Like a Dragon Gaiden: The Man Who Erased His Name tem um título dos mais pomposos, ainda mais para uma história secundária na longa saga de Yakuza - agora chamada apenas de Like a Dragon, tanto no Japão quanto no ocidente - mas faz jus ao nome chamativo: é um jogo excelente, talvez o melhor ou um dos melhores, da franquia, que marca a volta do protagonista original, Kazuma Kyriu, e prepara o terreno para Infinite Wealth, que chega no começo de 2024.
O jogo resgata os melhores elementos dos vários games estrelados por Kyriu, agora chamado de "Joryu" e disfarçado com um elegante óculos escuro. O tradicional mapa urbano, apinhado de marginais e arruaceiros, os vários estabelecimentos comerciais com mini-games que vão desde fliperamas e autoramas (excelente, recomendo umas voltinhas) até embaraçosos encontros em cabarés, gravados em vídeo e que mostram o quanto a vida noturna no Japão pode ser exótica.
Também há algumas novidades, como um clube para milionários onde Joryu pode formar um clã de lutadores para competir em um legítimo coliseu. As batalhas são violentas e espalhafatosas, ainda mais com os trajes alternativos que os combatentes podem equipar. E bem, não é todo dia que uma briga termina com os oponentes cercados por tigres!
Não é um jogo fácil de imergir para um recém-chegado, até porque Kazuma é o protagonista de mais de meia dúzia de games da série, com um longo histórico criminal envolvendo famílias da Yakuza, guerras de gangues, política, um orfanato em Okinawa e muito mais.
Ainda assim, um novato paciente e atento vai acabar pegando os detalhes do que está rolando, e as legendas, maravilhosamente bem localizadas, ajudam muito nessa tarefa! Mas é preciso admitir, o foco mesmo está nos veteranos, que vão reviver alguns dos melhores momentos da saga e mais de uma vez, encontrar referências aos jogos antigos.
Aliás, o grande mérito da história de Gaiden é justamente se concentrar mais em Kazuma Kyriu e seus companheiros do que nas disputas de poder da Yakuza. São personagens carismáticos e complexos, que você quer conhecer e se importar - e o jogo usa isso para construir todo o drama da aventura.
Combate e RPG
Lado a lado com a narrativa envolvente e um tanto cinematográfica, o jogo mistura elementos de RPG, principalmente na progressão por níveis, equipamentos e aprendizado de novas técnicas, com muita pancadaria.
Os elementos de RPG são destacados na Rede Akame, uma organização secreta com a qual o protagonista acaba envolvido e se torna até mesmo uma espécie de investidor. É preciso ajudar sem-tetos nas ruas da cidade, cumprindo pequenas tarefas e outras missões mais elaboradas, para que a rede aumente sua influência, o que dá vários benefícios para Kiryu.
O combate aqui é ao estilo de um bom jogo de ação. Kazuma conta com dois estilos de luta e pode usar itens do cenário, movimentos especiais e armas para lidar com seus oponentes. Há muita luta, tanto nos encontros aleatórios quanto nas missões da campanha. Os duelos de chefe são dramáticos e empolgantes.
Dois estilos de luta parece pouco, mas é o bastante para Like a Dragon Gaiden. Um deles, o estilo Yakuza, é a técnica de combate mais tradicional, com muitos golpes fortes, agarrões e quebras de bloqueio. Já o estilo Agente transforma Joryu em um James Bond nipônico, capaz de usar drones, cigarros explosivos e outras bugigangas. A mais versátil é a Aranha, que pega itens à distância, amarra inimigos e permite várias abordagens para as lutas - além de ser muito útil fora de combate.
Considerações
Like a Dragon Gaiden é mais curto do que os jogos antigos ou mesmo as outras vertentes da série, como Judgment ou a saga de Ichiban Kasuga, com suas mecânicas de RPG por turno. Ainda assim, é bom ver o bom e velho Kazuma Kiryu de volta à ativa e saber que a franquia pode evoluir em mais de uma direção.
Com chegada prevista para 8 de novembro para PC, PS4, PS5, Xbox One e Xbox Series X/S, Like a Dragon Gaiden: The Man Who Erased His Name estará disponível no Game Pass no dia do lançamento - e é um ótimo aquecimento para Like a Dragon: Infinite Wealth, que vai levar Ichiban para a América em 2024.