Assassin's Creed Mirage é uma das atrações da Brasil Game Show 2023. Não à toa, o diretor de arte do jogo, Jean-Luc Sala, marcou presença na feira e conversou com o Game On sobre a produção do novo título da famosa franquia da Ubisoft.
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Jean falou sobre suas inspirações para o trabalho realizado, em que ele tinha a missão de celebrar os quinze anos da franquia Assassin's Creed com uma volta às raízes. Além disso, ele detalhou a pesquisa realizada pelo seu time para conseguir trazer a ambientação em mundo do Oriente Médio sem cair em estereótipos.
Jornada de nostalgia com Mirage
Essa é a primeira vez de Jean-Luc na série Assassin's Creed, e sua missão era retornar o jogo para uma fórmula parecida com as primeiras entradas da franquia. O diretor de arte conta que a nostalgia foi um dos grandes motivadores na criação do mundo de Mirage.
Segundo Jean-Luc, os primeiros jogos serviram de inspiração, mas o time de arte não olhou para eles com a inteção de reproduzir cena a cena. O processo de produção teve um quesito mais criativo neste sentido.
"Eu não joguei o primeiro para olhar e escolher coisas. Eu queria olhar e escolher coisas da minha memória, coisas que me lembravam o primeiro jogo, mesmo que isso no primeiro não fosse bom. Minha intenção com Mirage era de trazer um sentimento de nostalgia", analisa Jean.
Ele comenta que a cidade de Bagdá tinha que ser muito bem apurada historicamente e visualmente, e este foi o norte do desenvolvimento. Já na jogabilidade, a missão era conversar com os fãs mais antigos de Assassin's Creed.
"O restante (do jogo) precisava lembrar as pessoas o porque elas amam aquilo. Lembrar as pessoas que elas amam o assassino vestido de branco, que elas amam pular de telhado em telhado. Todo aspecto que era icônico para a franquia precisava voltar, e todo o time, não apenas eu, é fã da franquia e velho o suficiente para ter jogado os primeiros jogos de Assassin's Creed."
Respeitar a cultura islâmica
Assassin's Creed Mirage se passa majoritariamente em Bagdá em 861 d.C, época que é considerada a Era de Ouro do islamismo. Dessa forma, Jean-Luc e sua equipe tiveram cuidado extra para trazer essa cultura para o game, uma vez que o Oriente Médio costuma ser reproduzido na cultura pop com diversos estereótipos.
"Eu cresci no Oriente Médio, no Irã, e deixei o país quando tinha onze anos. Então, enquanto eu olhava as minhas memórias do primeiro jogo, eu também olhava para as minhas memórias como uma criança crescendo naquele local. Me ajudou bastante para saber o que é certo e errado. Eu não sou da cultura Árabe, mas eu vivi perto o suficiente para entender alguns aspectos", conta.
Mas apenas as memórias de criança não seriam o suficiente para fazer um trabalho respeitoso com o Oriente Médio. Por isso, Jean-Luc montou um time preparado para fazer o trabalho e garantir que não houvesse erros na hora de apresentar a cultura.
"As pessoas consultadas para o jogo chegavam com uma lista de desejos do que fazer. Nós não queriamos errar em nenhum aspecto de apropriação cultural ou comportamentos do Oriente. Celebrar o mundo islâmico não é algo fácil, e nós queriamos trazer justiça para este mundo pelo jeito que ele é reapropriado em alguns tipos de entretenimento."
Assassin's Creed Mirage foi lançado no início de outubro e está disponível para PC, Xbox Series e PlayStation 5.