Jogamos: Breakout Beyond mostra como um jogo retrô deve ser feito de verdade

Com física precisa e jogabilidade viciante, o novo título da Atari é uma homenagem perfeita aos clássicos — sem ficar preso ao passado

3 abr 2025 - 20h48
Breakout Beyond
Breakout Beyond
Foto: Divulgação

Se você é daqueles jogadores que cresceram nos fliperamas dos anos 80 e 90, que ainda sentem o cheiro do gabinete de madeira e o barulho dos botões estalando, precisa conhecer Breakout Beyond. Esse é o tipo de jogo que faz a gente lembrar por que o retrô é tão poderoso — e ao mesmo tempo mostra que nem todo jogo antigo merece um revival.

Quer um exemplo? Rendering Ranger: R² [Rewind], lançado recentemente, até tentou revisitar os tempos dourados do Super Nintendo. Mas no final das contas, entregou uma experiência truncada, com uma dificuldade artificial, visuais que envelheceram mal e uma jogabilidade mais travada que disco arranhado.

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Breakout Beyond, por outro lado, acerta em cheio no que importa: jogabilidade refinada, física fluida e uma homenagem moderna que respeita o legado sem se prender ao saudosismo burro.

Jogabilidade precisa e ágil: um clássico repaginado com inteligência

A base continua a mesma: você controla uma paleta, rebate uma bolinha e destrói blocos. Simples? Sim. Mas a genialidade de Breakout Beyond está na maneira como ele reimagina essa simplicidade com muito mais profundidade.

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Agora, seu objetivo principal não é mais limpar a tela, mas sim abrir caminho até o lado direito de cada fase, navegando por estruturas labirínticas de blocos. Isso adiciona estratégia e urgência à ação, sem comprometer a essência do original.

O controle da paleta é suave e responsivo, e a física da bola é digna de elogio. Ela reage com precisão aos ângulos, à velocidade e ao tempo de resposta, o que torna cada rebote uma pequena dança entre controle e caos. Você sente que tem domínio da ação, mas que o jogo também exige reflexos e leitura de cenário, como os bons e velhos tempos.

Breakout Beyond
Foto: Divulgação

Visual moderno com alma retrô

Visualmente, Breakout Beyond aposta numa estética neon vibrante, cheia de efeitos visuais que intensificam conforme você manda bem no jogo. Conforme seus combos crescem, a tela vira um show de luz e partículas, elevando a tensão e a imersão.

E o melhor: nada disso compromete a legibilidade do jogo. Você sabe exatamente onde está, onde a bola vai quicar, e o que precisa fazer. É um equilíbrio raro entre espetáculo visual e clareza de gameplay.

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A trilha sonora, inspirada em música eletrônica e ambientações de synthwave, acompanha a intensidade da jogatina. Ela cresce com o seu desempenho, criando um elo emocional entre som, ação e adrenalina — quase como se o jogo te incentivasse com batidas.

Conteúdo na medida e multiplayer caótico como tem que ser

Com 72 fases, Breakout Beyond tem conteúdo de sobra para te prender por horas. E ainda tem um modo infinito desbloqueável, pra quem curte escalar sua própria habilidade até o limite.

Ah, e não podia faltar o modo cooperativo local. Dois jogadores no mesmo campo, compartilhando rebotes e gritarias na sala, igualzinho aos tempos de sofá e controle com fio. É caótico, engraçado e nostálgico — do jeitinho que tem que ser.

Retrô com propósito: o que Rendering Ranger deveria ter sido

O que torna Breakout Beyond tão especial é a clareza de visão dos seus desenvolvedores. Eles sabiam exatamente o que queriam entregar: um jogo que homenageia o passado, mas que funciona perfeitamente no presente.

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Não tentaram reinventar a roda. Não enfiaram microtransações. Não colocaram cutscenes desnecessárias, nem tentaram transformar tudo em uma “experiência cinematográfica”.

Eles focaram no gameplay. E é isso que separa um revival medíocre de um jogo retrô bem feito.

Breakout Beyond é o oposto do que tem sido feito por aí: é simples, mas polido até brilhar. É novo, mas com respeito absoluto à raiz.

Vale a pena? Vale cada pixel

Se você quer reviver a sensação de um jogo arcade sem abrir mão da tecnologia moderna, Breakout Beyond é a pedida certa. Ele não tenta reinventar a roda — ele só pega a roda, limpa, dá um polimento e te deixa acelerar com ela no melhor estilo retrô possível.

Com jogabilidade viciante, física impecável, visual atraente e trilha sonora envolvente, o jogo é um baita exemplo de como se homenageia o passado sem ser refém dele.

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Recomendo fortemente. Principalmente se você, assim como eu, se decepcionou com certos “retrôs” por aí que pareciam mais uma fita velha passando no tracking errado.

Fonte: Game On
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