As expectativas estavam elevadas com relação ao lançamento de Call of Duty: Black Ops 6. Embora a franquia ganhe um novo game anualmente, este é o primeiro desde que a Microsoft concluiu a aquisição da Activision Blizzard, permitindo inclusive que o jogo chegue na íntegra e sem custo extra aos assinantes do Game Pass Ultimate.
Após terminar a campanha e passar algum tempo no multiplayer e modo Zombies, digo com tranquilidade que este é um dos melhores Call of Duty lançados até hoje.
Campanha divertida, variada e que prende a atenção do jogador
Diferentemente da esmagadora maioria dos jogadores de Call of Duty, meu principal interesse no game está na campanha single-player. Depois do terrível Modern Warfare 3 (2023), que errou feio nesse aspecto, fiquei torcendo para que os desenvolvedores acertassem a mão dessa vez, e felizmente foi isso que aconteceu.
Na história, você joga a maior parte do tempo na pele do personagem William “Case” Calderon, fazendo parte de um grupo especial cujo objetivo principal é acabar com uma organização chamada Pantheon, que tomou posse de uma nova e perigosa arma biológica. Ao lado dele estão os personagens Troy Marshall, o veterano da franquia Frank Woods, Sevati “Sev” Dumas, entre outros. Há também o retorno de Russel Adler, um dos principais personagens de Black Ops Cold War, que também exerce um papel importante em Black Ops 6.
Em um dado momento, logo no começo da campanha, o grupo torna-se renegado e passa a ser perseguido pela CIA, sendo esta a única forma de deter os planos da Pantheon e salvar o mundo de uma catástrofe.
Black Ops 6, assim como Cold War, possui uma base secreta de operações, desta vez na forma de um local abandonado pela KGB na Bulgária. Neste lugar, há alguns quebra-cabeças que os jogadores podem desvendar para obter recompensas, assim como a possibilidade de aprimorar o local para conseguir obter novas vantagens com armas, equipamentos e habilidades, algo inédito em uma campanha single-player de Call of Duty.
Coisas como mirar mais rápido, equipar um número maior de armaduras, aumentar a vida, e até mesmo liberar armas para usar no multiplayer e Warzone, estão na lista de aquisições, com tudo podendo ser comprado com dinheiro encontrado nas missões, não havendo microtransações. Você também pode dialogar com seus companheiros para saber mais sobre eles e os detalhes de cada missão.
Aliás, algo que me agradou muito em Black Ops 6 foi a variedade das missões. Há aquelas no estilo clássico de Call of Duty, lineares e cheias de ação, outras furtivas, onde você neutraliza os inimigos em silêncio e esconde seus corpos, e algumas que dão mais liberdade, com você decidindo a forma na qual concluir os objetivos.
Ainda falando das missões da campanha. existe uma feita nos moldes de Warzone, mas diferentemente do que ocorreu em Modern Warfare 3, desta vez a abordagem foi boa. Há vários objetivos opcionais que você pode completar nela, além do principal, e diversos segredos que recompensam os jogadores mais meticulosos. O sistema de viagem rápida também foi bem implementado, com você podendo voltar à base ou ao seu veículo quando bem entender, desde que não esteja em combate.
Sobre os quebra-cabeças, eles vão desde usar uma gazua para destrancar uma fechadura, como até mesmo fazer uso de uma lanterna com luz ultravioleta para descobrir a senha do painel que abre uma determinada porta. É possível também hackear computadores, associando corretamente os números e letras de acordo com o que está descrito na tela, e sintonizar frequências de rádios para obter senhas que permitem abrir cofres com dinheiro.
As fases e a história ocorrem de forma que parece até que você está assistindo a um filme, mas no qual você é o protagonista. O ritmo ficou muito bem balanceado, os novos personagens são ótimos, e os muitos objetivos ajudam a manter o jogador preso na cadeira e com os olhos colados na tela. A missão no cassino, em particular, se tornou uma das minhas favoritas em toda a franquia, assim como a última, mas não darei spoilers dessa.
Sobre a jogabilidade, ela faz aquilo que se espera de um jogo como Call of Duty. Há diversas armas à sua disposição, além de acessórios letais e não letais, como adagas, bombas fazedoras de ruído para chamar a atenção dos inimigos, carrinhos de controle-remoto explosivos, e até a possibilidade de pedir reforço aéreo na forma de helicóptero de combate ou bombardeio, caso a opção esteja disponível na fase.
Os maiores momentos de desafio envolvem enfrentar os soldados de elite, que possuem armadura e estão equipados com armas melhores do que os inimigos tradicionais, como espingardas com munição explosiva, metralhadoras giratórias, escudos táticos e granadas de gás. É preciso ter cautela com alguns deles e fazer uso de seus equipamentos para acabar rapidamente com a ameaça que eles representam.
Sendo bem sincero, eu não me divertia tanto com uma campanha de Call of Duty desde Black Ops 2. Então se você está interessado no jogo apenas por causa disso, pode jogar sem medo.
Multiplayer e Modo Zombies também não decepcionam
Assim como a campanha, o online de Call of Duty: Black Ops 6 consegue chamar positivamente a atenção, com muitos modos no multiplayer e desafio frenético na hora de encarar o Modo Zombies.
Como já é de costume em Call of Duty, há diversas opções de customização para o jogador, que vão sendo liberadas à medida que ele vai progredindo de nível. Quanto mais você jogar, mais rápido conseguirá acesso a tudo que o online proporciona.
Os combates no multiplayer são bem rápidos, não importando qual modo você jogue, com equipes de no máximo seis jogadores cada se enfrentando. Há também a possibilidade dos jogadores se enfrentaram no modo Free-for-all, onde é cada um por si, ou duas equipes de dois jogadores lutarem usando classes pré-determinadas em Gunfight.
Particularmente, eu sou mais fã de modos como Dominação e Mata-Mata em Equipe, onde as equipes precisam coordenar suas ações para ter maior chance de saírem vitoriosas.
Acredito que o principal destaque do multiplayer em Black Ops 6 é a “Movimentação Universal”, que permite correr, deslizar e mergulhar em qualquer direção, dando aos jogadores a possibilidade de realizar manobras de combate em um arco de movimento completo com 360º.
Na prática, isso acaba fazendo com que os combates à curta distância fiquem mais comuns do que em outros jogos da franquia, o que deixa a experiência mais dinâmica, mas também acaba limitando as ações que você pode fazer nos tiroteios à distância.
Quanto ao Zombies, ele continua tão divertido quanto sempre foi, com o grupo de jogadores tendo de sobreviver às investidas dos zumbis. Para ajudar nisso, temos os aperfeiçoamentos, que são vantagens desbloqueáveis, as Gomas de Matar, que são power-ups que você equipa no seu operador antes de começar a partida, e outros auxílios que você encontra espalhados pelo mapa. É necessário usar tudo ao seu alcance para ficar vivo a cada nova rodada até conseguir escapar ou, se você estiver com um esquadrão bem preparado e equipado, derrotar o chefe.
Há também as velhas conhecidas armas míticas, incluindo até mesmo uma nova versão da turbina em forma de armamento de Black Ops 2, sendo necessário encontrar as partes dela na fase para poder montá-la e usá-la.
A ressalva do Modo Zombies é ter somente dois mapas disponíveis no lançamento. Fica a expectativa de que sejam incluídos mais ao longo dos próximos meses.
Em tempo: também gostaria muito que a Activision parasse de usar esse launcher tenebroso de Call of Duty e voltasse a deixar cada game recente da franquia separado individualmente.
Conclusão
Call of Duty: Black Ops 6 chega para redimir a franquia depois do gosto amargo que Modern Warfare 3 (2023) deixou na maioria dos fãs, fornecendo uma campanha fantástica, com uma história intrigante, ótimos personagens e muita variedade nas missões. O multiplayer e o Modo Zombies também estão divertidos, fazendo deste um dos Call of Duty mais competentes lançados nos últimos anos.
Você pode jogar Call of Duty: Black Ops 6 no PC, PlayStation 4, PlayStation 5, Xbox One e Xbox Series X|S, com o game estando disponível também via Game Pass.
Esta análise foi feita no PC, com uma cópia do jogo gentilmente cedida pela Activision.