Uma das maiores atrações da Brasil Game Show 2022 foi o jogo de luta Street Fighter 6, da Capcom. Com uma disputada fila em todos os dias da feira, o game de pancadaria atraiu o interesse dos jogadores brasileiros, que puderam conferir em primeira mão - e com muitos meses de antecedência - um dos principais lançamentos da produtora japonesa, previsto para chegar só em 2023.
A demonstração trouxe um elenco reduzido de lutadores, mas com boa variedade: os veteranos Ryu, Ken, Chun Li e Guile dividiam as atenções com personagens recentes, como Juri e Luke, vindos de Street Fighter V, e os estreantes Kimberly e Jamie, combatentes já pensados para o novo game, que promete ditar o futuro da série - tanto por ser o primeiro ambientado após os eventos de Street Fighter III: Third Strike (todos os games seguintes se passavam no intervalo entre o clássico segundo jogo e a terceira série), quanto pelas novas mecânicas e o visual impressionante, com super movimentos espetaculares.
A essência do jogo é bem conhecida: dois lutadores se enfrentam em três rounds, trocando socos, chutes, voadoras, agarrões, disparando magias e aplicando super golpes especiais. Street Fighter 6 traz muitas adições técnicas para a fórmula, que certamente vão deixar os fãs inveterados envolvidos por muito tempo, mas funciona super bem para quem só quer trocar umas pancadas e se divertir. O jogo da Capcom é daqueles grandes exemplos da máxima "fácil de jogar, difícil de dominar".
Uma das novidades é justamente uma nova configuração para os controles, um esquema chamado de "Moderno" bem mais simples de disparar ataques especiais do que o esquema "Clássico", que exige memorizar e executar combinações de movimentos com as alavancas e botões. No meu teste, porém, fiquei bem confuso com o sistema facilitado - muito pela memória muscular dos controles tradicionais, de quem joga Street Fighter desde criança, nos fliperamas e em praticamente todos os consoles desde os anos 1990. Mas para quem está chegando agora e quer só se divertir, pode funcionar.
Modo World Tour
A demo da Brasil Game Show permitia conferir as partidas versus locais e algumas firulas muito bacanas, como as várias expressões faciais dos lutadores se provocando, a entrada cinematográfica e as primeiras arenas - incluindo aí, uma versão incrível da famosa fase do Guile, no porta-aviões, mas uma das maiores novidades, o modo World Tour, só pôde ser conferida no beta fechado online que rolou no mesmo período.
Convidados pela Capcom, o Game On participou do beta e viu alguns dos elementos iniciais desta modalidade, que segundo o diretor Takayuki Nakayama, é um modo de RPG, em que o jogador pode criar seu personagem e explorar o mundo do jogo ao mesmo tempo em que aprende técnicas e enfrenta outros jogadores.
No beta de Street Fighter 6, era possível criar seu próprio avatar, com várias características de aparência e forma física (e algumas pessoas já fizeram personagens bem esquisitos com isso), personalizar as roupas, comprando novas peças em uma lojinha, e também desafiar outros jogadores em uma sala cheia de gabinetes arcade.
O sistema todo pareceu, num primeiro momento, mais complicado do que o necessário: você precisa escolher um lutador antes de sentar no fliperama, inclusive definindo o sistema de controle para aquele lutador (eu queria jogar com o modo Clássico e precisava fazer essa configuração individualmente para cada personagem) e só aí sentar para jogar ou assistir outra luta, por exemplo. A luta começa quando outra pessoa se senta no gabinete e aceita o desafio.
A arena também tem muito espaço para interação entre os jogadores, um modo de torneio e parece planejada para receber eventos temáticos. Por fim, parece que os gabinetes de fliperama permitirão jogar outros games clássicos da Capcom, como Final Fight, enquanto espera-se por uma luta - pena que esta feature não estava disponível no período de teste.
Street Fighter 6 chega em 2023 para PC, PS4, PS5 e Xbox Series X/S.