Avatar: Frontiers of Pandora é lindo, mas só isso

Novo jogo da Ubisoft, ambientado no universo de James Cameron, carrega elementos de Far Cry e tem narrativa pouco inspirada e cansativa

11 dez 2023 - 17h26
(atualizado às 17h28)
Avatar: Frontiers of Pandora tem belos gráficos, mas jogabilidade e narrativa cansam
Avatar: Frontiers of Pandora tem belos gráficos, mas jogabilidade e narrativa cansam
Foto: Ubisoft / Divulgação

Os filmes da franquia Avatar podem até ser interessantes, mas não tiveram sucesso em me cativar. As únicas coisas que me chamam a atenção neles são os belíssimos cenários de Pandora, a cultura dos Na'Vi e como o cineasta James Cameron consegue transmitir, até certo ponto, realismo em um planeta fictício.

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Avatar: Frontiers of Pandora, desenvolvido pela Massive Entertainment e publicado Ubisoft, segue o mesmo caminho. É um dos jogos mais bonitos da geração, mas com pouca substância quando o assunto é narrativa – defeito que se estende também para a jogabilidade.

Roteiro desinteressante

É muito difícil não comparar Frontiers of Pandora com Far Cry, franquia já consolidada da Ubisoft. Ambos os jogos são em primeira pessoa, têm foco na exploração e na furtividade e colocam o jogador no centro da revolução de um povo oprimido contra um grande governo ou organização maligna.

Em Avatar, estamos na pele de uma Na’vi que foi raptada pelos humanos em sua infância, sendo treinada pela RDA para lutar contra seu próprio povo.

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Após a revolução liderada por Jake Sully, protagonista dos filmes, a protagonista de Frontiers of Pandora e outros jovens Na'vi são congelados, acordando 16 anos depois em um mundo dominado pela guerra. Agora, é preciso juntar as diferentes tribos do planeta e liderar a guerra contra os humanos da RDA. Eu queria poder falar mais da história, mas, sendo sincero, não consegui prestar muita atenção.

Você deve juntar as outras tribos Na'vi para lutar contra a RDA
Foto: Avatar: Frontiers of Pandora / Reprodução

Assim como nos filmes de James Cameron, o jogo tem muitos diálogos de exposição, que servem apenas para revelar detalhes da história e do mundo. Essa forma narrativa acaba abusando de cutscenes, além de apresentar diálogos fracos e um roteiro extremamente chato.

Particularmente, as primeiras horas de Avatar: Frontiers of Pandora são uma das piores que eu já experimentei, e estes problemas persistem por toda a campanha.

Jogabilidade simples

As primeiras horas de Avatar colocam você num caminho cansativo de exploração
Foto: Avatar: Frontiers of Pandora / Reprodução

A jogabilidade usa muito do que é visto em Far Cry, apresentando muitas mecânicas semelhantes. Como um Na’vi, podemos controlar armas primitivas, como arcos e flechas e estilingues, ou também utilizar as poderosas armas de fogo dos humanos, como rifles, metralhadoras e escopetas.

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Mesmo com tantas opções, nenhuma delas tornam o combate de Avatar bom. A mecânica de tiro das armas de fogo é uma das piores que eu já vi em um título desse porte, enquanto as armas primitivas são extremamente poderosas contra os robôs gigantes e naves da RDA, o que, além de não fazer nenhum sentido, deixa o jogo pouco desafiador.

Além do sistema clássico de missões primárias e secundárias que existem em quase todo jogo da Ubisoft, Avatar também tem um sistema de nível que obriga o jogador a apelar para o famoso “grind”. Ou seja, caso você queira avançar na história, precisará concluir atividades secundárias para obter itens mais poderosos.

O combate de Avatar é decepcionante
Foto: Ubisoft / Divulgação

Ambientado nas florestas de Pandora, o jogo tem foco em acumular recursos através da caça e da colheita. Para sobreviver, é necessário dar uma pausa na revolução e ir atrás de galhos, gravetos, flores e animais raros para construir novos equipamentos e melhorias para o personagem.

O jogo também oferece, para surpresa de absolutamente ninguém, uma loja de microtransações com itens puramente cosméticos. No entanto, itens cosméticos para um jogo em que passamos 98% do tempo em primeira pessoa são bastante dispensáveis.

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Um dos jogos mais bonitos da geração

Avatar é um dos jogos mais bonitos da geração
Foto: Avatar: Frontiers of Pandora / Reprodução

Apesar de todos os problemas, Avatar: Frontiers of Pandora é um dos jogos mais bonitos da geração atual. A equipe de arte fez um excelente trabalho em traduzir o planeta de Pandora, a partir das referências disponíveis nos filmes e nas anotações de James Cameron, em um mundo aberto tão fiel e vivo nos consoles.

A iluminação em tempo real, possível graças ao motor gráfico Snowdrop, proporciona imagens realistas de uma floresta tropical repleta de vida, com animais, rios e plantas que respondem aos seus movimentos e ações, e transmite um ambiente que facilmente existiria em nossa realidade.

Os modelos de todos os personagens são extremamente detalhados, podendo levar olhares menos treinados a acreditar que estão, de fato, assistindo a cena de um dos filme. A qualidade gráfica de Frontiers of Pandora é, de longe, o maior ponto positivo sobre o jogo – pena que é um dos únicos.

Considerações

Avatar: Frontiers of Pandora - Nota: 6
Foto: Reprodução / Game On

Avatar: Frontiers of Pandora poderia ser muito melhor. Apesar de mostrar um dos melhores gráficos que já vi na vida, a história e a jogabilidade são, no máximo, medianas. Isso não quer dizer que não há diversão no novo título da Ubisoft, muito pelo contrário. Mas chegamos em um ponto em que é difícil recomendar a mesma experiência de sempre em um produto que não vale o preço que pede.

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Avatar: Frontiers of Pandora já está disponível para PC, PlayStation 5 e Xbox Series X/S

Essa análise foi feita no PlayStation 5, com uma cópia gentilmente cedida pela Ubisoft.

Fonte: Game On
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