Quem nunca jogou, ou ao menos ouviu falar, de Mortal Kombat? A franquia existe há mais de 30 anos, e sempre encontrou formas de trazer o combate sangrento para novas gerações. Agora, com Mortal Kombat 1, a NetherRealm Studios busca um novo começo para o famoso jogo de luta, e por meio de novos sistemas, traz o melhor combate do estúdio.
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Um kombate satisfatório
Antes de analisar Mortal Kombat 1, é importante ressaltar que já fizemos uma análise sobre o modo história. Com isso fora do caminho, podemos prosseguir com aquilo que realmente importa no jogo: o combate.
Eu gosto de me imaginar como um jogador veterano de Mortal Kombat. Eu lembro como se fosse ontem de participar dos torneios de Mortal Kombat 2 com familiares e amigos, no antigo Super Nintendo, e, se minha memória não falha, eu até que mandava bem. É claro que sempre fui um jogador casual, mas isso não impediu de que a franquia acompanhasse diferentes fases da minha vida.
Para analisar Mortal Kombat 1, é necessário lembrar de Mortal Kombat “9”, aquele lançado em 2011 para PlayStation 3 e Xbox 360. O jogo foi responsável por trazer a franquia “de volta” ao combate tradicional, e acabou desenvolvendo um padrão de jogabilidade na NetherRealm, que replicou o mesmo estilo em todos os futuros títulos do estúdio.
Mas, assim como Liu Kang decidiu rescrever a história e criar um novo universo, a NetherRealm fez questão de que essas mudanças também pudessem ser sentidas no combate, que está melhor do que nunca. A primeira vista, o jogo continua familiar, mas é fácil de notar as mudanças a partir do momento que tocamos no controle.
Nos primeiros minutos com o jogo em minhas mãos, tive a leve impressão que Mortal Kombat 1 apresentava uma jogabilidade mais lenta que o seu antecessor. Foi complicado entender o porquê, mas o motivo desta mudança se tornou óbvia. Além da formação de novos combos e novas habilidades dos personagens já conhecidos, Mortal Kombat 1 também traz o sistema de Kameos, que mudam a forma de progredir em uma luta.
Apresentando uma lista de personagens totalmente independente dos lutadores principais, os Kameos são parceiros que podem ser ativados a qualquer minuto dentro do combate, contanto que você tenha energia o suficiente para invocá-los.
Estes personagens, assim como os principais, portam habilidades únicas que mudam conforme a direção que você escolher no d-pad, e são excelentes para iniciar combos, gerar vantagens, ou até mesmo defender o jogador que está preso no canto da arena.
Mortal Kombat 1 oferece os combos mais satisfatórios da franquia. É realmente prazeroso estudar um personagem a fundo para encontrar diferentes formas de humilhar o oponente. É difícil apontar pontos negativos no combate, uma vez que a única coisa que consigo pensar é que não há uma forma de fixar os combos na tela, um recurso padronizado da NetherRealm desde Mortal Kombat X. É algo pequeno, mas que faz falta na hora de testar um novo lutador.
Poucos modos secundários
Infelizmente, Mortal Kombat 1 tem um problema grave com a distribuição de modos secundários para o jogador. A principal novidade do jogo é o modo “invasão”, um tipo de híbrido de luta com elementos RPG que muda a cada temporada.
O jogador deve selecionar um lutador que será colocado em uma espécie de tabuleiro, e irá se movimentar por casas enquanto batalha contra diferentes variantes dos personagens icônicos de Mortal Kombat. É possível realocar pontos de habilidade, aumentar dano, criar amuletos e equipamentos especiais, e explorar uma versão alternativa dos acontecimentos de MK1.
A proposta é realmente interessante, mas a execução é atrapalhada e cansativa. Você vai repetir a luta contra os mesmos personagens inúmeras vezes, com a única diferença sendo algum tipo de modificador ativo na batalha. Porém, através do modo invasão, é possível encontrar skins especiais para os personagens, escondidas atrás de baus e vendedores.
A famosa Krypta, presente nos jogos anteriores, foi totalmente destruída para dar espaço ao modo invasão e a um sistema de Gacha no menu principal. Você nunca sabe o que vai conseguir, e chega a ser cansativo ver a mesma animação várias e várias vezes por meio de um menu lento de navegar.
As torres clássicas continuam presentes no jogo, e oferecem o mesmo estilo de jogabilidade presente na franquia há anos. Porém, invés de oferecer um chefe final diferente, as torres terminam em uma luta com Shang Tsung e Quan-Chi, sem oferecer nada que você já não tenha visto no modo história.
E é claro, o jogo oferece o modo online. Três modos englobam as partidas online, sendo elas a partida “Versus” tradicional, o modo “Rei da Montanha” e o novíssimo sistema de batalhas ranqueadas. Mas, eu devo admitir que sofri com problemas de conexão em muitas lutas, mas é difícil saber se o problema estava nos servidores do jogo ou na qualidade do meu plano de internet.
Conclusão
Mortal Kombat 1 marca a nova era da franquia, muito por conta do combate satisfatório e de seus novos sistemas. Porém, devido à história decepcionante e a falta de bons modos secundários, é inegável sentir que há um ar de potencial desperdiçado. Mas não se engane, Mortal Kombat 1 é muito divertido, e terá uma longa duração devido às próximas atualizações e temporadas.
Mortal Kombat 1 está disponível para PC, PS5, Switch e Xbox Series X/S.
*Esta análise foi feita no PS5, com uma cópia do jogo gentilmente cedida pela WB Games.