Desde que experimentei Path of Exile 2 por alguns minutos durante a Brasil Game Show 2024, fiquei ansioso em ver o que os desenvolvedores da Grinding Gear Games haviam preparado no game para o Acesso Antecipado, que começa hoje (6) e deve durar pelos menos alguns meses.
Após passar os últimos dias jogando o novo game, fica até difícil de voltar para Diablo IV, onde tenho mais de 400 horas somando PC e PS5. Embora o jogo da Blizzard seja divertido atualmente, eu gostei mais da experiência que tive em Path of Exile 2, por ser mais desafiadora e com melhorias em aspectos importantes do jogo original.
Nova trama e muito conteúdo
A história de Path of Exile 2 ocorre 20 anos após os acontecimentos do antecessor, com os jogadores recebendo a tarefa de encontrar a Semente da Corrupção para acabar com os planos do Conde de Ogham, que podem devastar a região de Wraeclast.
Ao longo dessa vasta jornada, que leva algumas dezenas de horas para ser concluída, há uma imensa quantidade de locais com biomas diversos a serem explorados, repletos de inimigos variados e muitas missões de campanha e opcionais. Isso sem falar dos NPCs com os quais você pode interagir e conversar, para saber mais a respeito deles e da história principal.
No começo do Acesso Antecipado, existem seis classes à disposição, incluindo Monge, Guerreiro, Patrulheira, Mercenário, Bruxa e Feiticeira, todas elas com duas classes de Ascensão cada, que fazem parte da progressão do endgame.
Embora ainda não esteja pronto, Path of Exile 2 já possui uma campanha, que ao ser completada libera o modo de dificuldade Cruel, onde os inimigos ficam mais fortes e derrubam itens melhores. Segundo a desenvolvedora, esta dificuldade será removida quando o jogo completo for lançado, sendo substituída por atos adicionais.
Além da campanha e da dificuldade adicional, há também o endgame, que traz muitas novas atividades para você aproveitar.
Gráficos de ponta e melhorias na jogabilidade
Por ser um jogo voltado para a geração atual, Path of Exile 2 apresenta visuais consideravelmente melhores do que aqueles vistos no jogo anterior. Texturas, iluminação, sombras, efeitos especiais e assim por diante, estão consideravelmente mais realistas, mas sem perder a atmosfera sombria característica da franquia, que lembra aquelas vistas em Diablo I e II.
Apesar dos gráficos incrementados, achei o jogo leve, me fazendo crer ser possível jogá-lo até em PCs mais modestos. Na minha GeForce RTX 4070, não tive dificuldade alguma em rodá-lo em 4K e 60 fps+ usando NVIDIA DLSS. Consegui até mesmo jogá-lo em 1440p e 60 fps sem depender de qualquer tipo de upscaling. E tudo isso com as configurações gráficas no máximo.
Outras coisas que chamam a atenção são as mudanças na jogabilidade em comparação com o antecessor. O sistema de escambo com NPCs foi trocado por um mais tradicional, que usa ouro para compra e venda de itens, facilitando realizar aquisições com os comerciantes.
Apesar dessa alteração, o sistema de troca ainda está presente no game de certa forma, com você podendo desencantar ou reciclar equipamentos para ganhar determinados materiais. Quanto mais valioso o item, maior a recompensa ao fazer isso.
Além disso, as habilidades agora não dependem exclusivamente de serem equipadas nas armas e armaduras para serem utilizadas. Armas ainda possuem habilidade incrementadas nelas, mas as demais, tanto ativas quanto de suporte, são obtidas por meio de gemas encontradas no jogo e colocadas em um painel exclusivo. Basta você encontrar uma gema e atribuir uma habilidade a ela. Todas que estiverem dentro do painel podem ser utilizadas pelo jogador, independentemente dos seus equipamentos.
Trata-se de uma alteração drástica e que, ao meu ver, deixou a dinâmica do game muito melhor, facilitando a obtenção e combinação de novas habilidades ativas nos combates, o que permite diversificar o estilo de jogo de cada um. Aliás, continua sendo possível fazer uso de habilidades de classes que não sejam a do seu personagem.
Outra alteração que chama positivamente a atenção é que agora você consegue reembolsar seus pontos passivos de forma mais fácil. Há um certo personagem no Ato 1 que, após ser resgatado, cuida dessa tarefa para você, cobrando uma determinada quantidade de ouro para cada ponto que você quiser realocar, sendo este inclusive, ao meu ver, o principal uso para ouro no game.
Este mesmo indivíduo também identifica todos os seus itens no inventário, acabando com a dependência dos pergaminhos de identificação para essa tarefa.
Além disso, a navegação nos mapas de viagem rápida ficou muito melhor, com cada área tendo mais detalhes sobre o nível dos inimigos e os desafios que elas possuem.
Chefes marcantes e desafio elevado
Path of Exile 2 possui diversos chefes para serem derrotados ao longo de sua campanha, com várias dessas batalhas sendo incrivelmente difíceis e memoráveis. Muitos desses encontros farão seu personagem morrer algumas vezes até que você consiga vencer, ou até mesmo te convencer a desistir do confronto por hora, para tentar novamente depois de subir de nível e/ou obter novas habilidades e equipamentos.
Trata-se de algo que me agradou bastante e vai totalmente na contramão de Diablo IV, que é fácil demais a maior parte do tempo, com você tendo que progredir até o endgame para encontrar algum tipo de desafio.
Em Path of Exile 2, até grupos de monstros comuns podem te derrotar se você não tomar cuidado. No caso dos inimigos raros, cujos nomes aparecem em amarelo, alguns deles parecem até mesmo subchefes, de tão fortes que são.
O curioso nessa mudança na dificuldade é que o Path of Exile original, ao menos na minha experiência pessoal, era razoavelmente fácil na primeira metade da campanha, e apenas depois disso sua dificuldade subia. O segundo jogo é difícil logo de cara e vai ficando gradativamente mais desafiador.
Considerações
Mesmo estando ainda em desenvolvimento, há mais conteúdo hoje em Path of Exile 2 do que em boa parte dos jogos atuais em suas versões completas. Além disso, as mudanças que ele tem em relação ao antecessor deixaram a experiência ainda melhor e mais viciante. Tudo isso serve para tentar justificar aos jogadores o preço que a Grinding Gear Games está cobrando para quem quiser começar a jogar agora, antes da chegada da versão final, que será gratuita.
Vale a pena? Digo que sim. No entanto, é preciso lembrar que jogar um game antes dele estar pronto quase sempre resulta em situações inesperadas. Por exemplo, em uma das atualizações, perdi minha arma principal e algumas das minhas habilidades sumiram, o que me deixou bastante frustrado. Mas isso faz parte de se jogar um game em Acesso Antecipado.
Dito isso, mal posso esperar pelo que o futuro reserva para o jogo à medida que ele for sendo atualizado até o lançamento da versão completa, pois o resultado, até o momento, é bastante satisfatório.
Path of Exile 2 pode ser jogado antecipadamente no PC, PlayStation 5 e Xbox Series X|S.