Dynasty Warriors: Origins diverte, mas exagera na repetição

Novo jogo da franquia desliza nos mesmos erros do passado

13 jan 2025 - 08h00
Dynasty Warriors: Origins diverte, mas exagera na repetição
Dynasty Warriors: Origins diverte, mas exagera na repetição
Foto: Reprodução / Koei Tecmo

Dynasty Warriors: Origins é o mais novo capítulo da franquia clássica da Koei, uma saga que começou como um jogo de luta há muito tempo e, a partir de sua sequência, se tornou referência no gênero musou.

Esse é um tipo de jogo de nicho que ainda enfrenta muitas críticas, como combates longos, missões monótonas e problemas de desempenho frequentes pela quantidade enorme de inimigos na tela. Com Dynasty Warriors: Origins, a Koei enfrenta o desafio de superar essas limitações e resgatar a reputação dos musous. Após batalhar contra milhares de inimigos neste capítulo da saga, o veredito é que o resultado deixa mais questões que respostas no ar.

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A jornada nos três reinos 

Em Dynasty Warriors: Origins, nossa aventura se passa 150 anos após a fundação da dinastia Han, com os três reinos localizados no interior da China antiga. O protagonista, um clássico herói sem nome que sofre de amnésia, encontra-se em meio a uma jornada contra os Turbantes Amarelos, uma força rebelde que ameaça todos os reinos.

Além de estar no centro de uma guerra iminente, o protagonista busca respostas sobre seu passado. Ao longo dos capítulos, personagens clássicos da franquia Dynasty Warriors cruzam o caminho do herói, como Cao Cao, Huang Gai, Guan Yu, dentre outros. Esses personagens não apenas atuam como suporte durante as batalhas, mas também oferecem suas perspectivas sobre a situação com os rebeldes dos Turbantes Amarelos.

Sendo um jogo de origem, há a impressão de que o foco seria mais voltado aos fãs de longa data da franquia, mas a Koei conseguiu criar uma experiência acessível também para novos jogadores. Mesmo em cenas claramente voltadas ao “fan service”, como a aparição de personagens conhecidos, tudo é bem explicado e detalhado por meio de diálogos, textos e contextos apresentados nas próprias cutscenes.

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Os três reinos se passam na China antiga
Foto: Reprodução / Matheus Santana

Além disso, o jogo permite explorar os três reinos de forma livre, possibilitando escolher as batalhas que mais chamam a atenção ou simplesmente explorar o mapa em busca de moedas antigas, que servem como coletáveis e podem ser trocadas por itens ou acessórios. Outro destaque são as piroxenas espalhadas pelas regiões, que podem ser usadas para criar gemas que concedem vantagens, como restaurar vida a cada cem inimigos derrotados.

Durante essas explorações, também é possível criar laços com os personagens encontrados ao longo da jornada. Alguns oferecem missões rápidas que ajudam a fortalecer o vínculo com eles, enquanto outros apresentam tarefas que concedem pontos de habilidade como recompensa ou simplesmente alguma cena para descontrair.

Batalhas em grande escala 

Em Dynasty Warriors: Origins, o principal atrativo são as batalhas contra milhares de inimigos. Essas lutas impressionam bastante nas primeiras vezes pelo número de personagens na tela ao mesmo tempo. 

As guerras possuem objetivos diferentes dependendo de qual for escolhida no mapa. Algumas exigem eliminar um número exato de inimigos, enquanto outras envolvem dominar bases. Contudo, o destaque recai sobre as missões de dominação. Esse modo dura vários minutos e exige atenção constante, já que os inimigos são bastante agressivos e tentam retomar o que foi perdido. Durante essas missões, é possível encontrar generais e líderes que possuem armas e golpes únicos. Em alguns casos, pode-se até entrar em uma roda de luta contra esses líderes, uma bela homenagem ao primeiro Dynasty Warriors.

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Um sistema presente em todas as atividades é o de moralidade, que afeta tanto sua tropa quanto os inimigos. A moralidade aumenta ao realizar determinados objetivos e, em algumas batalhas, há tarefas quase secundárias, como localizar e destruir rapidamente uma fonte de magia que invoca soldados imortais.

A moralidade desempenha um papel essencial durante as batalhas, se ela ficar muito baixa, os inimigos se fortalecem, enquanto, quando sua tropa atinge alta moral, os inimigos ficam mais fracos, incluindo os generais, que se tornam mais fáceis de derrotar.

A quantidade de inimigos e aliados na tela impressiona
Foto: Reprodução / Matheus Santana

Antes de partir para as batalhas, o jogador se reúne com outros personagens em uma mesa de guerra. Nesse momento, é apresentado um panorama da missão, incluindo os inimigos que serão encontrados, a posição das bases e a localização dos generais no mapa. Também é possível escolher qual companheiro irá acompanhá-lo na jornada.

Ao longo do jogo, nosso protagonista adquire novos tipos de armas, como espadas, bastões, machados duplos e muitas outras, o que incentiva o jogador a experimentar e alternar entre elas em cada luta. Cada arma possui habilidades únicas, incluindo golpes musou, que são poderes especiais exclusivos de cada arma. Também é possível alternar entre os companheiros no meio do combate, mas essa troca exige que uma barra específica seja preenchida, o que pode levar tempo.

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Cada companheiro possui ataques únicos, capazes de derrotar centenas de inimigos de uma só vez. Tanto os companheiros quanto o protagonista têm também um outro golpe especial além do musou que compartilha a mesma barra, que só pode ser utilizado com ela completa, o que pode atrapalhar em lutas contra chefes.

A parte triste é que o que afasta muitos jogadores do gênero musou, infelizmente, ainda persiste em Dynasty Warriors: Origins. Em apenas duas horas de jogo, já é possível perceber quase tudo o que o título tem a oferecer. Mesmo com o combate variado graças às novas armas, a performance estável nos consoles, missões com cenários distintos e uma trilha sonora empolgante, a repetição constante das atividades cansa logo e os pontos positivos são enterrados.

Ao longo de cinco capítulos, a sensação era de estar ainda no primeiro, realizando as mesmas tarefas, sem um verdadeiro senso de evolução na história, que só se tornava evidente quando o jogo exibia um aviso na tela indicando a mudança de capítulo. Uma pena!

Sem localização 

Por ser um jogo de origem, era esperado que a Koei tentasse alcançar outros mercados para popularizar a franquia além do Oriente, mas infelizmente esse não foi o caso. O jogo possui muitos diálogos expositivos e textos densos dentro da narrativa que explicam eventos passados no universo, o que pode afastar jogadores que não são fluentes na língua inglesa.

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Dynasty Warriors é uma série que vem desde o primeiro PlayStation e nunca teve grande apelo no mercado brasileiro. Essa com certeza, seria a oportunidade perfeita para a franquia tentar cair nas graças do público, mas o que acabou não sendo o caso. É ainda mais decepcionante ao lembrar que a própria Koei tem histórico de localizar seus jogos para o nosso mercado recentemente.

Considerações

Dynasty Warriors: Origins - Nota 7
Foto: Divulgação / Game On

Dynasty Warriors: Origins se esforça para diversificar as missões e enriquecer a narrativa, mas a falta de evolução perceptível na história e a repetição constante dos objetivos prejudicam a sensação de progressão. Ainda assim, para fãs de longa data, o jogo entrega momentos de nostalgia e homenagens aos clássicos da série. Já para novos jogadores, pode se tornar uma experiência limitada e pouco cativante, o que é uma triste notícia para o gênero como um todo.

Dynasty Warriors: Origins será lançado no dia 17 de janeiro para PC, PlayStation 5 e Xbox Series X|S.

Esta análise foi feita no PlayStation 5, com uma cópia do jogo gentilmente cedida pela Koei Tecmo.

Fonte: Game On
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