Por que Indiana Jones e o Grande Círculo é melhor em 1ª pessoa?

O novo jogo da Bethesda e MachineGames foi anunciado no dia 18 de janeiro, e recebeu muitas críticas por conta de sua câmera

31 jan 2024 - 07h00
Por que Indiana Jones e o Grande Círculo é melhor em 1ª pessoa?
Por que Indiana Jones e o Grande Círculo é melhor em 1ª pessoa?
Foto: Bethesda Games / Divulgação

Em 2021, a Bethesda e a MachineGames mostraram um teaser do próximo projeto do estúdio: um jogo de Indiana Jones, o mais famoso arqueólogo dos cinemas. Na época, a Bethesda já havia sido adquirida pela Microsoft, e o anúncio serviu para alimentar a expectativa dos jogadores que aguardavam novidades para o Xbox. Corta para 2024 e no dia 18 de janeiro, os fãs finalmente tiveram uma amostra de Indiana Jones e o Grande Círculo, o novo game do Professor Jones.

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Na ocasião, a Microsoft fez sua primeira transmissão Developers_Direct do ano, mostrando informações e trailers de vários projetos, como Hellblade 2 e Avowed, mas o primeiro trailer de Indiana Jones foi o grande destaque.

O Grande Círculo

O vídeo mostrou tudo que esperamos de uma aventura do Indiana Jones, mas algo incomodou os fãs que acompanhavam online: o jogo será em primeira pessoa. O herói aparece em várias cenas mas a maior parte da jogabilidade - incluindo combate e a exploração de ruínas e tumbas - será em primeira pessoa, como se o jogador fosse o próprio Indy - é uma abordagem diferente do que é feito com Lara Croft em Tomb Raider ou Nathan Drake em Uncharted, pegando como exemplo os principais caçadores de tesouro ao estilo de Indiana Jones nos games. Nesses jogos, o herói ou heroína é visto em terceira pessoa, com a câmera mais ou menos afastada, dependendo da situação. Em O Grande Círculo, o jogador 'é' Indiana Jones o tempo todo.

Não é a primeira vez que um jogo de ação em primeira pessoa recebe comentários negativos na internet por conta da direção escolhida para o posicionamento da cãmera. Cyberpunk 2077 é um ótimo exemplo, com muitas queixas de jogadores que acreditavam que o game seria melhor se a câmera estivesse na tal terceira pessoa. Mas será mesmo?

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Wolfenstein e Doom

Wolfenstein 3D é considerado o primeiro First Person Shooter da história
Foto: ID Software / Divulgação

Para isso, é necessário voltar no tempo, para os anos 1990, quando um pequeno estúdio independente chamado Id Software, comandado por John Romero, John Carmack e Tom Hall, mudou o mundo dos jogos eletrônicos para sempre com o lançamento de Wolfenstein 3D.

Usando truques de câmera e um cenário 3D rudimentar, Wolfenstein 3D foi o primeiro jogo de tiro em primeira pessoa, e abriu espaço para a criação de um dos gêneros mais populares da indústria. Na época, não existia nada igual. O estúdio seguiu em constante evolução com Doom, Quake, e muitos outros, com cada jogo trazendo novas tecnologias, e servindo de exemplo para game e level design até hoje.

Estes jogos eram conhecidos pela violência exacerbada, já que a narrativa era praticamente inexistente, mas ainda assim serviram de inspiração para grandes títulos como System Shock, Duke Nukem 3D e até mesmo Goldeneye 007.

Half-Life e a imersão

Tudo mudou em 1998, com o lançamento de Half-Life. Pela primeira vez, um estúdio conseguiu balancear uma brilhante narrativa com sequências de tiroteio e ação, sem a necessidade de usar cutscenes.

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O jogo focou em contar toda a sua narrativa na base da interatividade com os NPCs e com o cenário, permitindo que o jogador não saísse da imersão. O sucesso de Half-Life, além de alavancar a empresa de Gabe Newell, também mudou toda a indústria, sendo responsável direto pela criação de um dos jogos mais populares de todos os tempos: Counter-Strike.

Dos anos 2000 até hoje, presenciamos uma revolução nos jogos em primeira pessoa. O gênero, que até então era nichado, explodiu em popularidade com o lançamento de títulos como Battlefield, Call of Duty, Rainbow Six, BioShock, PUBG, Apex Legends, Destiny e por aí vai, cada um com uma abordagem diferente (que vai - ou não - além do mero tiroteio). A cada ano, novos jogos em primeira pessoa são lançados, demonstrando que ainda há espaço para novidades no gênero.

Nova era dos FPS

Vamos voltar para Cyberpunk 2077. Como todo jogo em primeira pessoa mencionado neste texto, Cyberpunk tem o foco em apenas uma coisa: imersão. Quem jogou recentemente, principalmente depois das novas atualizações, sabe que este é o caso.

Há um nível de imersão que só é possível em um jogo com a câmera posicionada em primeira pessoa. A narrativa de Cyberpunk 2077 tem peso exatamente por conta da sua câmera, que transporta o jogador para o corpo e a alma de V, o mercenário cibernético marcado para a morte.

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O mesmo pode ser dito sobre qualquer outro jogo deste gênero: Far Cry, Counter-Strike, Call of Duty, Shadow Warrior, Ghostwire, Deathloop, Dishonored, Fallout, Skyrim, Starfield e muitos outros que colocam você, o jogador, dentro de seus univeersos, como o herói daquela aventura - e nem vamos falar do próximo passo, que é a realidade virtual, onde essa perspectiva ganha proporções ainda maiores. Não foi por acaso que Horizon: Call of the Mountain adotou este ângulo ao invés da perspectiva tradicional de Zero Dawn e Forbidden West.

O potencial de Indiana Jones

Indiana Jones e o Grande Círculo tem o potencial de quebrar padrões
Foto: Bethesda Games / Divulgação

Então, o que impede do mesmo acontecer com Indiana Jones e o Grande Círculo? A MachineGames é responsável por entregar dois dos melhores FPS da geração passada, e ninguém reclamou da câmera em Wolfenstein, não é mesmo? Indiana Jones teve apenas um trailer de 3 minutos, e já é possível notar o icônico estilo do estúdio.

Com Indiana Jones, a MachineGames tem a oportunidade de entregar algo totalmente diferente de um Uncharted ou Tomb Raider. Este jogo pode abrir portas para todo uma nova família de jogos, assim como Tomb Raider criou lá no primeiro PlayStation.

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Indiana Jones e o Grande Círculo tem o potencial de quebrar padrões. Não há motivos para odiar o jogo sem antes dele ter sido lançado, principalmente por conta de uma câmera que, convenhamos, ninguém odeia de verdade. Claro, há pessoas que sentem enjoos, mas já existem muitas ferramentas de acessibilidade que permitem este grupo experimentar os FPS.

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Conheça o melhor jogo de Indiana Jones
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Todo o “DNA” dos filmes de Spielberg está presente no trailer, e isso já basta para qualquer um que sempre sonhou em ser Indiana Jones. No final, é importante lembrar o motivo que jogamos em primeiro lugar: imersão, e a melhor maneira de garantir isso é através da jogabilidade em primeira pessoa.

Indiana Jones e o Grande Círculo chega em 2024 para PC e Xbox Series X/S.

Fonte: Game On
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