Quando a Bungie anunciou Destiny em 2013, colocou o mundo dos jogos em uma expectativa raramente vista. Depois do sucesso absoluto com a franquia Halo, responsável por colocar o Xbox em posição de competir com os consoles da Sony e da Nintendo, e de conquistar sua independência da Microsoft, a desenvolvedora queria ir além e criar um novo marco cultural: queria colocar seu próximo lançamento na mesma prateleira de obras como O Senhor dos Anéis e Star Wars.
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O MMORPG de ficção científica era o projeto mais ambicioso da desenvolvedora que nasceu como um pequeno estúdio independente em Chicago no início dos anos 1990. E era também o motivo que eu esperava para comprar um Xbox One em meados de 2014.
Destiny foi conturbado. Muito do que a Bungie havia prometido não estava presente no jogo: havia uma clara lacuna de conteúdo, a narrativa era pobre, as missões repetitivas e o sistema de loot frustrante. A desenvolvedora sofreu por suas próprias ambições e demorou para arrumar a casa e conseguir entregar parte do potencial que Destiny sempre mostrou.
Ainda assim, a jogabilidade precisa e fluida e a possibilidade de jogar ao lado dos amigos - e conhecer muitos novos - foram suficientes para me manter fiel por mais de 600 horas. A Bungie jamais desistiu de Destiny e, pouco a pouco, lançou atualizações mais condizentes com as expectativas que havia criado. Os dois primeiros anos da franquia trouxeram expansões, campanhas - que melhoraram um pouco a narrativa - e, principalmente, incursões que se justificavam, e o PvP era um motivo a mais para se dedicar algumas horas por dia.
Foram mais de um ano e meio ao lado do meu Guardião, mas eventualmente chegou a hora de dar adeus. MMORPGs demandam muito tempo, eu já tinha conseguido tudo o que queria ali e havia outros lançamentos para conhecer. Ainda, muitos outros colegas do Cosmódromo já haviam pendurado suas armas.
A chegada de Destiny 2
Em setembro de 2017, a Bungie lançou Destiny 2. Mas, por mais que eu quisesse jogar, me mantive afastado por saber do "perigo" que ele representava pessoalmente. Foram mais de cinco anos apenas acompanhando de longe as novidades, assistindo alguns vídeos das novas incursões e pensando: quem sabe um dia?
Esse dia chegou com a expansão A Queda da Luz. Em seu sexto ano, Destiny 2 tem novos planetas, novos personagens, novas dificuldades e uma infinidade de conteúdo para explorar quando comparado com seu antecessor.
A Bungie fez um excelente trabalho em evoluir sua franquia e também em possibilitar que novos jogadores começassem sua aventura diretamente das expansões mais recentes. Depois de um rápido tutorial - praticamente idêntico às primeiras missões do primeiro Destiny - e de cumprir alguns objetivos paralelos, principalmente para liberar algumas habilidades para meu Arcano, estava pronto para viajar para Netuno, lar da maioria das novas missões de história.
A jogabilidade da franquia mudou pouco ao longo dos seus quase 10 anos de existência, embora A Queda da Luz implemente mecânicas verticais até então inéditas - mas que funcionam de uma forma estranha. Porém, isso está muito longe de ser um problema.
Mesmo que eu esteja muito acostumado com jogos de tiro em pessoa, a adaptação é rápida. Mas, melhor ainda é explorar todas as possibilidades que o jogo dá atualmente: são inúmeras armas diferentes, de metralhadoras a arcos, módulos de aprimoramento - que para mim foram uma novidade - armaduras e habilidades personalizáveis de uma forma que eu jamais imaginaria.
Mas todo esse conteúdo também traz problemas. É um pouco difícil se acostumar com os menus de Destiny 2: há opções demais e não há um tutorial muito dinâmico, deixando para o jogador entender muita coisa sozinho. Esse excesso também se reflete durante o jogo, que agora tem tantos lugares para visitar que, para aqueles que se afastaram pelos últimos anos, é capaz de deixar alguns Guardiões perdidos e sem saber muito bem qual rumo seguir.
Ainda assim, explorar todos os novos lugares e missões é divertido, sozinho ou com alguns amigos. A campanha avança rápido, e o novo nível de dificuldade Lendário deixa tudo muito mais interessante. Logo me senti como se nunca tivesse deixado o jogo por muito tempo de lado; me sentia quase em casa.
Mas essa sensação também trouxe de volta algumas velhas decepções: Destiny 2 tem uma história e uma narrativa que ficam em segundo plano em relação à diversão. Não é difícil pouco se importar com o que está acontecendo, muitas das missões mudam apenas os ambientes - o objetivo é sempre muito parecido - e o jogo falha em criar um senso de urgência que mantenha o jogador interessado. Além disso, os dois novos personagens de Netuno são genéricos e não constroem empatia, e A Testemunha, vilão de toda a trama de Destiny 2, foi uma das poucas coisas que me deixou verdadeiramente curioso.
O que muda agora são as expectativas. Depois da decepção com alguns aspectos do primeiro Destiny, embarquei em A Queda da Luz esperando muito menos. E isso se mostrou ideal. Destiny 2: A Queda da Luz diverte e é capaz de me prender por horas ininterruptas, mas apenas isso. Jogar ao lado dos amigos em missões aleatórias continua sendo a maior e melhor parte da diversão, mas, no fim das contas, continua sendo o velho Destiny.