007: Sem Tempo Para Morrer marca o 25º filme da franquia e também a despedida de Daniel Craig. Para tal marco, nada mais justo do que um filme grandioso, ousado, emotivo e com todos os elementos que o público espera de um filme com a marca 007.
Depois de anos interpretando o agente mais famoso do mundo, Craig encerra seu ciclo em um roteiro que fala do tempo, muitas vezes escasso, outras vezes de sobra, e o quanto ele é precioso.
Com uma visão elegante, sexy e em grande escala, o diretor Cary Fukunaga mantém a espinha dorsal que todo filme da franquia merece ter, com muita ação, sex appeal e cenas de tirar o fôlego, Com 2h43 de duração, rostos já conhecidos dos fãs retornam para tela e o roteiro bem trabalhado, que contou com a potência de Phoebe Waller-Bridge, fecha ciclos e abre outras possibilidades para o futuro.
Como era de se esperar, o vencedor do Oscar, Rami Malek, não fica para traz e entrega uma atuação precisa e enxuta. Interpretando o vilão Safin, Malek (Mr. Robot), não tem muitos minutos em tela, mas aparece o suficiente para mostrar seu talento e marcar um antagonista à altura de Bond. Além de Rami, outro destaque vai para Lashana Lynch, a 'nova' 007. Carismática e com um timing certo, a atriz conquista o espectador e merecia mais momentos de ação.
Com um elenco coeso e uma visão certa de onde o filme parte e para onde ele quer nos levar, o novo 007 consegue entregar tudo que promete, mesmo diante das polêmicas e inúmeros adiamentos em função da pandemia.
Acima de tudo, Sem Tempo Para Morrer é um filme pautado na emoção, na família e que faz com que o protagonista, que se mostrou por tantas vezes afetivamente fechado, transborde em suas antigas convicções. Saindo da sua zona de conforto, o novo 007 mostra um Bond 'humano', doce e fora da sua casca.