Qual é a relação entre Alan Wake II e os outros jogos da Remedy?

Os jogos da Remedy, como Alan Wake II e Control, compartilham um só universo. Entenda como estes títulos se conectam

10 nov 2023 - 17h17
Os jogos da Remedy são todos interconectados
Os jogos da Remedy são todos interconectados
Foto: Game On / Reprodução

Alan Wake, Control e Quantum Break. Estes jogos, produzidos pelo estúdio finlandês Remedy, fazem parte de um universo expandido idealizado pela mente perturbada (e genial) de Sam Lake.

Em 2020, o estúdio lançou AWE, uma expansão de Control que permitiria que Jesse compreendesse os eventos sobrenaturais em Cauldron Lake, cenário principal de Alan Wake, dando o pontapé inicial para esta fusão. Mas afinal, como estes três jogos estão ligados?

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Alan Wake

Tudo começou em 2010, quando Alan Wake foi lançado de forma exclusiva para o Xbox 360. No jogo, um escritor está passando por um bloqueio criativo, e é convencido por sua esposa a viajar para uma pequena cidade nas montanhas do estado de Washington.

Ao chegar lá, Alan Wake se encontra em um pesadelo, apelidado de “Dark Place”, onde os moradores da cidade de Bright Falls se transformaram em monstros controlados pela “Presença Obscura”, uma entidade maligna que sequestra a esposa de Wake e faz de tudo para tormentá-lo.

Tentando escapar, Wake descobre várias páginas de um manuscrito, que pareciam narrar todos os seus movimentos, incluindo coisas que ainda não haviam acontecido. Mas, as coisas ficam ainda mais esquisitas, quando Wake percebe que essas páginas haviam sido escritas por ele mesmo.

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Nas DLCs e na sequência spin-off American Nightmare, descobrimos que uma cópia maligna de Wake, apelidado somente de “Mr Scratch”, havia escapado para o mundo real. Mr Scratch é uma concepção física da Presença Obscura, e seu único objetivo é espalhar a escuridão por todo o mundo.

A caixa de sapato

A caixa de sapato de Tom Zane
Foto: Alan Wake / Reprodução

Durante o jogo, Alan Wake se encontra com Tom Zane, um escritor que, ao lutar contra a presença obscura décadas atrás, criou a sua própria realidade dentro da Dark Place, apagando qualquer tipo de traço da sua existência no mundo real. Antes de fazer isso, ele criou uma regra: qualquer coisa que ele deixasse para trás em uma caixa de sapato, permaneceria no mundo real.

Alan encontrou duas caixas de sapato durante sua luta contra a escuridão. A primeira, numa cabine da floresta, mantinha todos os livros escritos por Tom Zane. E na segunda, Wake encontrou manuscritos que falavam sobre o Clicker, um objeto mágico de sua infância, que ele usa para derrotar a escuridão.

Porém, existe uma terceira caixa de sapato. Na cidade de Ordinary, localizada no estado de Maine, duas crianças encontram uma caixa de sapato em um lixão, que escondia um projetor misterioso capaz de criar pontes para outros mundos. Este projetor é o pivô de tudo que acontece em Control.

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Control

Control é um jogo sobrenatural onde controlamos Jesse, uma mulher que está buscando por seu irmão desaparecido, Dylan. Suas investigações levam a um prédio esquisito no centro de Nova Iorque, sede da Federal Bureau of Control (Agência Federal de Controle), e ponto principal de toda a trama.

A FBC é uma agência especializada em controlar, ou eliminar, ações paranormais que ocorrem ao redor dos Estados Unidos e do globo. Invisível ao olho nu, o prédio virtualmente infinito é a base de operações dos agentes da FBC, que, após uma invasão paranormal, entra em estado de lockdown, proibindo a saída de qualquer entidade.

Jesse se torna a diretora de toda a FBC, e se vê obrigada a eliminar a invasão sobrenatural. Por ser diretora, Jesse ganha acesso a todos os segredos paranormais do governo americano, incluindo a verdade por trás da cidade de Ordinary, onde Jesse e seu irmão viveram durante a infância.

Representação da cidade de Ordinary
Foto: Remedy/Miro Vesterinen / Divulgação

Em 2002, enquanto Jesse e Dylan brincavam em um lixão, eles encontraram um projetor secreto escondido dentro de uma caixa de sapato. Este projetor, equipado com nove slides, abria janelas para realidades paralelas, onde Jesse e Dylan viajavam para escapar dos problemas e de seus pais.

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Em um desses slides, os irmãos foram contatados por uma entidade misteriosa. A entidade, que se chamava Polaris, dizia que os irmãos eram especiais, e ofereceu poderes para os dois. A entidade, agora viva dentro da cabeça de Jesse, se tornou a protetora da garota, enquanto Dylan aparentemente permanecia uma criança comum.

O projetor criava portais para outras realidades
Foto: Remedy / Divulgação

Os irmãos mexiam com o projetor constantemente, mas, em um dia, acabaram sendo perseguidos por uma gangue. A gangue usou o projetor, invocaram uma entidade maligna para o mundo, e se tornaram infectados por sua presença, realizando ataques e assassinatos pela cidade.

Quando a entidade foi identificada, a FBC viajou até a cidade de Ordinary, onde tentaram prender Dylan e Jesse por utilizarem o projetor. Jesse, utilizando a Polaris, conseguiu fugir, deixando seu irmão nas mãos dos agentes. Se sentindo culpada, Jesse passa toda a sua vida buscando o irmão, levando ela até as portas da FBC, 20 anos após os acontecimentos originais.

Control AWE

A sigla AWE, que é o subtitulo da segunda expansão de Control, tem dois significados. Dentro da FBC, a sigla AWE significa “Altered World Events”, onde acontecimentos paranormais, normalmente ligados com realidades paralelas, vazam para o mundo real. Quando um AWE acontece, a FBC é acionada, onde os agentes fazem de tudo para eliminar, ou controlar, o evento paranormal.

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Mas, de uma forma bem humorada, AWE também significa “Alan Wake Experience”, algo que a Remedy tinha total lúcidez ao nomear a expansão. Nela, Jesse é convidada a visitar um piso da FBC que, até então, estava com o acesso bloqueado.

Neste piso, Jesse enfrenta a Dark Presence, uma variante da Presença Obscura que aterroriza Alan Wake em seu jogo. Além disso, por meio de documentos espalhados pelo cenário, Jesse descobre que a FBC vem monitorando Cauldron Lake e a cidade de Bright Falls desde 2010, quando Alan Wake se isolou na Dark Place, em uma tentativa de conter a escuridão dentro do lago.

Alan Wake alerta Jesse sobre a volta de Scratch
Foto: Control AWE / Reprodução

No final da expansão, após derrotar um dos monstros infectados pela Presença Obscura, Jesse encontra uma visão do próprio Alan Wake, que alerta sobre a segunda vinda de Scratch para o mundo real. Essa foi a primeira vez, desde 2010, que a Remedy confirmou a existência de uma possível sequência para o famoso jogo de terror.

Quantum Break

Antes de falarmos de Alan Wake 2, é necessário falar de Quantum Break. Exclusivo de Xbox One, Quantum Break mexe com um tema comum na ficção cientifica: viagens no tempo.

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A história de Quantum Break é bem fechada, sem muito espaço para comparações com os outros jogos da Remedy, mas isso não significa que não haja nenhuma referência. Alan Wake é referenciado constantemente em Quantum Break, incluindo um trailer live action que, para a surpresa de todos, referencia muitas cenas do recém lançado Alan Wake 2.

As siglas “AWE” também podem ser encontradas em grafites pelo mundo do jogo, além de uma referência sobre uma “agência de controle sobrenatural” que trabalhava com a Monarch, empresa responsável pelos ataques antagonistas no jogo.

Alan Wake 2

É aqui que o bicho pega. Em Alan Wake 2, Sam Lake decidiu abrir a caixinha e finalmente juntar todos os seus jogos em um só universo.

Alan Wake, depois de 13 anos, finalmente consegue escapar o Dark Place graças a ajuda de Saga Anderson, uma agente do FBI chamada para Bright Falls em uma investigação de assassinato. No jogo, Saga e Wake trabalharam juntos, cada um em suas realidades, para eliminar Scratch e reescrever a história de terror que envolvia todos os membros da cidade.

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No Dark Place, jogando como Alan, podemos encontrar o xerife Tim Breaker, interpretado pelo ator americano Shawn Ashmore, que também interpretou Jack Joyce, o protagonista de Quantum Break.

Tim Breaker traz diversas referências ao universo de Quantum Break
Foto: Alan Wake 2 / Reprodução

Em Alan Wake 2, Tim Breaker diz que é perturbado constantemente por imagens de uma mulher ruiva e um homem de terno. A mulher ruiva é, sem sombra de dúvidas, Beth Wilder, enquanto o homem de terno seria Martin Hatch.

Ambos os personagens são coadjuvantes em Quantum Break, e retornam em outros jogos da Remedy. Beth Wilder, em outro universo, é Jesse de Control, enquanto Martin Hatch é o Mr. Door de Alan Wake 2.

Além disso, existem acontecimentos que diretamente ligam Control com Alan Wake. O misterioso Ahti, zelador da FBC, é um dos personagens que guiam Saga e Wake durante o jogo, e foi um dos personagens principais de Control.

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O zelador Ahti guia Alan Wake e Saga Anderson pelo pesadelo
Foto: Alan Wake 2 / Reprodução

Além disso, diversos agentes da FBC aparecem na luta final de Alan Wake 2, incluindo uma personagem que afirma que há “problemas na direção da FBC”. Seja lá o que Sam Lake estiver planejando, eu tenho certeza que será genial. Mal posso esperar para as expansões de Alan Wake 2, que chegam em 2024, além da sequência direta de Control, que já foi confirmada pela Remedy.

Alan Wake 2 já está disponível para PC, PlayStation 5 e Xbox Series S/X.

Fonte: Game On
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