PlayStation VR 2 é evolução da realidade virtual nos games

Novo periférico do PS5 é mais um passo em direção à sonhada revolução VR

21 fev 2023 - 13h11
Primeiro contato com PlayStation VR 2 mostra potencial da realidade virtual no PS5
Primeiro contato com PlayStation VR 2 mostra potencial da realidade virtual no PS5
Foto: Pablo Raphael / Divulgação

Como fã de ficção-científica, eu sempre me encantei pelo conceito da realidade virtual, desde muito antes da palavra 'metaverso' entrar (e sair?) da moda. Ao imaginar os mundos em VR de Neuromancer e Matrix até Jogador Nº 1, nunca me perguntei se seriam futuros possíveis, mas quando. E a cada novo headset que experimento, repito a pergunta.

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Isso talvez explique meu desapontamento com muitos dos visores de realidade virtual lançados nos últimos anos, nem tanto pela tecnologia em si, que segue em franca evolução, mas pelas experiências oferecidas, que parecem muitas vezes limitadas demais.

Nesse contexto, o PlayStation VR 2 é uma evolução considerável do primeiro visor da Sony e seus jogos avançam na direção certa, oferecendo não apenas belas experiências interativas e imersivas, mas cada vez mais, jogos de alto nível que devem estimular os jogadores a embarcarem nessa nova jornada - embora o preço da passagem não seja nada convidativo.

Design arrojado do PlayStation VR 2 combina com o do PS5
Foto: PlayStation / Divulgação

O PlayStation VR 2 é o aparelho ideal para quem já tem um PS5 e quer desbravar esse novo mundo dos jogos sem as complexidade natural de manter um PC gamer atualizado. Nesse sentido, o periférico cumpre sua missão com louvor, pois é muito mais simples de ligar e sair usando do que o modelo anterior. Basta ligar o cabo USB que acompanha os óculos ao console, vestir seu par de controles e, após uma configuração rápida, está tudo pronto para jogar.

Câmeras externas e controles

Câmeras na superfície externa do headset e um único cabo para ligar tudo
Foto: PlayStation / Divulgação

O PSVR 2 é um headset mais leve do que parece: o aparelho pesa cerca de 500g, e só após um bom tempo de uso continuado rolou algum incômodo. Ele é fácil de manipular, mesmo sozinho, por causa das câmeras externas na frente do visor. Não é o primeiro óculos com esse sistema, mas sem dúvida, é um dos mais eficientes. Basta um clique em um botão sob o visor para alternar entre o que está sendo exibido e o mundo real, visto em preto e branco e com requintes de realidade aumentada: os controles Sense são sinalizados na tela com os símbolos R e L no ar, assim como o lado correto para encaixar as mãos neles.

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As câmeras também são ótimas para cortar a sensação de isolamento. Ao escutar um barulho ou tocar em algo por acidente (embora o aparelho sinalize a área segura ao redor do jogador), ou caso precise falar com alguém, é muito bom poder alternar entre o jogo e o mundo real rapidamente. Fazer isso sem precisar remover o aparelho da cabeça também ajuda a prolongar a vida útil do PSVR 2. É um recurso que deve se tornar padrão em aparelhos de realidade virtual.

Há também uma câmera interna, responsável pelo rastreamento dos olhos. Essa tecnologia é o grande trunfo do PSVR 2 na hora de apresentar gráficos em resolução Ultra HD: os óculos acompanham exatamente o olhar do usuário e concentram o processamento gráfico no ponto que está sendo observado. Também é muito prático para ser usado em menus, permitindo navegar de forma simples e intuitiva pela biblioteca de jogos e outras funções do console.

O headset vem com um par de fones intrauriculares removíveis, mas também aceita qualquer fone de ouvido compatível com o PS5. Eu normalmente jogo com o áudio saindo pelas caixas de som do meu monitor, mas no caso do PSVR 2, a experiência é muito superior com um par de fones.

Controles do PSVR 2 são avanço considerável em relação ao PS Move
Foto: PlayStation / Divulgação

Os controles Sense também se destacam pela facilidade de uso e recursos que oferecem. São muito superiores e mais práticos do que os PlayStation Move usados no PSVR original. Confortáveis de usar, com botões e alavancas de tamanho apropriado para adultos e com gatilhos dispostos de forma diferente do que os do DualSense. Pode ser um pouco demorado se acostumar com a posição dos botões no começo, mas jogos como Horizon mostram os botões brilhando exatamente onde estão, o que ajuda a pegar o jeito.

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Os controles tem um aro que serve como sensor de movimento e que reproduz com fidelidade os movimentos dos dedos, recurso que é usado em Horizon Call of the Mountain e que espero ver em mais jogos daqui para a frente. Por outro lado, os gatilhos L2 e R2 não têm o feedback do DualSense.

Sobre isso, um detalhe curioso: a maioria dos jogos do PSVR 2 usa os controles Sense, mas nem todos. O game de corrida Gran Turismo 7 funciona com os controles tradicionais e volantes, mas não responde aos novos manches, talvez pelo uso extensivo do feedback háptico do DualSense. Carregar os controles é meio chato, pois é preciso um cabo USB-C para ligá-los ao PS5 e recarregar suas baterias. O kit vem com um, mas que só pode ser usado em um controle por vez.

Fidelidade e imersão

Ao jogar no PlayStation VR 2, não espere o mesmo nível de detalhe e fidelidade visual encontrado ao jogar um game de PS5 em uma TV 4K. A qualidade é sim elevada e o uso inteligente do rastreamento dos olhos ajuda a manter o nível gráfico e de performance mesmo em cenários 360º como os de Call of the Mountain e Tales from the Galaxy's Edge. Ainda assim, é inferior ao que o console oferece quando concentra seu poder de processamento em uma única tela - mas não muito inferior e, sem dúvida, melhor do que o que era visto no primeiro PSVR.

O que o PSVR 2 realmente oferece é imersão: ao combinar os gráficos de alta qualidade, o campo de visão, o áudio - especialmente com um bom fone de ouvido - e os sensores de movimento, há uma experiência que vai além da questão gráfica: a imersão em uma realidade virtual. Horizon faz isso muito bem e o jogador se pega fazendo coisas para tentar encontrar os limites da simulação.

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Quais games jogar?

Jogamos Horizon em realidade virtual; saiba como é o game
Video Player

A leva inicial de jogos do PSVR 2 é bem variada, mas alguns jogos se destacam: Horizon Call of the Mountain (que é vendido em um bundle com o aparelho) é uma experiência robusta que combina escalada e arco e flecha com o visual incrível do mundo da franquia de ação e aventura da Guerilla Games, em que o jogador explora selvas e ruínas futuristas enquanto enfrenta dinossauros-robôs. Gran Turismo 7, que pode ser jogado normalmente sem o headset, ganhou uma atualização para os óculos e me convenceu de que a realidade virtual é o caminho ideal para os jogos de direção.

Outras experiências que mostram o potencial dos óculos são Star Wars: Tales from the Galaxy's Edge, um jogo de exploração e aventura ambientado no universo dos filmes mais recentes da saga criada por George Lucas. Para quem busca algo mais relaxante e a chance de uma mudança de ares, Kayak VR: Mirage me surpreendeu não pelos controles de movimento, mas por seus cenários fotorealistas que reproduzem locações fantásticas do mundo real, com direito à golfinhos, baleias e paisagens belíssimas.

Há outros jogos já disponíveis, como os ótimos jogos da série de aventura Moss, o esconde-esconde Jurassic World Aftermath e o jogo de estratégia Townsmen VR. Até o fim do mês, o PSVR 2 terá pelo menos 40 jogos em sua biblioteca, com uma grande variedade de gêneros e experiências de diferentes profundidades, do veloz jogo de ritmo e reflexos Thumper, com seus cenários psicodélicos, até o gameplay mais tradicional (e assustador em VR) de um Resident Evil Village - até mesmo o aguardado Resident Evil 4 Remake terá algum tipo de modo exclusivo para o headset.

Linha inicial de jogos do PSVR 2 conta com 40 games
Foto: PlayStation / Divulgação

Essa leva inicial serve tanto para mostrar os recursos dos novos óculos de realidade virtual da Sony, quanto para estimular os jogadores a buscarem por novas experiências de jogo. Afinal, é preciso ter algo que atraia novos compradores para o PSVR 2, tanto quanto é preciso uma base de jogadores para estimular a produção de novos games dedicados ao aparelho.

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Vale o preço?

Pacote do PSVR 2 com Horizon Call of the Mountain sai por R$ 4.800
Foto: PlayStation / Divulgação

O maior obstáculo para o PSVR 2, como foi para tantos outros aparelhos de realidade virtual antes dele, é o preço: vendido por R$ 4.400, o periférico custa quase o mesmo que o próprio PlayStation 5, console necessário para usá-lo - isso sem contar os preços dos próprios jogos.

Ainda assim, o público inicial do PSVR 2 existe: seja o gamer hardcore e e 'early adopter' que vai querer estar por dentro da última palavra em tecnologia, o jogador que sempre teve vontade de embarcar na realidade virtual mas não queria investir em um PC, seja pela complicação, custo de manutenção ou por se identificar com as marcas da família PlayStation... e, na minha opinião, os jogadores mais entusiastas de Gran Turismo e de outros jogos de corrida que seguirão por essa direção. Esse último público-alvo já é acostumado a adquirir acessórios caros na busca pela experiência mais real e imersiva.

Para quem, assim como eu, sonha com a realidade virtual dos livros e filmes de ficção-científica, o PSVR 2 é um passo firme na direção certa e seu lançamento simultâneo no Brasil, um bom começo.

O PlayStation VR 2 chega ao Brasil nesta quarta-feira, 22 de fevereiro. É preciso possuir um PlayStation 5 para utilizar os óculos de realidade virtual.

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Fonte: Game On
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