulhador em um abismo subaquático, onde parte em busca de mistérios há muito esquecidos. É um jogo de exploração e resolução de quebra-cabeças, ambientado em um vazio oceânico - e existencial - que ultrapassa o limite do surreal e não se preocupa em contar uma história: nunca saberemos como o mergulhador foi parar, acorrentado, no fundo do oceano ou o que está acontecendo ali.

Com uma jogabilidade simples e funcional, em Silt o jogador tem a habilidade de "possuir" criaturas marinhas para resolver quebra-cabeças e ir, pouco a pouco, mudando o ambiente ao seu redor para superar desafios e avançar por incontáveis cenários rumo às profundezas oceânicas.

Uma escolha interessante dos desenvolvedores é que o jogo não tem tutoriais e ensina apenas os comandos básicos do mergulhador. Ao fazer isso, Silt incentiva e premia a curiosidade e a criatividade para resolver a maioria de seus quebra-cabeças, que exigem atenção aos mínimos detalhes de um cenário caprichosamente desenhado à mão e criado por Tom Mead. 

Game tem pequenos problemas de ritmo, mas é uma experiência única
Foto: Divulgação / Fireshine Games

Embora existam algumas sequências complicadas - e talvez cansativas -, principalmente no que podemos chamar de “batalhas contra chefes”, os quebra-cabeças não são complicados. Ao se habituar com a mecânica de possessão e com as habilidades de cada criatura marítima, a resolução de cada cenário se torna simples até demais.

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Detalhe que quebra um pouco o ritmo do jogo, mas, ao abrir mão de qualquer tipo de dificuldade e ser uma jornada relativamente curta, durando em torno de quatro horas, Silt se torna uma experiência contemplativa. Sua belíssima arte monocromática é onde o jogo se destaca e realmente impressiona. Segundo o próprio desenvolvedor, Limbo, o jogo também de estreia da Playdead, serve como grande inspiração - e é imediato perceber isso.

Silt tem ambientes deslumbrantes desenhados à mão
Foto: Divulgação / Fireshine Games

Ao lado de uma trilha sonora sufocante, em que o som da respiração do protagonista é pesada e está sempre em evidência, e os poucos outros sons que ouvimos vem das criaturas ao redor, Silt constrói uma atmosfera sufocante, uma atmosfera solitária e angustiante.

Cada um desses detalhes parecem ter tomado horas e horas da dedicação e do carinho dos desenvolvedores e, nesses momentos, percebemos a importância e a beleza dos jogos indies que tentam sair do lugar comum.

Considerações

Silt - Nota: 8
Foto: Reprodução / Game On

Talvez o ritmo lento e contemplativo de Silt possa torná-lo um pouco cansativo, mas é nessa mesma contemplação que mora sua maior qualidade. Silt não é ganancioso ou exigente, mas cumpre sua proposta de forma deslumbrante. 

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É difícil dizer se ele ficará por muito tempo na memória ou apenas alimentará os pesadelos dos jogadores por algumas semanas, mas a experiência única que proporciona é realmente incrível.

Silt está disponível para PC, PlayStation 4, PlayStation 5, Switch, Xbox One e Xbox Series X/S.

Essa análise foi feita com uma cópia de Nintendo Switch gentilmente cedida Fireshine Games.

Fonte: Game On
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