O jogo de tiro Far Cry 6 recebeu nesta semana sua segunda expansão DLC, Pagan: Controle, que coloca o jogador no papel do vilão Pagan Min, o déspota violento de Kyrat, país fictício com ares tibetanos que visitamos em Far Cry 4.
Enquanto nas expansões DLC dos jogos anteriores da franquia Far Cry a Ubisoft aproveitava para experimentar ideias bastante diferentes umas das outras, aqui a produtora optou por vasculhar alguns cenários perturbadores: as mentes de seus mais famosos vilões. Porém, as mecânicas centrais dessas DLCs são sempre as mesmas, um jogo de tiro com mecânicas de um dos gêneros da moda, o Roguelite.
As mecânicas centrais do jogo são idênticas ao que o jogador viu em Vaas: Insanidade, a primeira DLC de Far Cry 6 - e provavelmente serão as mesmas na expansão de Joseph, o líder de culto do jogo anterior.
Terapia intensiva
Em Far Cry 4, Pagan Min é um ditador cruel, sádico e excêntrico, que leva uma vida desregrada enquanto aterroriza a população de seu país. Ao mesmo tempo, o jogo sempre mostrou que ele tem uma relação problemática e, de certa forma carinhosa, com sua filha Lakshmana, sua amante perdida Ishwari e até mesmo o personagem do jogador, Ajay.
Controle leva o jogador para dentro da mente de Pagan Min e sua missão é reconciliar a natureza real do personagem, suas aspirações e todos os traumas de seu passado. A trama é contada em memórias que o jogador visita em um templo parcialmente submerso. O cenário, aliás, é o grande destaque desta DLC. Além de recriar elementos de Far Cry 4, tudo é cheio de detalhes meio oníricos e carregado de simbolismo.
Há estátuas e outras obras de arte gigantescas do ditador por todos os lados - há até um Pagan enorme nas nuvens do céu, como que iluminando as terras de Kyrat. Megalomania mandou abraços.
Não há muito tempo para curtir a paisagem aqui, infelizmente. Pagan está sempre em conflito com os rebeldes que povoam seu subconsciente, lutando para tomar o controle de templos que escondem memórias e suas fraquezas. No meio da confusão, vira e mexe o ditador faz comentários que revelam um certo arrependimento (passageiro?) por toda a violência e pensamentos sobre como sua vida poderia ter sido diferente. Pagan Min é um dos personagens mais complexos da série e a DLC explora bem suas múltiplas facetas.
Morrer e voltar até acertar
Se a narrativa é o ponto alto, o combate é tão bom quanto o do jogo base, embora mais limitado pela ausência de cavalos ou outros veiculos. Os desafios das estátuas são mais simples de completar do que os desafios de Citra na DLC do Vaas - mas ao menos o tiroteio de qualidade se manteve.
As mecânicas roguelite, que fazem com que cada morte de Pagan seja um recomeço para a aventura, mas com uma lenta evolução conforme desbloqueia armas e adquire novos poderes e habilidades a cada nova tentativa, são praticamente as mesmas de Vaas: Insanidade.
Tudo bem se as mecânicas fossem as mesmas mas as armas desbloqueáveis fossem diferentes ou as vantagens que o jogador pode adquirir, mas não é o caso. Há uma única vantagem levemente diferente entre uma DLC e outra. Talvez por isso a Ubisoft considere as três DLCs como episódios de um mesmo pacote, "Torne-se o Vilão".
Considerações
Pagan: Controle faz parte do passe de temporada de Far Cry 6, que está incluso em todas as edições do game exceto na versão 'standard'.
Ela é muito parecida com a DLC de Vaas, então é bom considerar o quanto você, como jogador, se interessa pelo chefão de Far Cry 4, pois a melhor parte da aventura é desvendar suas memórias e entender sua origem.
Para quem gostou muito de Far Cry 4, esta pequena expansão é como uma visita rápida ao violento Kyrat, mas desta vez, no controle de seu excêntrico e perigoso ditador.
Far Cry 6 está disponível para PC, PlayStation 4, PlayStation 5, Xbox One e Xbox Series X/S.
*Este teste foi feito com uma cópia da DLC Pagan: Controle gentilmente cedida pela Ubisoft.
