O que torna um beat'em up bom? Jogabilidade simples, mas desafiadora, inúmeras possibilidades de combos e pancadaria desenfreada? Se esses são alguns dos requisitos, Fight'N Rage tem tudo para agradar os fãs mais exigentes e, por ir muito além do que "apenas" isso, pode ser considerado um dos melhores do gênero - e impressiona ainda mais nas plataformas da nova geração.
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Fight'N Rage foi lançado originalmente em 2017 como uma homenagem à "era de ouro" dos beat'em ups, gênero que marcou o mundo dos fliperamas e dos consoles domésticos no final dos anos 1980 e início dos anos 1990. O jogo mistura uma belíssima pixel art de cores saturadas com as mecânicas há muito consolidadas por clássicos como Final Fight e Streets of Rage, mas faz isso de uma forma que supera alguns dos nomes que reverencia.
Desenvolvido inteiramente pelo uruguaio Sebastián García, o jogo traz três lutadores, Gal, Ricardo e F. Norris - que não parecerão muito estranhos aos mais veteranos -, com características únicas e, inicialmente, apenas o modo Arcade para o jogador testar sua sorte. Um rápido tutorial ensina os movimentos mais básicos, que se resumem em socar, pular e agarrar, e os minutos seguintes serão marcados por combates intensos em uma Terra devastada por mutantes, que dão tom à narrativa.
Se inicialmente o combate parece simples, logo se mostra dono de uma profundidade que impressiona. Cada personagem jogável de Fight'N Rage tem uma infinidade de combinações entre agarrões direcionados, golpes terrestres e sequências aéreas - além de diferentes ataques especiais - que transforma cada jogatina em uma jornada de descobertas. Essa infinidade fica escancarada quando o jogador libera o Modo Treinamento, que apresenta um mundo repleto das mais diferentes técnicas de defesa, esquiva, cancelamentos e ataques. É uma revelação que muda a forma como o jogador lida com o game, o fazendo enxergar saídas para momentos que antes pareciam fadados ao fracasso.
Fracasso que pode vir facilmente conforme o jogador avança pela campanha. Os inimigos são inteligentes e vão se tornando gradualmente mais resistentes e poderosos - em especial os chefes - e muito mais numerosos, criando situações que exigem mais conhecimento do repertório de cada personagem e que dão uma sensação de progressão realmente gratificante.
E por trás desse combate refinado e viciante, há também uma narrativa cheia de ramificações que elevam o fator replay do jogo. Muitos dos estágios têm caminhos secretos ou rotas alternativas que levam a vários finais diferentes - que também dependem de qual personagem está sendo usado.
As surpresas não param por aí. Fight'N Rage tem uma série de desbloqueáveis, que podem ser liberados usando as moedas conseguidas no modo Arcade, e vão desde divertidos modos de jogo - incluindo um Modo Batalha que permite colocar dois jogadores em multiplayer local frente a frente - até itens cosméticos e níveis de dificuldade extras para aqueles que querem um desafio a mais.
Por fim, vale destacar a trilha sonora de Gonzalo Varela, que incluiu mais de quarenta faixas para acompanhar a pancadaria. Além de um rock progressivo marcante e esperado em jogos do tipo, é possível apreciar momentos de jazz e funk que, embora inesperados, harmonizam perfeitamente com o jogo.
Considerações
Fight'N Rage chega aos consoles de nova geração com 120FPS e uma fluidez que eleva ainda mais sua qualidade. Com mecânicas de combate profundas e satisfatórias, belíssimos gráficos e uma trilha sonora implacável, o jogo é uma experiência obrigatória tanto para os fãs do gênero, como para aqueles que só querem uma pancadaria descompromissada. Também é possível jogar em co-op local de 1 a 3 jogadores, o que deixa a diversão ainda mais acentuada.
Fight'N Rage está disponível para PC, PlayStation 4, Switch e Xbox One. O jogo será lançado em 1° de março para PlayStation 5 e Xbox Series X/S.
Essa análise foi feita em um PlayStation 5 com uma cópia gentilmente cedida pela BlitWorks.
