Desde o sucesso improvável do cultuado Demon's Souls, os jogos da FromSoftware angariaram uma legião de fãs apaixonados. Se a pouco mais de uma década as desenvolvedoras se encontravam em um lugar comum e criavam jogos que mantinham seu público em uma espécie de zona de conforto, o criador do tão esperado Elden Ring seguiu um caminho diferente: fazer games extremamente desafiadores que não se dobram ao jogador.
Mas será que é somente isso que encanta tanto os fãs dos jogos de Hidetaka Miyazaki e tornam Elden Ring o jogo mais aguardado do ano? O Game On foi atrás de respostas com quem realmente entende: os jogadores.
Liberdade
Para Murillo Rossini, moderador de um dos maiores grupos sobre Elden Ring do Brasil no Facebook, a liberdade que o jogo oferece é o que torna Dark Souls, seu favorito, tão especial: "O que mais me encanta é a liberdade. O jogo te dá liberdade de fazer tudo o que quiser, de ser quem você quiser com seu personagem."
Ainda para o recifense de 25 anos, o jogo “é o retrato do mundo e da sua dificuldade. É um jogo sombrio, macabro e até mesmo impiedoso, mas que também mostra que o mundo à nossa volta, na vida real, também é cruel e hostil. As dificuldades enfrentadas nos jogos podem ser comparadas com aquelas que enfrentamos na vida real. Por isso celebramos tanto quando as superamos."
Se para muitos a história de Dark Souls é superficial ou até mesmo inexistente, para os fãs desvendá-la é uma recompensa. Com exceção de Sekiro: Shadows Die Twice, que tem uma história mais linear e conclusiva, os jogos da FromSoftware trazem uma narrativa elusiva, onde não é raro ter que apelar para a imaginação para preencher lacunas.
"A história se torna um quebra-cabeças. Ela te faz olhar para o cenário, para cada inimigo e cada item para tentar entender o porquê daquilo tudo estar ali." Ao fazer isso, Miyazaki tira o jogador de sua zona de conforto e o faz "correr atrás de informações que há dentro do jogo, mas que muitas vezes passam despercebidas porque muitos jogadores não querem perder nem dois ou três minutos conversando com NPCs", completa Murillo.
Estado da arte
Cada um dos jogos de Miyazaki tem influências claras. Dark Souls se inspira em Berserk, clássico mangá escrito e ilustrado por Kentaro Miura, e em elementos da mitologia grega. Já Bloodborne, o jogo favorito do criador de Elden Ring, bebe do horror cósmico de H.P. Lovecraft como poucos.
Para Felipe Eduardo, membro do grupo mais popular sobre Dark Souls do Brasil no Facebook, essa atenção aos detalhes tornam esses jogos tão especiais: "Os soulsbornes, para mim, são uma verdadeira obra de arte. Cada sentimento é diferente ao abrir o jogo. Sempre reparamos em pequenos detalhes que já estavam lá e passavam despercebidos. Os jogos são lindos: a arte, os conceitos, as possibilidades de criar seu personagem, a batalha com cada boss."
Porém, para o paulistano de Itu, o ponto mais forte dos jogos é a trilha sonora. Felipe tem até uma favorita: "... a dos Vigilantes do Abismo [de Dark Souls 3]. A música é incrível - é como se o som se encaixasse perfeitamente na batalha”.
O desafio - e a satisfação de superá-lo - e todos os outros aspectos que tornam cada jogo da FromSoftware único, fazem deles experiências recompensadoras, e falo como fã. Ser o jogo mais aguardado do ano deixa clara a importância de Elden Ring e de Miyazaki pro mundo dos jogos - resta saber o que nos espera atrás da próxima porta.
Elden Ring chega para PC, PlayStation 4, PlayStation 5, Xbox One e Xbox Series X|S no dia 25 de fevereiro.