O Escudeiro Valente é uma bela homenagem ao mundo dos games

A jornada do herói vai além dos livros

15 nov 2024 - 08h00
O Escudeiro Valente é uma bela homenagem ao mundo dos games
O Escudeiro Valente é uma bela homenagem ao mundo dos games
Foto: Reprodução / Devolver Digital

O Escudeiro Valente, cujo nome em inglês é The Plucky Squire, é o primeiro jogo desenvolvido pela All Possible Futures e publicado pela Devolver Digital.

Por conta da proposta e arte bem diferentes, o título recebeu muita atenção ao ser mostrado com destaque em alguns dos principais eventos do ano, como a Nintendo Direct e a Summer Game Fest. 

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As aventuras de Pontinho 

Em O Escudeiro Valente, acompanhamos Pontinho, apelidado com o nome do jogo, que também é o título do conto infantil em que se passa a história. As primeiras páginas do livro são bem introdutórias ao mundo do conto. Pontinho assume o papel de herói clássico da jornada, algo que o jogo aborda bem ao longo da aventura. Muitos dos clichês estão presentes, mas sem exageros, e a maneira como nosso protagonista supera as dificuldades é bastante divertida. 

O ponto de virada da história ocorre quando somos apresentados ao vilão do conto infantil, o mago Enfezaldo, que descobre estar dentro de uma história infantil e, ao ver as páginas futuras, percebe que está sempre destinado a perder para o herói. Com essa descoberta, o mago maligno encontra uma maneira de tirar Pontinho de dentro do próprio conto e começa a recriar a história para se tornar o vencedor desta vez. Nosso protagonista é então jogado para o mundo real, dentro do quarto do dono do livro, uma criança chamada Sam.

A trama do jogo é divertida e única em seu humor, especialmente depois que os personagens descobrem que estão num conto infantil. A dupla que acompanha Pontinho ao longo do jogo merece destaque, Batera e Violeta, além de Barbaluar, que lembra bastante o mago Merlin dos contos arturianos. O humor é bem-adaptado para o público brasileiro, com uma narração de Mauro Ramos, conhecido como a voz do Shrek.

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Após todas essas introduções, o jogo enfim nos apresenta uma das mecânicas que vamos utilizar em boa parte dessa nova história do Pontinho. Em alguns momentos teremos que sair do conto e ir para o mundo real. Quando estamos dentro do livro, o jogo apresenta uma arte totalmente em 2D, e quando saímos dele, o jogo se torna totalmente 3D e apresenta visuais bastante detalhados, com os cenários do quarto bem realistas.

Jogo mistura 2D com 3D
Foto: Reprodução / Matheus Santana

As partes em 2D são onde o jogo tem o seu charme. Em quase todo capítulo, é possível encontrar uma homenagem a diferentes gêneros de jogos famosos. Já no primeiro capítulo, enfrentamos um ratel em um estilo bem semelhante ao clássico Punch-Out, com Pontinho e o Texugo saindo no soco. Ao longo dos capítulos, também surgem homenagens a vários gêneros, como plataforma, ritmo e beat 'em up, este último presente em quase todas as fases, para que o jogo não fique tão monótono quando foca apenas nos puzzles.

Outra mecânica vista dentro da história nos momentos em 2D, é o de trocar as palavras para solucionar algum desafio. Na primeira vez, é interessante poder trocar as palavras e ver as combinações possíveis na frase. Algumas são até engraçadas, como colocar “queijo” em um texto sobre um pilar e transformá-lo em um queijo gigante. No entanto, essa mecânica acaba ficando um pouco repetitiva com o tempo, e é possível notar que suas possibilidades são bem limitadas.

Durante a jogatina no mundo 2D, enfrentei alguns problemas que interromperam meu progresso. No capítulo 6, por exemplo, durante um minigame com capangas do Enfezaldo, o Pontinho começou a subir para fora da tela. Mesmo reiniciando o jogo, o problema persistiu, obrigando-me a usar a opção de pular toda aquela parte da luta.

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Outro ponto a se destacar, é que o jogo não se decide se ele foi feito para um público mais infantil ou para os adultos. Os puzzles são bastante simples, dificilmente alguém ficaria preso neles. As partes com confrontos até podem ser um desafio, caso você não tenha feito nenhum upgrade nas suas habilidades, ou até mesmo não ter comprado nenhuma.

Há várias referências de games de outros gêneros
Foto: Reprodução / Matheus Santana

Sobre as partes em 3D, a exploração durante essas sequências é bem abaixo do que vemos quando estamos dentro da história do conto. Podemos interagir com páginas do livro para avançar, como pegar uma palavra de um capítulo anterior ou usar o carimbo para resolver um desafio. Em alguns capítulos, no quarto de Sam, há sequências de exploração que misturam partes com plataforma, furtividade e até mesmo usar um jetpack.

Mesmo fora do livro, as partes mais marcantes no mundo real, é justamente aquelas que o jogo mescla os dois cenários, com o nosso personagem indo para um local 2D. Um dos momentos mais interessantes no quarto de Sam, foi quando o Pontinho pode entrar numa sequência de ficar atirando em navinhas, bem no estilo dos jogos Shoot 'em up.

Além disso, para quem gosta de colecionar troféus, o jogo tem dois tipos de colecionáveis: os “errinhos” e pergaminhos (artes conceituais do jogo). Se você não seguir um guia rigorosamente, mesmo com o seletor de capítulos, pode ser difícil conseguir todos os colecionáveis, já que até esse momento, o jogo tem um problema ao tentar pegar os pergaminhos que ficou para trás, o que te obriga a jogar tudo novamente caso esteja em busca de fazer os 100%

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Considerações

O Escudeiro Valente - Nota 8,5
Foto: Divulgação / Game On

O Escudeiro Valente é um bom jogo, mas poderia ter sido mais. Com homenagens aos clássicos dos videogames e uma trama divertida, ele acaba pecando no ritmo e no excesso de simplicidade. É perfeito para quem quer se distrair sem raciocinar muito, mas jogadores mais dedicados podem se decepcionar pela facilidade exagerada.

Você pode jogar O Escudeiro Valente em versões para PC, Switch, PlayStation 5 e Xbox Series X|S.

Esta análise foi feita no PC, com uma cópia do jogo gentilmente cedida pela Devolver Digital.

Fonte: Game On
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