A declaração do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) associando games aos ataques nas escolas brasileiras e afirmando que “jogos só ensinam a matar” continua repercutindo na comunidade gamer e também na indústria de jogos digitais.
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A Abragames, Associação Brasileira das Desenvolvedoras de Jogos Eletrônicos, enviou um comunicado à imprensa se posicionando sobre a fala de Lula sobre os games:
“Imputar aos games a responsabilidade por atos violentos é se apoiar em um pretexto equivocado e leviano para justificar falhas que envolvem segurança pública, educação, economia, saúde e outras tantas atribuições do Estado. Dizer que ‘os jogos ensinam a molecada a matar’ é, no mínimo, irresponsável e demonstra desconhecimento tão grande ou maior do que afirmar que ‘não tem game falando de amor, nem game falando de educação’. Os jogos falam de amor e de educação, assim como falam de cultura, de inclusão social, de diversidade, de superação, de respeito, de esporte e de tantos outros temas extremamente importantes e que nem sempre têm o protagonismo que deveriam ter na sociedade”.
A Abragames é uma entidade que representa mais de 130 estúdios nacionais de desenvolvimento de games e que acompanha, estuda e incentiva diretamente a indústria brasileira desse setor há quase 20 anos.
“Nesse período, o que não faltam são projetos incríveis, sensíveis e criativos que, pelas mãos de profissionais talentosos e dedicados, contam histórias únicas que transformam vidas (de quem faz e de quem joga) e ensinam a trabalhar em equipe, superar adversidades, tomar as melhores decisões e solucionar desafios”, disse a associação de desenvolvedoras sobre os jogos feitos por produtoras brasileiras.
Games e violência
O comunicado da Abragames também fala sobre a suposta relação entre jogos violentos e o aumento da violência no país, especialmente entre crianças e dentro das escolas. Segundo a associação, não há evidências científicas que comprovem essa relação:
“Os principais estudos internacionais não revelam evidências de que os jogos induzem alterações neurológicas, psicológicas e/ou comportamentais e atos de violência. Pelo contrário, eles apresentam descobertas consistentes em relação a melhoras de habilidades cognitivas, com ganhos documentados em relação à velocidade de raciocínio, controle de atenção e memória. Mais do que isso, há diversos exemplos de jogos com objetivos diretamente relacionados à melhora da saúde, da educação e da socialização”.
“A Abragames e as associações regionais se compadecem pelos recentes episódios violentos e, cientes de suas responsabilidades e deveres, estão sempre dispostas e disponíveis para abrir diálogo e contribuir com a criação de um ecossistema saudável de informações no que tange a indústria dos games” declarou a associação de desenvolvedoras de jogos digitais, se prontificando a colaborar com diversos exemplos e projetos brasileiros que vão ajudar a combater a desinformação e a orientar famílias com relação ao desenvolvimento e consumo dos games por crianças e adolescentes.