A franquia Assassin's Creed comemora quinze anos em 2023 e para brindar este marco, a Ubisoft resolveu lançar Mirage, um Assassin's Creed que prometia retornar às origens da série. Ou seja, um foco maior no culto dos assassinos e também no que fez AC grande: parkour e furtividade.
Com uma história funcional, é possível dizer que o objetivo foi cumprido. Assassin's Creed Mirage consegue passar a sensação que estamos jogando um AC mais antigo, além de ter trazido um merecido respiro na saga.
História simples
Em Mirage, acompanhamos a história de Basim, personagem introduzido em Assassin's Creed Valhalla. Porém, quando o conhecemos lá, ele já é um homem e assassino formado. Aqui, vamos conhecer Basim na flor de sua juventude e antes de adentrar para a irmandade dos assassinos, conhecida como Ocultos.
Me considero fã da franquia AC, mas nunca fui um grande admirador das histórias contadas pelos jogos. Sempre tiveram a habilidade de serem muito funcionais para que nos divertissemos levando o personagem do ponto A ao ponto B, mas sem brilhantismos. E, para mim, Mirage seguiu essa lógica.
Entretanto, um aspecto sempre se destacou comigo nos primeiros jogos de AC. O jeito com que a narrativa mesclava personagens históricos e acontecimentos reais com um mundo de fantasia próprio. Com o passar dos jogos, isso ficou mais robótico e menos inspirado. Entretanto, em AC Mirage, essa mescla retorna e de forma muito natural, principalmente na cultura envolvendo Bagdá.
Não há como entrar em grandes detalhes, uma vez que a narrativa está repleta de reviravoltas. Mas, em resumo, vamos acompanhar a jornada de Basim para virar um Assassino em uma Bagdá muito bem ambientada e que quer ele morto. E ah, uma grande vantagem é a duração da história. Mirage não insiste com centenas de horas de gameplay nem mesmo pra complecionistas.
Gameplay
Origins, Odyssey e Valhalla foram lançamentos de sucesso dentro da franquia Assassin's Creed. Os números de venda falam por si mesmo. Nessa trilogia, AC se transformou em um grande RPG medieval/de época e, ainda que agradasse muita gente, deixou os fãs mais apaixonados com um gosto de "acabaram com minha saga".
A boa notícia é que Mirage cumpre o que promete nesse quesito. O jogo vai demorar mais de uma hora pra entregar uma espada na mão de Basim e, mesmo após isso, jogar de forma furtiva costuma compensar mais do que partir para o confronto. Existe até mesmo uma janela de ferramentas de furtividade que irão te ajudar a passar despercebido por boa parte da narrativa.
Em termos de novidades na gameplay, não há nada que salte aos olhos, mas se falarmos de atualização de jogabilidade, o papo é outro. Como quem recentemente zerou a trilogia de jogos de Ezio Auditore, que tem um foco no parkour e furtividade, é gigantesca a evolução daqueles jogos para este. Mirage tem uma movimentação muito mais fluída e escalar prédios e ambientes por aqui é algo bem gostoso.
Guardadas as devidas proporções, mas a movimentação no jogo agrada de tal maneira que é possível fazer igual em alguns GTA, onde você cometia crimes para ver quão bem conseguiria fugir da polícia.
No frigir dos ovos
Assassin's Creed Mirage prometia ser uma volta às origens em termos de jogabilidade e até mesmo história. Esta promessa o jogo cumpre muito bem. Com uma gameplay que remete aos primeiros títulos e uma história funcional, Mirage vai agradar no quesito nostalgia - existe até mesmo uma opção no menu para alterar as cores para um filtro mais azulado, como no primeiro jogo da franquia.
Entretanto, vários anos se passaram desde o último jogo de Assassin's Creed no estilo que ele mesmo cunhou. Dessa forma, vários jogos com gameplay parecidas com a franquia da Ubisoft vieram desde então. Podemos falar de Horizon e Ghost of Tsushima, por exemplo. Desse modo, para os jogadores que não são tão apegados a Assassin's Creed Mirage, o jogo pode passar como uma experiência já vista antes.
Assassin's Creed Mirage será lançado nesta quinta-feira, 5 de outubro, para PC, Xbox Series e PS5.
Esta análise foi feita em um PlayStation 5 com uma cópia gentilmente cedida pela Ubisoft