Remnant II mistura 'soulslike' e tiroteio, mas será que acerta o alvo?

Game reformula mecânicas criadas em seu antecessor, buscando inova em uma mistura pouco comum de gêneros de jogo; confira a análise

20 jul 2023 - 19h37
Remnant II é a sequência direta de Remnant: From Ashes
Remnant II é a sequência direta de Remnant: From Ashes
Foto: Gearbox Software / Divulgação

Remnant: From the Ashes foi um jogo ousado, que introduzir elementos de tiro em terceira pessoa aos RPGs 'soulslike'. A mistura foi bem recebida na época, mas o jogo não estava livre de problemas. Remnant II, que serve como uma sequência direta, aperfeiçoa as mecânicas do antecessor, mas tropeça na narrativa e na progressão.

Universo rico com uma narrativa cansativa 

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É recomendável pesquisar sobre a história de Remnant: From Ashes (ou jogá-lo!) antes de iniciar Remnant II. O universo do jogo é rico em detalhes, mas não sabe explicar de uma forma direta e coesa para jogadores novatos ou que acabaram esquecendo de pontos-chave da história.

Lutando contra demônios

Assim como o primeiro game, Remnant II traz diversos universos interligados pela famigerada “Pedra do Mundo”, uma rocha de cor vermelha ardente que possibilita viagens interdimensionais, que demônios e monstros de outras dimensões usam para corromper tudo o que tocam.

Você controla um sobrevivente que, na tentativa de encontrar tranquilidade na Terra Aniquilada, segue o rumor de um ponto de controle sagrado onde os humanos podem viver em paz. Guiados pelo “Fundador Ford”, um personagem vindo do primeiro Remnant, o jogador acaba sendo lançado para um mundo misterioso através da Pedra, cheia de inimigos e criaturas estranhas. 

Como falei, a “lore” do jogo é muito interessante, mas são tantos detalhes jogados para cima do jogador que gera uma certa confusão. São vários personagens, deuses, criaturas e acontecimentos explicados de uma maneira detalhada, porém cansativa, e isso se arrasta por todo o jogo. 

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Um bom tiroteio não é o suficiente 

O tiroteio de Remnant II é satisfatório
Foto: Remnant II / Reprodução

Remnant II manteve o estilo único de combate, unindo elementos de "Hero Shooter" com a dificuldade e design da série "Souls", amplamente elogiada em todo o mundo. O jogador pode selecionar diferentes classes que fornecem habilidades especiais e armas únicas no combate contra a corrupção. 

O tiroteio está mais sólido do que nunca, com cada acerto sendo satisfatório, muito por conta do ótimo trabalho de som. Devido à temática do jogo, achei interessante jogar com o arquétipo “pistoleiro”, o que gerou bons momentos durante o combate, principalmente por conta das minhas habilidades únicas que me fizeram sentir como Erron Black de Mortal Kombat. Porém, nem tudo é perfeito, e tenho algumas ressalvas sobre o design dos mapas e a progressão geral do jogo. 

Assim como o primeiro jogo, Remnant II permanece com o esquema de geração procedural na criação de seus mapas, o que cria uma experiência única para cada jogador, mas pode também gerar momentos frustrantes na progressão. É algo comum em jogos “roguelike”, mas não tanto em jogos "souls", em que memorizar cada passo e obstáculo é crucial para vencer.

Não me leve a mal, a geração procedural auxilia no “fator replay” do jogo, mas também pode criar momentos chatos e repetitivos que se resumem em andar num corredor atirando no mesmo tipo de inimigo várias e várias vezes até chegar em um chefe, que também é aleatório, e muitas vezes é “apenas” uma versão diferente dos inimigos comuns que você já enfrentou no passado.

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Bugs e problemas enraizados na jogabilidade

A dificuldade de Remnant II é desbalanceada em alguns momentos
Foto: Remnant II / Reprodução

Também tive problemas com a dificuldade, o que é um pouco irônico em um jogo “souls-like”. Porém, a dificuldade de Remnant II sofre em achar um balanço que ajude o jogador a se sentir recompensado por vencer uma batalha difícil.

Em alguns momentos, o jogo consegue ser fácil e até um pouco monótono, mas em outros, o jogo te cerca com vários inimigos que tiram 80% da sua vida com um simples golpe. Combine isso com a lentidão para recuperar o HP, e você tem a receita perfeita para uma experiência frustrante e quebrada. É certo que existem recursos e itens que aumentam a sua resistência, vida e rapidez no uso de certos itens, afinal, Remnant II ainda é um RPG, mas ainda não são o suficiente para quebrar este ciclo chato de jogabilidade.

O jogo também sofre com muitos bugs e problemas visuais, incluindo um desempenho que não é agradável para os fãs de fluidez, essencial para um jogo onde a precisão dos tiros divide a linha entre vida e morte. Jogando no PS5, eu tive que desistir do “modo performance” por conta das altas quedas nos frames e artefatos visuais na tela, e precisei me contentar com o modo qualidade, que entrega uma experiência visual mais nítida, porém em 30 Quadros por segundo. 

Conclusão 

Remnant II é um dos jogos mais bonitos da geração atual, mas não adianta ter belos gráficos se os problemas básicos do jogo se destacam. Há momentos em que o jogo brilha perfeitamente, mas estes momentos estão escondidos por trás de partes medianas e medíocres. O combate é sensacional, e o universo do jogo é um dos mais interessantes que já vi no gênero, mas não é o suficiente.

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Remnant II - Nota 7
Foto: Game On / Divulgação

Remnant II está disponível para PC, PlayStation 5 e Xbox Series X/S.

*Esta análise foi feita no PS5, com uma cópia do jogo gentilmente cedida pela Gearbox Publishing.

Fonte: Game On
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