Lançado no final de setembro, Cocoon é a mais nova criação de Jeppe Carlsen, designer de jogabilidade de Libo e Inside!, da Playdead, que agora se aventura em um novo estúdio, a Geometric Interactive.
Assim como suas obras anteriores, o jogo tem pouca narrativa e muitos quebra-cabeças criativos, que vão revelando um mundo fantástico e intrigante conforme o jogador progride em sua aventura.
A ambientação meio futurista e alienígena de Cocoon não oferece muitas explicações e me lembra muito do conceito de "Numenera", do autor de RPG Monte Cook: tecnologias tão avançadas criadas tanto tempo atrás que poderiam muito bem ser magia.
Você controla um humanoide alado, que parece um pequeno besouro, e interaje com as máquinas e elementos desse mundo pressionando um único botão - além do visual fantástico, há um elemento táctil que torna a interação com cada mecanismo muito satisfatória. Não há indicadores na tela sobre o que fazer, embora o olhar atento revele muitos símbolos no cenário que ajudam de forma intuitiva a direcionar sua atenção.
Boa parte dos puzzles envolvem o uso de uma esfera, que o besouro pode carregar pelo mapa para ativar plataformas, mover objetos e viajar entre mundos. Há batalhas contra chefes enormes, que envolvem tanto raciocínio quanto agilidade. A esfera vai ganhando novas habilidades, que revelam um mundo muito maior do que o cânion alaranjado do início parece comportar.
Mundos dentro de mundos
Diferente das obras anteriores de Carlsen, Cocoon é um espetáculo visual vibrante e alienígena, que parece saído da capa de um álbum de rock progressivo - e a trilha sonora cheia de sintetizadores poderia muito bem estar dentro do álbum. É uma experiência engajante e surreal, que desafia o jogador a entender seus elementos e mecânicas - e quase nunca é frustrante, mas sempre exigente de atenção.
O que realmente surpreende em Cocoon é quão rápido o jogo transporta você para seu universo fantástico, em que cada mundo visitado é apenas um objeto dentro do mundo seguinte. Cada casulo tem toda uma realidade contida em seu interior - não é tão diferente do nosso mundo em comparação com a galáxia em que vivemos, ou mesmo o universo ao redor dela. É esse tipo de reflexão que o jogo proporciona enquanto você desvenda seus mistérios e encantos.
Considerações
Assim como os casulos carregados pelo seu protagonista insectóide, Cocoon entrega muito mais do que aparenta, com um design audiovisual incrível, muitos puzzles ambientais divertidos e mundos que nunca deixam de encantar.
Poucas vezes eu joguei um game de quebra-cabeças tão bom e recomendo: Cocoon é uma experiência obrigatória entre os muitos jogos incríveis de 2023.
Cocoon está disponível para PC, PS4, PS5, Switch, Xbox One e Xbox Series X/S. O jogo está incluso no catálogo do Game Pass.
*Esta análise foi feita no Xbox Series X, com uma cópia do jogo gentilmente cedida pela Annapurna Interactive.