Endling: Extinction is Forever foi lançado neste mês de julho para Nintendo Switch, PlayStation 4, PC e Xbox One pelo estúdio Herobeat e traz uma aventura de sobrevivência na pele de uma mamãe raposa. Com gráficos simples, mas bonitos, Endling encanta o jogador, ao mesmo tempo que o deixa extremamente preocupado com o desfecho dos personagens.
Logo de cara, o game já mostra sua faceta triste ao mostrar a raposa mãe correndo por sua vida enquanto uma floresta pega fogo. Ao sobreviver ao "prólogo", descobrimos que o animal está grávido e dá luz a quatro raposinhas. A parte triste é que uma delas é levada por um humano logo em seus primeiros dias de existência. Assim, o enredo do jogo gira em torno de sobreviver em um mundo destruído pela poluição e desmatamento, enquanto tenta manter os filhotinhos vivos, ao mesmo tempo que busca resgatar o filhote sequestrado.
Em termos de exploração, a raposa consegue correr, latir e farejar. Estes controles irão guiar toda a gameplay, mas com uma progressão consistente de acordo com a evolução da história. Farejar, por exemplo, será uma parte importante em seguir pistas do filhote desaparecido.
Punitivo de uma forma diferente
Endling irá te punir, mas não da forma que normalmente estamos acostumados com videogames. Isso porque o jogo não irá te machucar de uma forma a ficar com raiva durante a experiência, mas sim de ficar afetado com o que transcorre na tela. Com três filhotes para manter vivos, a mamãe raposa deve procurar toda noite por alimentos, enquanto se esforça para não esbarrar em armadilhas e caçadores.
A parte triste é que, eventualmente, é possível que algum dos filhotes seja pego nas andanças por aquele mundo. Mas, para tristeza do jogador, caso algum dos filhotes morra, seja por fome, ou por ataques, ou qualquer outro motivo, ele não irá retornar e você deverá lidar com a sua incapacidade de manter sua prole viva. E isso é punitivo.
E não, não existe opção de deixá-los na sua toca enquanto você se arrisca sozinho. Até mesmo porque a gameplay do jogo evolui de forma a permitir que os filhotes, aos poucos, aprendam habilidades que melhoram a exploração dos locais. Estas habilidades, em sua maioria, ajudam a encontrar mais comida.
Linearidade guia Endling
Apesar de possuir um mapa considerável e as fontes de alimento serem geradas de forma procedural a cada dia, a gameplay de Endling é bastante linear. A grande maioria dos bloqueios do mapa serão liberados de forma automática com a progressão da história. E isso pode incomodar alguns que desejam uma exploração maior.
Entretanto, a experiência pode variar bastante, mesmo com a linearidade do enredo, uma vez que a forma de se encontrar comida pode variar para cada um. Além disso, como falado acima, perder um ou mais filhotes pode mudar completamente o jeito que você irá lidar com o game.
Endling alcança o objetivo
Não tem como negar que Endling: Extinction is Forever deixa muito claro que quer tocar em assuntos necessários, como desmatamento e poluição. E, para alcançar seu objetivo, desenhou um jogo que é simples, mas extremamente certeiro para colocar o usuário na pele de alguém que é afetado pelas ações humanas nos mínimos detalhes.
Caso a sua raposa seja pega por um caçador, ele irá cortar o pescoço dela, ainda que sem a parte realmente gráfica do sangue. Entretanto, não é preciso ser gráfico para sentir a porrada. Passar por rios e florestas que ficam cada vez mais poluídos e destruídos a cada dia, também irá incomodar, de forma proposital.
Dessa forma, este game independente cumpre o seu objetivo de forma brilhante. Entretanto, como a missão de Endling: Extinction is Forever é passar um recado bastante pesado, não diria que qualquer jogador conseguirá passar pela experiência sem sair machucado.
Esta análise foi feita em um Xbox Series S com uma cópia do jogo gentilmente cedida pela HandyGames.