Quando Metro Awakening foi anunciado no começo de 2024, o anúncio foi recebido com sentimentos mistos pelos fãs, que aguardam ansiosos pelo próximo jogo da franquia. Sem dúvida, um prólogo para a série de tiro em primeira pessoa com elementos de sobrevivência ambientada nos escombros da União Soviética depois da guerra nuclear é algo que os fãs gostariam de jogar, mas por ser um título que exige óculos de realidade virtual, muita gente acabou ficando de fora da diversão.
Dito isso, sim, você precisa de um dispositivo de VR para jogar Metro Awakening, seja um Meta Quest, um PlayStation VR2 ou outro aparelho compatível. E se você é proprietário de algum deles, já adianto, o jogo da Vertigo Games é uma ótima pedida para tirar a poeira das lentes e mergulhar em uma experiência intensa de tiro e sobrevivência.
Apocalipse virtual
O jogo se passa em 2028, um futuro nada distante, muito tempo antes de Metro 2033 e suas duas sequências, e serve como um prologo para a série. O jogador assume o papel do médico Serdar, um entre muitos sobreviventes abrigados nos metrôs de Moscou diante dos perigos escondidos na escuridão e da constante ameaça da radiação. Serdar quer encontrar sua esposa e os medicamentos para salvá-la e para isso, em uma trama original escrita por Dmitry Glukhovsky, autor do livro que serve de base para a série de games Metro.
A primeira das doze fases é bem parada e confesso, me deixou apreensivo quanto ao rumo que a Vertigo queria dar à essa entrada de Metro na realidade virtual. Por sorte, os estágio seguintes contam com muito mais oportunidades de ação. Awakening segue a fórmula dos melhores FPS em realidade virtual, exigindo não só uma boa pontaria do jogador, mas atenção à munição e outros elementos que devem ser manipulados. Descarregou o fuzil? Não adianta apertar um botão para recarregar. Pegue um pente de balas na bandoleira no peito do personagem e acople na arma, um processo que sim, toma um tempinho e muitas vezes abre sua guarda para os inimigos.
Essas mecânicas não são novidades para quem joga outros shooters em realidade virtual - recomendo fácil Arizona Sunshine 2 e After the Fall no PlayStation VR2 - e contribuem para a imersão e o desafio, tornando o jogo algo mais do que uma galeria de tiro virtual. Também há mecânicas envolvendo a máscara de gás do protagonista e sua mochila que serve para energizar alguns itens com uma manivela, que é usada para manter sua lanterna ligada e para resolver quebra-cabeças em alguns pontos da aventura. Essa é uma ideia legal, mas que fica meio cansativa conforme o jogo avança e seu uso se repete.
O visual é bem caprichado e junto com o excelente áudio 3D, transmite a atmosfera opressiva de Metro Awakening. Ouvir as pegadas dos inimigos se aproximando, criaturas vagando na escuridão dos túneis e outros elementos que constroem o cenário ao seu redor é muito legal - e assustador. É um jogo que realmente transporta você para um mundo pós-apocalíptico, deixando o jogador sempre tenso e atento, em uma imersão que só é quebrada pelos bugs físicos ocasionais, como cadáveres inimigos tremendo de forma esquisita ou modelos sem tantos detalhes quando vistos de perto.
Considerações
Com quase 13 horas de duração, Metro Awakening é uma surpresa e tanto para os fãs da franquia de tiro pós-apocalíptica e para os entusiastas de jogos em realidade virtual. Um jogo caprichado e robusto, que enriquece a franquia original e prepara terreno para o próximo Metro.
Metro Awakening está disponível para PC, Meta Quest e PlayStation 5. É preciso um óculos de realidade virtual para jogar.
Esta análise foi feita no PS5, com uma cópia do jogo gentilmente cedida pela Vertigo Games.
