Lady Chokey não tem "papas na língua". Foi assim que a streamer carioca , de 25 anos, conseguiu deixar sua marca na internet, com lives divertidas - é claro - mas sem medo de falar o que pensa. No mês passado, Lady foi destaque no "Quebrando o Tabu", site independente de notícias, ao participar de um vídeo especial em que debatia gênero e sexualidade com uma mulher 27 anos mais velha. O vídeo já soma mais de 2 milhões de visualizações só no Instagram.
"Eu agradeço muito por ter sido escolhida para gravar aquela reportagem. Acho que ali eu consegui mostrar que não sou marginal, que eu tenho educação, que eu tenho berço. Sei entrar e sair [de um lugar], eu sei debater e conversar. Se você não sabe, eu vou tentar ensinar. Então eu acho que consegui mostrar um ponto positivo", afirmou a gamer em entrevista ao Terra.
O fato é que Lady mostra o lado politizado e crítico dos gamers. Parceira do Facebook Gaming, ela já foi alvo de inúmeros ataques e ofensas em suas lives por ser uma mulher trans. E é com sua postura firme que ajuda a combater o preconceito.
"A nossa sociedade já é configurada para isso, desde a nossa infância. A mulher tem um papel inferiorizado em relação aos homens. Em relação a você ser uma mulher trans e estar fazendo lives em alguma plataforma, se expondo, é uma forma nova de atrair novos ataques", disse a streamer.
"Tudo isso é culpa da nossa sociedade. O que eu faço é propor que a gente venha a mudar essa perspectiva. Eu quero mostrar que as pessoas trans são muito mais do que as reportagens de violência, prostituição e mortes que a gente encontra no Google", completou.
Em contato com a reportagem, no bate-papo que durou quase uma hora, Lady falou sobre o processo de emagrecimento, que a fez perder mais de 50kg, sobre o dia a dia de trabalho na pandemia e até sobre o BBB21.
Animada com a saída de Rodolffo na semana passada - participante que teve falas homofóbicas e racistas -, Lady celebrou a eliminação e explicou por que é tão ligada nas problemáticas que envolvem o reality show.
"O Rodolffo nada mais é do que o retrato do Brasil. Não tenho dúvidas de que as eleições de 2018, que elegeram o Bolsonaro, foram movidas pelo ódio, pela raiva... As falas homofóbicas e racistas só provam que é parte do '17' que está dentro da casa... Tem muitos iguais a ele no Brasil. O importante é que tem gente lutando contra isso. Hoje tem muitos advogados, políticos, pessoas gays e trans engajadas nas causas. As pessoas respondem judicialmente. Nada passa impune", concluiu.