Um dos destaques no mês de agosto é o lançamento de Adore, jogo indie brasileiro do estúdio Cadabra Games, em parceria com a QUByte Interactive, e que tem como principal chamariz um gameplay que foca na captura de simpáticos monstrinhos, semelhante aos jogos da popular franquia Pokémon.
Em desenvolvimento desde 2018, o game chamou a atenção do público e chegou a ganhar o prêmio de Melhor Jogo Brasileiro no BIG 2019, se destacando por seu gameplay inovador para o gênero e pela bela direção de arte.
O jogo estava disponível em acesso antecipado no Steam desde 2020 e agora chegou de modo completo para jogadores de PC, PlayStation, Switch e Xbox. Confira aqui o que achamos do game.
Explore o mundo de Gaterdrik
Adore é ambientado no mundo místico de fantasia chamado Gaterdrik, lugar onde Draknar, o Deus das criaturas está morto, e agora uma maldição está se espalhando e afetando as suas criaturas que habitam neste local.
Porém, antes de morrer, Draknar enviou sua última centelha de vida para Lukha, um jovem aprendiz de Adorador, que são as pessoas capazes de capturar e invocar criaturas para lutar ao seu lado.
Agora Lukha, o nosso protagonista da história, parte em uma jornada para reviver Draknar, enquanto explora os segredos do imenso mundo de Gaterdrik e tenta acabar Com Ixer, o maligno Deus que derrotou Draknar e agora espalha o caos no planeta e nas criaturas.
Capture e monte o seu time
Logo de cara a primeira coisa que notamos são os gráficos e visuais cartunescos coloridos, muito bem feitos e charmosos. A direção artística se destaca pelos designs criativos dos monstrinhos, cenários e personagens, com traços bem característicos.
Mas o ponto alto mesmo é a jogabilidade, uma mistura de ação isométrica ao estilo de Diablo com a captura de monstrinhos de Pokémon, um misto que incrivelmente se revelou ser bem simples e acessível, inclusive para jogadores casuais que não gostam de coisas muito complicadas.
Você não ataca os inimigos diretamente com Lukha, mas sim com os monstros capturados por ele. E claro, capturar os bichos para adicionar à sua lista é uma grande parte do jogo, e para fazer isso você primeiramente precisa de partículas de Gaterdrik, um item que aparece aleatoriamente nos mapas.
Para capturá-los basta manter uma certa distância e um certo ângulo, que depende de cada tipo de animal, e segurar o botão por alguns segundos. Parece simples, mas dependendo do monstro, que estará se movimentando e te atacando, pode se tornar uma tarefa complicada.
Lukha pode convocar até quatro monstros para atacar os inimigos em combates em tempo real bem fluídos, enquanto se esquiva e sai do caminho dos ataques, com o objetivo de preservar sua vida. Os monstrinhos também possuem barras de vida, e caso elas fiquem vazias, os danos feitos a eles são retirados da barra de energia de Lukha.
Por aí você já vê que o game adiciona um elemento de estratégia interessante, onde é necessário pensar para se manter vivo no game, e que não basta apenas sair apertando os botões. Basicamente é isso, usar o Lukha para capturar as feras com o seu cajado mágico, e as invocar para lutar contra as outras criaturas corrompidas.
O jogo oferece alguns recursos para personalizar seu estilo de gameplay assim como os monstrinhos capturados, criando vínculos e sistema de sinergia, para liberar habilidades especiais e combos mais variados e poderosos.
Por ser um roguelite, cada partida será uma experiência diferente, pois as masmorras, as criaturas e itens são gerados aleatoriamente, incentivando assim o jogador a sempre a se adaptar e explorar novas opções diferentes para uma jornada bem sucedida.
A trilha sonora também merece ser mencionada, com composições tranquilas e relaxantes, que embalam bem sua jornada pela captura dos monstrinhos. O game possui uma dificuldade acessível, porém alguns monstros e chefes mais robustos podem se mostrar casca grossa, fazendo você morrer inesperadamente.
Os pontos mais fracos que eu senti no jogo são principalmente com as masmorras, que possuem designs extremamente simples e fáceis de se explorar, longe de ser os labirintos complexos de um Diablo, e com o tempo a repetitividade pode cansar.
As missões que o jogo te obriga a fazer também são com pouco brilho, se resumindo a buscar itens ou lutar contra monstros específicos, o que com tempo pode se tornar monótono, além de a impressão de ambientes reciclados.
Por fim, também achei as caixas de legendas muito pequenas, jogando em uma televisão de 60 polegadas com um PlayStation 5.
Considerações
Adore é um jogo de ação roguelite que mistura elementos de Diablo e Pokémon, que permite aos jogadores capturar criaturas e evocá-las para combater inimigos. O game é charmoso e oferece uma jogabilidade envolvente e bastante acessível, mesmo para jogadores casuais. Se você é fã de Pokémon e jogos roguelite, certamente vale uma conferida.
Adore está disponível para PC, PlayStation 4, PlayStation 5, Switch, Xbox One e Xbox Series X/S.
*A análise foi feita no PlayStation 5, com uma cópia do jogo gentilmente cedida pela QUByte Interactive.